Banner Portal
Instabilidade financeira em países em desenvolvimento
PDF

Palavras-chave

Crises financeiras
Capital fluxos de capitais
Economia pós-keynesiana
América Latina

Como Citar

AMADO, Adriana Moreira; FREITAS, Jean Toledo de. Instabilidade financeira em países em desenvolvimento: uma análise intersetorial . Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 29, n. 1, p. 119–147, 2020. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8661921. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho discute elementos conformadores de instabilidade financeira em países em desenvolvimento, buscando evidenciar mecanismos de incentivo que condicionam o comportamento dos diferentes setores presentes nas economias ao longo dos ciclos. É utilizada como referência a hipótese de fragilidade financeira de Minsky (1986), e avaliados aspectos estruturais que acentuam a fragilidade deste grupo de países, relacionados à sua forma de inserção comercial e financeira, num contexto de elevada liberdade de fluxos de capitais. Partindo do balanço estilizado e das principais relações financeiras intersetoriais em uma economia aberta, notam-se elementos que conduzem a uma postura procíclica por parte dos diferentes setores, elevando sua vulnerabilidade nos períodos de crescimento, a despeito dos diferentes objetivos de atuação dos setores público e privado. É ressaltada a relevância de instrumentos que contribuam para que o Estado constitua margens de manobra para atuar de modo anticíclico e reduzam sua exposição à oscilação dos fluxos internacionais de capitais.

PDF

Referências

AGLIETTA, M. Lidando com o risco sistêmico. Economia e Sociedade, Campinas, n. 11, p. 1-32, dez. 1998. AKYÜS, Y. Managing financial instability in emerging markets: a keynesian perspective. Turkish Economic Association, 2008. (Discussion Paper, n. 4).

AMADO, A.; RESENDE, M. F. Liquidez internacional e ciclo reflexo: algumas observações para a América Latina. Revista de Economia Política, v. 27, n. 1, jan. 2007.

ARBACHE, J: Competitividade internacional e políticas públicas. 2013. Disponível em: http://www.arbache.com/blog/2013/08/competitividade-internacional-epol%C3%ADticas-p%C3%BAblicas.html

BALDWIN, R.; ITO, T.; SATO, H. The smile curve: evolving sources of value added in manufacturing. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON “ECONOMICS OF GLOBAL INTERACTIONS: NEW PERSPECTIVES ON TRADE, FACTOR MOBILITY AND DEVELOPMENT, 5, Bari, set. 2014.

BARBOSA-FILHO, N. The balance-of-payments constraint: from balanced trade to sustainable debt. PSL Quarterly Review, Roma, v. 54, n. 219, 2001.

BARBOSA-FILHO, N. Resultado primário, dívida líquida e dívida bruta: um modelo contábil. In: WP Brasil Debate, ago. 2014. Disponível em: http://brasildebate.com.br/wpcontent/uploads/2014/08/Modelo-Contabil.pdf.

BIELCHOVSCHY, R. Cinquenta anos de pensamento na Cepal – uma resenha. In: BIELCHOVSCHY, R: Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000. v. 1. p. 13-68.

BLAUG, M. Economic theory in retrospect. 5 th. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.

BRAGA, J. C. S.; CINTRA, M. A. M. Finanças dolarizadas e capital financeiro: exasperação sob comando americano. In: FIORI, J. L. (Org.). O poder americano. Petrópolis: Editora Vozes, 2004.

CARVALHO, F. C. J. Fundamentos da escola pós-keynesiana: a teoria de uma economia monetária. Rio de Janeiro: UFRJ/lEI, 1988. (Texto para Discussão, n.176).

CARVALHO, F. C.; KREGEL, J. Crise financeira e déficit democrático. Rio de Janeiro: Ibase, 2009.

CINTRA, M. A. M.; FARHI, M. A crise financeira e o shadow banking system. Novos Estudos – CEBRAP, São Paulo, n. 82, p. 35-55, nov. 2008.

CHICK, V. Macroeconomics after Keynes: a reconsideration of the general theory. MIT Press, 1983.

CHICK, V. A evolução do sistema bancário e a teoria da poupança, do investimento e dos juros. Estudos FEE, Porto Alegre, v. 15, n. 1, p. 9-23, 1994.

DAVIDSON, P. Uncertainty in economics. In: DOW, S.; HILLARD, J. (Ed.). Keynes, knowledge and uncertainty. Hants: Edward Elgar, 1995. p. 107-116.

DAVIDSON, P. The post Keynesian school. In: SNOWDOWN, B.; VANE, H. In: MODERN macroeconomics. Chelteham, UK/Northampton, USA: Edward Elgar, 2005.

EICHENGREEN, B.; HAUSMANN, R.; PANNIZZA, U. Original Sin: the pain, the mystery, and the road to redemption. Documento apresentado para a conferência “Currency and Maturity Matchmaking: Redeeming Debt from Original Sin. Washington, D.C.: InterAmerican Development Bank, 21-22 Nov. 2002. Disponível em: http://www.financialpolicy.org/financedev/hausmann2002.pdf.

FAINZYLBER, F. Industrialização na América Latina: da “caixa-preta” ao “conjunto vazio”. In: BIELCHOVSCHY, R. Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000. v. 2, p. 851-886.

FFRENCH-DAVIS, R. Esbozo de un planteamiento neoestructuralista. Revista de la Cepal, Santiago, n. 34, abr. 1988.

FISHER, I. The debt-deflation theory of great depressions. Econometrica, v. 1, n. 4, p. 337-357, Oct. 1933.

FOLEY, D. Financial fragility in developing economies. New School University, 2001. Mimeo.

FREITAS, M. C. P. A natureza particular da concorrência bancária e seus efeitos sobre a estabilidade financeira. Economia e Sociedade, n. 8, jun. 1997.

FREITAS, J. T. Acordo de Basileia 2 e estabilidade financeira em países em desenvolvimento. 2008. Dissertação (Mestrado)–Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.

FREIXAS, X.; ROCHET, J. C. The microeconomics of banking. Cambridge: MIT Press, 2008.

FURTADO, C. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. In: BIELCHOVSCHY, R. Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000. v. 1, p. 239-262.

GODLEY, W.; LAVOIE, M. Monetary economics: an integrated approach to credit, money, income, production and wealth. Palgrave Macmillan, 2007.

GRIFFITH-JONES, S.; KREGEL, J.; OCAMPO, J. A. International finance and development. New York: Orient Longman Publications, 2007.

GRIFFITH-JONES, S.; OCAMPO, J. A. A countercyclical framework for a developmentfriendly international financial architecture. Desa Working Papers, n. 39, 2007.

GROS, D.; ALCIDI, C.; GIOVANNI, A. Central Banks in times of crisis: the FED vs. the ECB. CEPS Policy Brief, n. 276, Jul. 2012.

IMF. The liberalization and management of capital flows: an institutional view. IMF Policy Papers, Washington D.C., Nov. 2012.

KAMINSKY, G.; REINHART, C.; VÉGH, C. When it rains, it pours: procyclical capital flows and macroeconomic policies. NBER Macroeconomics Annual 2004, MIT Press, v. 19, Apr. 2005. Disponível em: http://www.nber.org/chapters/c6668.pdf.

KEYNES, J. M. (1936) A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo: Atlas, 1996. (Coleção “Os Economistas”).

KEYNES, J. M. The General Theory of employment. Quartely Journal of Economics, v. 51, p. 209-223, 1937a.

KEYNES, J. M. The ex ante theory of the rate of interest. Economic Journal, v. 47, n. 188. p. 663-669, Dic. 1937b. KEYNES, J. M. (1937c). Alternative theories of the rate of interest. In: THE COLLECTED Writings of John Maynard Keynes. Macmillan / Cambridge University Press, 1973. v. XIV, p. 201-215.

KINDLEBERGER, C. Manias, pânico e crashes: um histórico das crises financeiras. Saraiva, 2000.

KING, J. Post Keynesian economics. In: DURLAUF, S.; BLUME. L. The New Palgrave dictionary of economics. 2 nd ed. 2008 Disponível em: http://www.dictionaryofeconomics.com/dictionary. KREGEL, J. Can we create a stable international financial environment that ensures net resource transfers to developing countries? Journal of Post Keynesian Economics, v. 26, n. 4, p. 573-590, Summer 2004.

LE HERON, E.; MOUAKIL, T. A post-Keynesian stock-flow consistent model for dynamic analysis of monetary policy shock on banking behavior. Metroeconomica, v. 59, n. 3, p. 405-440, 2008.

MINSKY, H. John Maynard Keynes. New York: Columbia University Press, 1975. MINSKY, H. Stabilizing an unstable economy. New Haven: Yale University Press, 1986.

MINSKY, H. Capital flows, interest payments and the balance of-payments constrained growth model: a theoretical and empirical analysis. Metroeconomica, v. 54, n. 2-3, p. 346- 365, 2003.

MORENO-BRID, J. C. Capital flows, interest payments and the balance-of-payments constrained growth model: a theoretical and empirical analysis. Metroeconomica, v. 54, n. 2-3, p. 346-365, 2003.

NIELSEN, L. Classifications of countries based on their level of development: how it is done and how it could be done. IMF Working Papers, n. 11/31, Feb. 2011.

NIKIFOROS, M.; ZEZZA, C. A simplified stock-flow consistent post-Keynesian growth model. The Levy Economics Institute of Bard College, May 2017. (Working Paper, n. 891).

OCAMPO, J. Macroeconomía para el desarrollo: políticas anticíclicas y transformación productiva. Revista de la CEPAL, n. 104, p. 29-32, ago. 2011.

PALLEY, T. The theory of global imbalances: mainstream economics vs. structural Keynesianism. Global crisis and the need for paradigm change. In: Colóquio Internacional de Economia, 9, Brasília, Maio 2014.

PAPADIMITROU, D.; WRAY, R. Introduction to Minsky’s stabilizing an unstable economy. In: MINSKY, H. Stabilizing an unstable economy. McGraw-Hill, 2008.

PRATES, D. Crises financeiras nos países emergentes: uma interpretação heterodoxa. 2004. Tese (Doutorado)–Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

PRATES, D.; DE PAULA, L. F. Capital account regulation in Brazil: an assessment of the 2009-2013 period. Brazilian Journal of Political Economy, v. 37, n. 1 (146), p. 108-129, Jan./Mar. 2017.

PREBISCH, R. (1949). O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns de seus principais problemas. In: BIELCHOVSCHY, R. Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000. v. 1, p. 69-136.

RODRIGUEZ, O. O estruturalismo latino-americano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

SANTOS, C., ZEZZA, C. Stock-flow consistent macroeconomic models: a survey. The Levy Economics Institute of Bard College, Apr. 2005. (Working Paper, n. 421).

SANTIAGO, S. A inserção da América Latina no sistema centro-periferia, no contexto de finanças globalizadas: observações para México, Brasil e Argentina. Tese (Doutorado)– Universidade de Brasília, 2016.

SARDONI, C. How to deal with the public debt: ideas from Keynes, Lerner, Domar and Hicks. Sapienza University of Rome, 2013. Mimeo. Disponível em: http://iippe.org/wp/wp-content/uploads/2013/06/Claudio-Sardoni.pdf.

SNOWDOWN, B.; VANE, H. Modern macroeconomics. Chelteham, UK / Northampton – USA: Edward Elgar Davidson, 2005.

SUNKEL, O.; ZULETA, G. neoliberalismo versus neoestructuralismo: la politica de desarrollo en la encrucijada de los noventa. In: LOS TEMAS CEPAL-PREBISCH, Semináio, Santiago, Cepal. Set. 1990.

TAVARES, M. C. A retomada da hegemonia americana. Revista de Economia Política, v. 5, n. 2. p. 5-15, abr./jun. 1985.

TAVARES, M. C. O processo de substituição de importações como modelo de desenvolvimento na América Latina/ O caso Brasil. In PETRELLI, V.; SIMIONI, M. Desenvolvimento e igualdade. Homenagem aos 80 anos de Maria de Conceição Tavares. Brasília: IPEA, 2011.

TAVARES, M. C.; MELIN, L. E. (1997): Pós-escrito de 1997: A reafirmação da hegemonia americana. In: TAVARES, M.C. e FIORI, J. L. (1997). Poder e dinheiro: Uma economia política da globalização. Petrópolis. Vozes.

TAYLOR, L. (2001): Capital market crises: liberalization, fixed exchange rates and market-driven destabilization. Chang, H., Palma, G. Whittaker, D. :Financial Liberalization and the Asian Crisis. Palgrave.

THIRWALL, A. The balance of payments constraint as an explanation of international growth rate differences. Banca Nazionale del Lavoro Quarterly Review, Roma, v. 32, Mar, 1979.

THIRWALL, A. Balance of payments constrained growth models: history and overview. PSL Quarterly Review, v. 64, n. 259, p. 307-351, 2011.

WOLFSON, M. (2000). Minsky’s theory of financial crisis in a global context. Journal of Economic Issues, v. XXXVI, n. 2, Jun. 2002.

WRAY, R. Money and inflation. CFEPS, Sept. 2000. (Working Papers, n. 12). Disponível em: http://www.cfeps.org/pubs/wp-pdf/WP12-Wray.pdft.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Economia e Sociedade

Downloads

Não há dados estatísticos.