Resumo
Este trabalho aborda o aparato econômico e os negócios vinculados à migração no Brasil entre 1935 e 1951. Nesse período, a crise do capitalismo primário-exportador no Brasil e a emergência de um novo padrão de acumulação centrado na industrialização e no mercado interno, implicaram mudanças nas dinâmicas populacionais, que passaram a ter no trabalhador brasileiro migrante inter-regional o elemento numericamente majoritário nos fluxos migratórios, em substituição ao imigrante estrangeiro, até então predominante. O artigo tratará das transformações da política de deslocamento populacional (em especial, a centralização no governo central da política de mão de obra e a reintrodução dos subsídios à migração para o Estado de São Paulo), enfocando os negócios envolvidos no processo migratório intra-estadual no Brasil, procurando mostrar como o Estado foi elemento chave para favorecer a continuidade dos interesses ligados à oferta de mão de obra, como também para favorecer a internalização dos lucros nessa atividade econômica.
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