Banner Portal
Determinantes do trabalho produtivo no Brasil
PDF

Palavras-chave

Gênero
Participação no mercado de trabalho
Normas de gênero
Probit bivariado

Como Citar

PASSOS, Luana; MACHADO, Danielle. Determinantes do trabalho produtivo no Brasil: as normas de gênero e a decisão intrafamiliar. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 31, n. 1, p. 203–227, 2022. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8668965. Acesso em: 1 maio. 2024.

Resumo

Em pleno século XXI, a atuação laboral feminina ainda fica muito aquém da masculina, a despeito de todo avanço educacional das mulheres. Tendo em conta este cenário, o artigo objetiva investigar os determinantes e suas relativas importâncias na decisão de ser economicamente ativo, considerando homens e mulheres de unidades domésticas nucleares, com ênfase na compreensão das normas de gênero. Para tanto, é utilizado o modelo Probit bivariado de modo a estimar a decisão conjunta de homens e mulheres participarem do mercado de trabalho, com base na PNAD Contínua de 2018. Os achados apontam que a decisão de homens e mulheres, de unidades domésticas nucleares, ingressarem no mercado de trabalho é interdependente, corroborando a escolha do modelo de probabilidade bivariado. Ademais, constata-se que os atributos produtivos favorecem atuação laboral de homens e mulheres, mas as variáveis relacionadas às normas de gênero, em linhas gerais, caminham em sentido contrário.

PDF

Referências

AGARWAL, B. “Bargaining” and gender relations: within and beyond the household. Feminist Economics, v. 3, n. 1, p. 1-51, 1997.

APPS, P. F.; REES, R. Collective Labor Supply and Household Production. Journal of Political Economy, v. 105, n. 1, p. 178-190, 1997.

BARBOSA, A. L. Participação feminina na força de trabalho brasileira: evolução e determinantes. In: CAMARANO, A. A. (Org.). Novo regime demográfico: uma nova relação entre população e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Ipea, 2014. p. 407-442. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=23975

BARBOSA, A. L.; COSTA, J. S. Oferta de creches e participação das mulheres no mercado de trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: Ipea, 2017. (Boletim de Mercado de Trabalho: Conjuntura e Análise, ano 23). p. 24-35. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/7805/1/bmt_62_oferta.pdf

BECKER, G. A theory of the allocation of time. Economic Journal, v. 75, p. 493-517, 1965.

BIROLI, F. Autonomia, preferências e assimetrias de recursos. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 31, n. 90, p. 40-56, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-69092016000100039&script=sci_abstract&tlng=pt

BONH, L. Inserção feminina na teoria e na prática: ensaios sob o olhar da economia feminista. 2017. 241f. Tese (Doutorado em economia)–Programa de Pós-Graduação em Economia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianopólis, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/180535

BOWLES, S. Endogenous preferences the cultural consequences of markets and other economic institutions. Journal of Economic Literature, V. XXXVI, p. 75-111, 1998.

BRAVO, D.; PUENTES, E. Female labor force participation and informal care of adults: evidence for a middle-income country. SDT, 353, 2012.

CAMARANO, A. A.; FERNANDES, D. A previdência social brasileira. In: ALCÂNTARA, A.; CAMARANO; A. A.; GIACOMIN, K. (Org.). Política nacional do idoso: velhas e novas questões. Rio de Janeiro: Ipea, 2016.

CARRASCO, C. La economía feminista: una apuesta por otra economía. In: VARA, M. J. (Org.). Estudios sobre género y economía Madrid: Akal, 2006, p. 29-62.

CARNEIRO, S. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Revista LOLA Press, n. 16, nov. 2001.

CASTRO, P. G.; TEIXEIRA, A. L.; LIMA, J. E. A relação entre os canais de transferência de conhecimento das Universidades/IPPS e o desempenho inovativo das firmas no Brasil. Rev. Bras. Inov, Campinas, SP, v. 13, n. 2, p. 345-370, jul./dez. 2014. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rbi/article/view/8649082

CHAMLOU, N.; MUZI, S.; AHMED, H. Understanding the determinants of female labor force participation in the Middle East and North Africa Region: the role of education and social norms in amman. Almalaurea Working Papers, n. 31, 2011.

CHIAPPORI, P. A. Introducing household production in collective models of labor supply. Journal of Political Economy, v. 105, n. 1, p. 191-209, 1997.

CHIAPPORI, P. A.; FORTIN, B.; LACROIX, G. Marriage market, divorce legislation and household labor supply. Journal of Political Economy, Chicago, v. 110, n. 1, p. 37-72, 2002.

COLLINS, P. H. Black feminist thought New York/London: Routledge, 2009. 335p.

COSTA, J. Determinantes da participação feminina no mercado de trabalho brasileiro. Dissertação (Mestrado em Economia)–Faculdade de Economia, Universidade de Brasília, Brasília, 2007. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/1624

CONTRERAS, D.; PLAZA, G. Cultural factors in women’s labor force participation in Chile. Feminist Economics, v. 16, n. 2, p 27-46, Apr. 2010.

CRUZ, A. E.; BAÇO, F. M.; PAZ, D. Determinantes da participação feminina no mercado de trabalho brasileiro: evidências utilizando probit. In: ENCONTRO NACIONAL DA ABET, 13, Curitiba. Anais… Curitiba: ABET, 2013.

DAVIS, A. As mulheres negras na construção de uma nova utopia. Cadernos do CEAS, n. 210, mar./abr. 2004.

DONATH, S. The other economy: a suggestion for a distinctively feminist economics. Feminist Economics, v. 6, n. 1, p. 115-123, 2000.

ENGLAND, P. Separative and soluble selves: dichotomus thinking in economics. In: FEBER, M. A.; NELSON, J. A. (Org.). Feminist economics today: beyond economic man. Chicago: The University of Chicago Press, 2003.

ENRÍQUEZ, C. R. La cuestión del cuidado: ¿El eslabón perdido del análisis económico? Revista CEPAL, n. 106, p. 23-36, 2012. Disponível em: https://www.cepal.org/es/publicaciones/11524-la-cuestion-cuidado-eslabon-perdido-analisis-economico

FALZONE, J. S. Married women’s labor force participation and the role of human capital: evidence from the United States. Clm.economía, v.17, p. 263-278, 2010.

FEBER, M. A feminist critique of the neoclassical theory of the family. In. MOE, K. (Org.). Women, family, and work: writings on the economics of gender. Blackwell Publishing, 2003. p. 9-23.

FEBER, M. A.; NELSON, J. A. Introducion: beyond economic man, ten yearss later. In: FEBER, M. A.; NELSON, J. A. (Org.). Feminist economics today: beyond economic man. Chicago: The University of Chicago Press, 2003.

FERNANDES, M. M. Estimação da oferta de trabalho com modelos coletivos: uma aplicação para o Brasil. 2008. 96f. Dissertação (Dissertação em Economia)–Programa de Pós Graduação em Economia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.

GUIMARÃES, P. W.; SANTOS, C. M. Determinantes da ocupação no mercado de trabalho de maridos e esposas. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional v. 6, n. 2, p. 23-43, maio/ago. 2010. Disponível em: https://www.rbgdr.com.br/revista/index.php/rbgdr/article/view/271

GUNATILAKA, R. To work or not to work? Factors holding women back from market work in Sri Lanka. New Delhi: ILO, 2013. Disponível em: https://www.ilo.org/newdelhi/whatwedo/publications/WCMS_250111/lang--en/index.htm

HAYO, B.; CARIS; T. Female labour force participation in the MENA region: the role of identity. RMEEF, v. 9, n. 3, p. 271-292, 2013.

HOTCHKISS, J. L. Changes in behavioral and characteristic determination of female labor force participation, 1975–2005. Economic Review Second Quarter, p. 1-20, 2006.

IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Notas técnicas Versão 1.5. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

LUNDBERG, S.; POLLAK, R. Separate spheres bargaining and the marriage market. Journal of Political Economy, Chicago, v. 10, n. 6, p. 988-1010, 1993.

MACIEL, M. C. A divisão do trabalho doméstico e a oferta de trabalho dos casais 2008. 93f. Tese (Tese em Economia)–Programa de Pós-Graduação em Economia-Pimes, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2008. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3719

MAZURKIEWICZ, A. Z. Gender, unpaid labour and economics. Acta Universitatis Lodziensis, Folia Oeconomica, v. 6, n. 326, 2016.

MELO, H. P.; SERRANO, F. A mulher como objeto da teoria econômica. In: AGUIAR, N. (Org.). Gênero e ciências humanas Rio de Janeiro: Rosa dos Ventos, 1997.

MUÑOZ, L. G, MODROÑO, P. R.; SERRANO, M. D. Work and time use by gender: a new clustering of European welfare systems. Feminist Economics, v. 17, n. 2, p. 125-157, 2011.

NELSON, J. Feminism and economics. Journal of Economic Perspectives, v. 9, n. 2, p. 131-148, 1995.

NTULI, M. Determinants of South African women’s labour force participation, 1995-2004 IZA, 2007. (Texto de Discussão, n. 3119).

OIT. Perspectivas sociales y del empleo en el mundo: tendencias del empleo femenino 2018 avance global. Ginebra: OIT, 2018. Disponível em: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---dcomm/---publ/documents/publication/wcms_619603.pdf

PAGÁN, J. A.; SÁNCHEZ, S. M. Gender differences in labor market decisions: evidence from rural Mexico. Economic Development and Cultural Change, v. 48, n. 3, p. 619-637, 2000.

PASSOS, L.; SOUZA, L. P. Mulheres negras: a base da estratificação social. In: ENCONTRO NACIONAL DA ABET, 16, Salvador. Salvador: ABET, 2019. Anais...

QUEIROZ, V. S.; ARAGÓN, J. A. O. Alocação de tempo em trabalho pelas mulheres brasileiras. Estud. Econ, São Paulo, v. 45, n. 4, p. 787-819, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ee/v45n4/0101-4161-ee-45-04-0787.pdf

RAMOS, L.; ÁGUAS, M.; FURTADO, L. Participação feminina na força de trabalho metropolitano: o papel do status econômico das famílias. Economia Aplicada, v. 15, n. 4, p. 595-611, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-80502011000400004

SCORZAFAVE, L. G. D. S.; MENEZES, N. A. participação feminina no mercado de trabalho brasileiro: evolução e determinantes. Pesquisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, v. 31, n. 3, p. 441-478, 2001. Disponível em: http://ppe.ipea.gov.br/index.php/ppe/article/viewFile/151/86

SEDLACEK, G. L.; SANTOS, E. C. A mulher cônjuge no mercado de trabalho como estratégia de geração de renda familiar. Pesquisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 449-470, 1991. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=2512

SIRANNI, C.; NEGREY, C. Working time as gendered time. Feminist Economics, v. 6, n. 1, p. 59-76, 2000.

SHIAMBRE, H.; MOTSWAPONG, M. Female participation in the labour market of Botswana: results from the 2005/06 labour force survey data. Botswana Journal of Economics, v. 7, n. 11, p. 65-77, 2010.

SORSA, P.; MARES, J.; DIDIER, M.; GUIMARAES, C.; RABATE, M.; TANG, G.; TUSKE, A. Determinants of the low female labour force participation in India OECD, 2015. (Working Papers n. 1207).

TEIXEIRA, M. O. Um olhar da economia feminista para as mulheres: os avanços e as permanências das mulheres no mundo do trabalho entre 2004 e 2013.2018.228f. Tese (Tese em Economia)–Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 2017. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/330990/1/Teixeira_MarilaneOliveira_D.pdf

TINGUM, E. N. Female labor force participation and sectoral choices for females in Cameroonian labor market. International Journal of Innovation and Scientific Research, v. 21, n. 1, p. 118-129, 2016.

VERMEULEN, F. Collective household models: principles and main results. Journal of Economic Surveys, Edinburgh, v. 16, n. 4, p. 533-564, 2002.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Economia e Sociedade

Downloads

Não há dados estatísticos.