Resumo
Apesar do reconhecimento que a superação do atraso tecnológico ocorre mediante a construção de aptidões tecnológicas domésticas, a transferência internacional de tecnologia mostrou-se relevante em diferentes momentos históricos e em diferentes nações em processo de emparelhamento. Com a evolução tecnológica em cada paradigma, diversos canais de transferência internacional de tecnologia foram mais ou menos efetivos. A partir de uma análise histórica, busca-se apresentar que os principais canais de transferência foram mudando com o tempo para responder às mudanças tecnológicas. Portanto, um canal protagonista em certo momento histórico passa a ser coadjuvante em outros, pois a tecnologia dominante apresenta características que requerem canais específicos para que seja transferida.Referências
ALBUQUERQUE, Eduardo Motta. Patentes segundo a abordagem neoschumpeteriana: uma discussão introdutória. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 65-83, 1998.
AMSDEN, Alice H. A ascensão do 'resto': os desafios ao ocidente de economias com industrialização tardia. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
ANDREAS, Peter. Smuggler nation: how illicit trade made America. Oxford: Oxford University Press, 2013.
ARTHUR, W. B. The nature of technology. What it is and how it evolves. New York: Free Press, 2011.
BELL, Martin; CASSIOLATO, José Eduardo. The access of developing countires to new technologies: the need for new approaches to management and policy for technology imports in Brazilian industry. Estudo da Competitividade Brasileira. Campinas, SP, 1993.
BIATO, Francisco Almeida; GUIMARÃES, Eduardo Augusto A.; FIGUEIREDO, Maria Helena Poppe de. A transferência de tecnologia no Brasil. Brasília: Ipea/Iplan, 1973.
BORCHARDT, K. The industrial revolution in Germany, 1700-1914. In: CIPOLLA, C. M. (Ed.). The Fontana economic history of Europe: the sixteenth and seventeenth centuries. Barcelona: Editora Arial, 1987. v. 4.
BRAGA, José Carlos de Souza. Alemanha: império, barbárie e capitalismo avançado. In: FIORI, J. L. (Ed.). Estados e moedas no desenvolvimento das nações. Petrópolis: Vozes, 1999.
BRULAND, K. Skills, learning and the international diffusion of technology: a perspective on Scandinavian Industrialisation. In: BERG, M.; BRULAND, K. (Eds.), Technological revolutions in Europe: historical perspectives. Cheltenham: Edward Elgar, 1998. p. 161-185.
CARLSSON, Bo. Internationalization of innovation systems: A survey of the literature. Research Policy, v. 35, p. 56-67, 2006.
CARRERE, Maximo Halty. (1975). Producción, transferencia y adaptación de tecnología industrial. In: SABATO, J. A. (Ed.), El pensamiento latinoamericano en la problemática ciencia-tecnología desarrollo-dependencia. Buenos Aires: Ediciones Biblioteca Nacional. 2011. p. 347-380.
CASSIOLATO, José Eduardo, GADELHA, GRABOIS Carlos Augusto, ALBUQUERQUE, Eduardo Motta; TIGRE, Paulo Bastos; CAVALCANTI, Paulo Fernando Moura Bezerra. Introdução. In: CASSIOLATO, J. E. (Ed.). Perspectivas do investimento na economia do conhecimento. Rio de Janeiro: Synergia, 2010. p. 1-6.
CHANDLER JR, A. D. The visible hand: the managerial revolution in American business. Cambridge: Harvard University Press, 1999.
CHANG, Ha-Joon. Maus samaritanos: o mito do livre-comércio e a história secreta do capitalismo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
CHESNAIS, François. A mundialização do capital. São Paulo: Editora Xamã. 1996.
CHESNAIS, François. Present international patterns of foreign direct investment: underlying causes and some policy implications for Brazil. Revista de Economia Contemporânea, v. 17, n. 3, p. 376-422, 2013.
COOPER, Charles. Science, technology and production in the underdeveloped countries: an introduction. The Journal of Development Studies, v. 9, n. 1, p. 1-18, 1972.
CRAFTS, Nicholas. Forging ahead and falling behind: the rise and relative decline of the first industrial nation. The Journal of Economic Perspectives, v. 12, n. 2, p. 193-210, 1998.
DOSI, Giovanni. Institutions and markets in a dynamic world. The Manchester School, v. LVI, n. 2, p. 119-146, 1988.
DOSI, Giovanni, FREEMAN, Chris; FABIANI, Silvia. The process of economic development: introducing some stylized facts and theories on technologies, firms and institutions. Industrial and Corporate Change, v. 3, n. 1, p. 1-45, 1994.
FAJNZYLBER, Fernando. La industrialización trunca de América Latina. Ciudad de Mexico: Editorial Nueva Imagen, 1983.
FERRAZ, João Carlos; KUPFER, David; HAGUENAUER, Lia. Made in Brazil. Rio de Janeiro: Campus, 1996.
FERRER, Aldo. La dependencia científica y tecnológica en el contexto internacional y sus implicaciones para la transferencia de tecnología. Desarrollo Económico, v. 15, n. 60, p. 565-580, 1976.
FIORI, José Luís. Poder, geopolítica e desenvolvimento. Carta Capital, São Paulo, 2013.
FOHLEN, Claude. América anglo-saxônica de 1815 à atualidade. São Paulo: Editora Pioneira. 1980.
FREEMAN, Chris. El reto de la innovación: la experiencia de Japón. Caracas, Venezuela: Editorial Galac, 1987.
FREEMAN, Chris; SOETE, Luc. (1974). A economia da inovação industrial. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2008.
FU, Xiaolan; PIETROBELLI, Carlo; SOETE, Luc. The role of foreign technology and indigenous innovation in the emerging economies: technological change and catching-up. World Development, v. 39, n. 7, p. 1204-1212, 2011.
FURTADO, João. Mundialização, reestruturação e competitividade: a emergência de um novo regime econômico e as barreiras às economia periféricas. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, v. 53, p. 97-118, 1999.
GEREFFI, Gary; HUMPHREY, John; STURGEON, Timothy. The governance of global value chains. Review of International Political Economy, p. 78-104, 2005.
GOLD, Bela. Improving the pattern of technology transfer and trade between the United States and Japan. In: AGMON, T.; GLINOW, M. A. V. (Ed.). Technology transfer in international business. New York: Oxford University Press, 1991. p. 240-252.
GOMES, Rogério. A internacionalização das atividades tecnológicas pelas empresas transnacionais. Elementos de organização industrial da economia da inovação. Tese (Doutorado)–Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, 2003.
GROSSMAN, Gene M.; ROSSI-HANSBERG, Esteban. The rise of offshoring: it's not wine for cloth anymore. Paper presented at the Economic Policy Symposium on The New Economic Geography: Effects and Policy Implications, Jackson Hole, Wyoming, 2006.
HALL, John Whitney. El imperio japonés. Madrid: Siglo Veintiuno de España, 1984.
HARRIS, John R. Movements of technology between Britain and Europe in the Eighteenth Century. In: JEREMY, D. J. (Ed.), International technology transfer. Aldershot (UK): Edward Elgar, 1991. p. 9-30.
HARRIS, John R. Industrial espionage and technology transfer: Britain and France in the Eighteenth Century. Aldershot: Ashgate Publishing Company, 1998.
HASENCLEVER, Lia; CASSIOLATO, José Eduardo. Capacidad tecnológica empresarial brasileña y transferencia de tecnología. Revista de Economía y Empresas, v. 34, n. XII, p. 15-31, 1998.
HOBSBAWN, Erick. Da revolução industrial inglesa ao imperialismo. Rio de Janeiro: Forense, 1978.
JAMES, Dilmus D. The impact of technology imports on indigenous technological capacity: the case study of Mexico. Working Paper, n. 184. Gevene, Switzerland: World Employment Programme Research at International Organization (ILO), 1988.
JEREMY, David J. Damming the flood: british government efforts to check the outflow of technicians and machinery, 1780-1843. Business History Review, v. 51, n. 01, p. 1-34, 1977.
JEREMY, David J. Transatlantic industrial revolution: the diffusion of textile technologies between Britain and America, 1790-1830s. Oxford: Basil Blackwell, 1981.
JEVONS, H. Stanley. The second industrial revolution. The Economic Journal, v. 41, n. 161, p. 1-18, 1931.
KATZ, Jorge. Importación de tecnología, aprendizaje e industrialización dependiente. Ciudad de Mexico: Fondo de Cultura Económica, 1976.
KIM, Linsu. Building technological capability for industrialization: analytical frameworks and Korea's experience. Industrial and Corporate Change, v. 8, n. 1, p. 111-136, 1999.
KIM, Linsu. O sistema nacional de inovação sul-coreano em transição. In: KIM, L.; NELSON, R. R. (Ed.). Technologia, aprendizado e inovação. As experiências das economias de industrialização recente. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005. p. 449-483.
KIM, Linsu. (1997). Da imitação à inovação: a dinâmica do aprendizado tecnológico da Coreia. Campinas (SP): Editora Unicamp, 2005.
KLEVORICK, Alvin K.; LEVIN, Richard C.; NELSON, Richard R.; WINTER, Sidney G. On the sources and significance of interindustry differences in technological opportunities. Research Policy, v. 24, n. 2, p. 185-205, 1995.
LALL, Sanjaya. Developing countries as exporters of industrial technology. Research Policy, v. 9, p. 24-52, 1980.
LALL, Sanjaya. A mudança tecnológica e a industrialização nas economias de industrialização recente da Ásia: conquista e desafios. In: KIM, L.; NELSON, R. (Eds.). Tecnologia, aprendizado e inovação: as experiências das economias de industrialização recente. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2005. p. 25-99.
LANDES, David S. Prometeu desacorrentado: transformações tecnológicas e desenvolvimento industrial na Europa Ocidental, de 1750 até os dias de hoje. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
LAPLANE, Mariano; FERREIRA, Adriana Nunes. Padrões de crescimento, investimento e processos inovadores: o caso da Coreia do Sul. In: BIELSCHOWSKY, R. (Ed.). Padrões de desenvolvimento econômico (1950- 2008): América Latina, Ásia e Rússia. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), 2013. v. 2, p. 491-556.
MACHADO, João Bosco M. Integração produtiva: referencial analítico, experiência europeia e lições para o Mercosul. In: ALVAREZ, R.; BAUMANN, R.; WOHLERS, M. (Ed.). Integração produtiva: caminhos para o Mercosul. Brasília: ABDI, 2010. p. 116-155. (Série Cadernos da Indústria ABDI, v. XVI).
MALERBA, Franco; ORSENIGO, Luigi. Technological regimes and firm Behavior. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 1, p. 45-71, 1993.
MANSFIELD, Edwin; ROMEO, Anthony; SCHWARTZ, Mark; TEECE, David; WAGNER, Samuel; BRACH, Peter. Technology transfer, productivity and economic policy. New York: W. W. Norton & Company, 1982.
MARIUTTI, Eduardo Barros. Crise econômica e rivalidade política: características gerais da ordem internacional contemporânea. In: CARNEIRO, R. MATIJASCIC, M. (Ed.). Desafios para o desenvolvimento brasileiro. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2011. p. 25-40.
MARX, Karl. (1890). O capital: crítica da economia política. Livro 1: O processo de produção do capital. 10. ed. São Paulo: Difel, 1985. v. 1.
MAZZOLENI, Roberto; NELSON, Richard R. The roles of research at universities and public labs in economic catch-up. Laboratory of Economics and Management Sant'Anna School of Advanced Studies, 2006. (Working Paper, 2006/01).
MAZZUCATO, Mariana. The entrepreneurial state: debunking public vs. private sector myths. New York: Anthem Press, 2013.
MEDEIROS, Carlos Aguiar. Estratégias nacionais de desenvolvimento. In: BIELSCHOWSKY, R. (Ed.). Padrões de desenvolvimento econômico (1950-2008): América Latina, Ásia e Rússia. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), 2013. p. 79-112.
MOWERY, David C.; ROSENBERG, Nathan. (1998). Trajetórias da inovação: a mudança tecnológica nos Estados Unidos da América no século XX. Campinas (SP): Editora Unicamp, 2005.
MYLLYNTAUS, Timo. The finnish model of technology transfer. Economic Development and Cultural Change, v. 38, n. 3, p. 645-643, 1990.
NELSON, Richard R.; WRIGHT, Gavin. The rise and fall of American technological leadership: the postwar era in historical perspective. Journal of Economic Literature, v. 30, n. 4, p. 1931-1964, 1992.
OZAWA, Terutomo. Macroeconomic factors affecting Japan's technology inflows and outflows: the postwar experience. In: ROSENBER, N.; FRISCHTAK, C. (Ed.). International technology transfer: concepts, measures and comparisons. New York: Praeger Publisher, 1985. p. 222-254.
PACK, Howard. A pesquisa e o desenvolvimento no processo de desenvolvimento industrial. In: KIM, L.; NELSON, R. R. (Ed.). Technologia, aprendizado e inovação. As experiências das economias de industrialização recente. Campinas (SP): Editora da Unicamp, 2005. p. 101-134. P
AVITT, Keith. Technology transfer among the industrially advanced countries: an overview. In: ROSENBERG, N.; FRISCHTAK, C. (Eds.). International technology transfer: concepts, measures and comparisons. New York: Praeger Publisher, 1985. p. 03-23.
PENROSE, Edith. A teoria do crescimento da firma. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2006.
PEREZ, Carlota. Technological revolutions and financial capital: the dynamics of bubbles and golden ages. Cheltenham: Edward Elgar Publishing, 2002.
PEREZ, Carlota. The double bubble at the turn of the century: technological roots and structural implications. Cambridge Journal of Economics, v. 33, p. 779-805, 2009.
PEREZ, Carlota; SOETE, Luc. Catching up in technology: entry barriers and windows of opportunity. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (Ed.). Technical change and economic theory. London: Francis Pinter. 1988. p. 458-479.
PUTMAN, Robert D. Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.
RADOSEVIC, Slavo. International technology transfer and catch-up in economic development. Cheltenham (UK): Edward Elgar, 1999a.
RADOSEVIC, Slavo. International technology transfer policy: from “contract bargaining” to “sourcing”. Technovation, v. 19, p. 433-444, 1999b.
ROSENBERG, Nathan. Perspectives on technology. Cambridge: Cambridge University Press, 1976.
ROSENBERG, Nathan. (1982). Por dentro da caixa preta. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2006.
SABATO, Jorge A. Ensayos de Campera. Buenos Aires: Juarez Editor, 1979.
SABATO, Jorge A. (1975). Empresas y fábricas de tecnología. In: SABATO, J. A. (Ed.). El pensamiento latinoamericano en la problemática ciencia-tecnología desarrollo-dependencia. Buenos Aires: Ediciones Biblioteca Nacional, 2011. p. 309-342.
SANTOS, Ester Carneiro Couto. Fluxos internacionais de tecnologia e a divisão internacional do trabalho: uma abordagem evolucionária. Tese (Doutorado)– Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, 2014.
SELL, Susan. Intellectual property and public policy in historical perspective: contestation and settlement. Loyola of Los Angeles Law Review, v. 38, p. 267-321, 2004.
SILVEIRA, Carlos Eduardo Fernandez. Desenvolvimento tecnológico no Brasil: autonomia e dependência num país periférico industrializado. Tese (Doutorado)– Campinas, SP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 2001.
SIMON, Denis F. International business and the transborder movement of technology: a dialectic perspective. In: AGMON, T.; GLINOW, M. A. V. (Ed.). Technology transfer in international business. New York: Oxford University Press, 1991. p. 5-28.
TIGRE, Paulo Bastos. Paradigmas tecnológicos e teorias econômicas da firma. Revista Brasileira de Inovação,v. 4, n. 1, p. 187-223, 2005.
TIGRE, Paulo Bastos; RIPPER, Mario Dias; ROSELINO, José Eduardo Salles. Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). In: CASSIOLATO, J. E. (Ed.). Perspectivas do investimento na economia do conhecimento. Rio de Janeiro: Synergia, 2010. p. 85-144.
TORRES, E. O mito do sucesso: uma análise da economia japonesa no pós-guerra, 1945-1973. Rio de Janeiro: Instituto de Economia (IE) / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 1983. (Texto para Discussão, n. 37).
UNCTAD. Transfer of technology. UNCTAD Series on issues in international investment agreements, (UNCTAD/ITE/IIT/28). Geneva: United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD/UN), 2001.
VERA-VASSALLO, Alejandro. La inversión extranjera y el desarrollo competitivo en América Latina y el Caribe. Revista de la Cepal, v. 60, p. 129-149, 1996.
VIOTTI, Eduardo B. National learning systems: a new approach on technical change in late industrializing economies and evidences from the cases of Brazil and South Korea. Technological Forecasting & Social Change, v. 69, p. 653-680, 2002.
WESTPHAL, Larry E.; KIM, Linsu; DAHLMAN, Carl. Reflections on the republic of Korea's acquistion of technological capability. In: ROSENBER, N.; FRISCHTAK, C. (Ed.). International technology transfer: concepts, measures and comparisons. New York: Praeger Publishers, 1985. p. 167-221.
A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.