Banner Portal
Evolução do emprego feminino no mercado de trabalho brasileiro
PDF

Palavras-chave

Emprego feminino
Shift-share
Brasil

Como Citar

CARVALHO, Polliany Aparecida de; VIEGO, Valentina. Evolução do emprego feminino no mercado de trabalho brasileiro: uma análise shift-share entre 2003 e 2018. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 32, n. 1, p. 207–224, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8673232. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Nos últimos três quinquênios, o Brasil reduziu consideravelmente o gap de emprego entre homens e mulheres: enquanto o emprego formal masculino aumentou 46% entre 2003 e 2018, o feminino cresceu 74%, constatando maior participação das mulheres no mercado de trabalho. Essa tendência é compartilhada na região da América Latina. Parte disso pode ser explicado por fatores setoriais (hipótese de segregação), especificamente a saída das mulheres dos empregos nos setores agrícola e industrial e o aumento do emprego feminino nos serviços. O objetivo deste artigo é decompor as fontes de variação do emprego feminino no Brasil no período de 2003-2018. A análise é baseada no método shift-share, que permite mensurar, por meio da decomposição do crescimento do emprego, a contribuição agregada, setorial e de gênero. Os cálculos são apresentados para três subperíodos: 2003-2011, 2011-2014 e 2014-2018, os quais correspondem a diferentes fases dinâmicas do mercado de trabalho brasileiro. Os resultados mostraram que os componentes que mais impulsionaram o emprego feminino foi o agregado, seguido de gênero.

PDF

Referências

ALVES, Giovanni. La precarización salarial y el capitalismo en Brasil. Un balance de la década del neodesarrollismo. Ecuador Debate, v. 94, p. 99-113, 2015.

ASLAN SOUEN, Jacqueline. A política de valorização do salário mínimo e seus determinantes no contexto da retomada econômica, 2003-2010. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, ABEP, 18, Águas de Lindóia, SP – Brasil, 19 nov. 2012

BARBOSA FILHO, Fernando de Holanda; MOURA, Rodrigo Leandro de. Evolução recente da informalidade no Brasil: uma análise segundo características da oferta e demanda de trabalho. 2012.

BARBOSA FILHO, Fernando; PESSOA, Samuel. Pessoal ocupado e jornada de trabalho: uma releitura da evolução da produtividade no Brasil. Revista Brasileira de Economia, v. 68, n. 2, p. 149-169, 2014

BLAU, Francine; WINKLER Anne. The economics of women, men and work New York, Oxford Univesity Press, 2017.

BORROWMAN Mary e KLASEN Stephan, Drivers of gendered sectoral and occupational segregation in developing countries. Feminist Economics, v. 26, p. 62-94, 2020.

BRUSCHINI, Maria Cristina A. Trabalho e gênero no Brasil nos últimos dez anos. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, p. 537-572, 2007.

CAVALCANTE Luiz F e DE NEGRI Fernanda. Evolução recente dos indicadores de produtividade no Brasil. In: DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. F. (Ed.). Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes. Brasília: 2012. v. 1, p. 144-171.

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA – CEPEA. Mulheres no agronegócio Piracicaba, jan. 2019. v. 2.

CHARLES, Maria. Deciphering sex segregation: vertical and horizontal inequalities in ten national labor markets. Acta Sociologica, v. 46, n. 4, p. 267-287, 2003.

CIELO, Ivanete Daga; WENNINGKAMP, Keila Raquel; SCHMIDT, Carla Maria. A participação feminina no agronegócio: o caso da Coopavel–Cooperativa Agroindustrial de Cascavel. Revista Capital Científico-Eletrônica (RCCҽ), v. 12, n. 1, p. 59-77, 2014.

DE PAULA LEITE, Marcia. Gênero e trabalho no Brasil: os desafios da desigualdade. Revista Ciências do Trabalho, n. 8, p. 55-78, 2017.

DIEESE. O mercado de trabalho assalariado rural brasileiro. Estudos e Pesquisas, n. 74, out. 2014.

DRUCK, Graça. A precarização social no trabalho no Brasil: alguns indicadores. In: ANTUNES, Ricardo (Ed.). Riqueza e miséria do trabalho no Brasil São Paulo: Boitempo, 2013. p. 55-73.

FERNANDES, Carlândia Brito Santos; CUNHA, Marina Silva. As transformações recentes no mercado de trabalho paranaense: uma aplicação do método shift-share. Revista de Economia, v. 37, n. 1, p. 103-128, 2011.

Filgueiras, Luiz; Gonçalves, Reinaldo. A economia política do Governo Lula Rio de Janeiro: Contraponto, 2007.

GADDIS Isis; KLASEN Stephan, Economic development, structural change and women’s labor force participation: an examination of the feminization U hypothesis. Journal of Population Economics, v 27, p. 631-681, 2014.

HIRATA, Helena. Reestruturação produtiva, trabalho e relações de gênero. Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo, São Paulo, ALAST, Ano 4, n. 7, 1998.

ILO. Global employmenttrends for women Geneva, 2012.

ILO. Women at work Geneva, 2016.

LAVINAS, Lena; BARSTED, Leila Linhares. Mudanças na sociedade salarial, regulamentação e emprego feminino Anais.. p. 547-557, 2016.

LOMBARDI, Maria R. Engenheiras brasileiras: inserção e limites de gênero no campo profissional. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 127, 2006.

MACIEL, Francieli Tonet; OLIVEIRA, Ana Maria Hermeto C. de. Informalidade e segmentação do mercado de trabalho brasileiro nos anos 2000: uma decomposição quantílica de diferenciais de rendimentos. Revista de Economia Contemporânea, v. 22, n. 2, 2018.

MARQUES, Léa et al. Informalidade: realidades e possibilidades para o mercado de trabalho brasileiro. São Paulo, SP: Fundação Perseu Abramo, 2018.

MATOS, Ralfo; FERREIRA, Rodrigo. O Brasil em crise e a dinâmica de emprego formal nas regiões brasileiras em períodos recentes. XIII Enampege, São Paulo, 2-7 set.

MATTEI, Taíse Fátima; DA CUNHA, Marina Silva. A crise econômica brasileira e seus efeitos sobre o emprego formal: uma decomposição shift-share estocástica. Orbis Latina, v. 10, n. 1, p. 116-138, 2020.

MATTOS Fernando A. Programas sociais e redução da taxa de desemprego no Brasil hasta 2013. Revista Eptic, v. 18, n. 1, p. 19-38, 2016.

MIGUEZ Thiago, MORAES Thiago. Produtividade de trabalho e mudança estrutural: uma comparação internacional com base no world input-output database (WIOD) 1995-2009. In: DE NEGRI; CAVALCANTI (Ed.). Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes. Brasília, 2012. v. 1, p. 201-247.

OLIVEIRA PASOS, Roberval; IRIART, Jorge Alberto. Representações do trabalho entre trabalhadores informais da construção civil. Psicologia em Estudo, Maringá, PR, v. 13, n. 3, p. 437, 2008.

PINHEIRO, Luana et al. Retrato das desigualdades de gênero e raça 2009.

POCHMANN, Marcio. Estrutura de classe do capitalismo industrial em transição. In: CLASSES? Que classes? São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2013.

RIOS-NETO, Eduardo, WAJNMAN, Simone. Participação feminina na população economicamente ativa no Brasil: alternativas para projeções de níveis e padrões. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 24, n. 2, ago. 1994.

SILVA, José Antonio Rodrigues; MONTE, Paulo Aguiar. Dinâmica regional e setorial do emprego no Brasil: 1997 a 2007. Revista de Economia, v. 37, n. 2, 2011.

SIMOES, Pedro H.; ALVES, Jose E.; SILVA, Pedro. Transformações e tendências do mercado de trabalho no Brasil entre 2001 e 2015: paradoxo do baixo desemprego? Revista Brasileira de Estudos de População, v. 33, n. 3, p. 541-566, 2016.

SCORZAFAVE, Luiz Guilherme; MENEZES-FILHO, Naércio Aquino. Participação feminina no mercado de trabalho brasileiro: evolução e determinantes. Revista Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, v. 31, p. 441-478, 2001.

VAZ, Daniela. Segregação hierárquica de género no setor público brasileiro. IPEA Mercado de Trabalho, v. 42, p. 27-36, 2010.

VELOSO, Fernando; MATOS, Silvia; COELHO, B. Produtividade do trabalho no Brasil: uma análise setorial. IBRE/FGV, 2015. (Texto para Discussão, n. 85).

VELOSO, Fernando; MATOS, Silvia; COELHO, B. Produtividade do trabalho no Brasil: uma análise dos resultados setoriais desde meados da década de 90. In: SEMINÁRIO de Produtividade e Reformas IBRE/FGV, 4 dez. 2019.

VIECELI, Cristina Pereira. Economia e relações de gênero e raça: uma abordagem sobre o emprego doméstico no Brasil. 188f. 2015. Dissertação (Mestrado em Economia)–Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015.

WAJNMAN, Simone. Tendências prospectivas de crescimento da população economicamente ativa no Brasil. Cedeplar/UFMG, fev. 1997. (Texto para Discussão, n. 111).

WAJNMAN, Simone; PERPÉTUO, Ignez Helena O. A redução do emprego formal e a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro. Nova Economia, v. 7, n. 1, p. 123-147, 1997.

WAMBOYE, Evelyn F.; ADEKOLA, Abel F.; SERGI, Bruno S. Sectoral shifts and women’s employment: a study of thirty-nine least developed countries. Journal of Economic Issues, v. 49, n. 4, p. 1045-1076, 2015.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Economia e Sociedade

Downloads

Não há dados estatísticos.