Banner Portal
Investimentos e inovação no Brasil contemporâneo
PDF

Palavras-chave

Investimentos
Inovação
Pós-keynesianos
Neoschumpeterianos
Brasil

Como Citar

LOPES, Herton Castiglioni; CONCEIÇÃO, Octavio Augusto Camargo. Investimentos e inovação no Brasil contemporâneo: uma interpretação pós-keynesiana e neoschumepteriana das decisões dos empreendedores brasileiros. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 32, n. 2, p. 333–354, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8674528. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

As decisões individuais são objeto de forte discussão entre os diferentes campos de pesquisa na economia. Decisões de investimento e inovação afetam de forma direta o desempenho econômico das nações. Duas abordagens teóricas são objeto de discussão neste trabalho: as teorias (pós) keynesiana e (neo) schumpeteriana. A proposta do texto é explicar o comportamento dos investimentos e da inovação no Brasil contemporâneo enfocando o âmbito das decisões individuais. Embora tais variáveis e seus determinantes tenham conotações macroeconômicas, seus comportamentos merecem ser avaliados a partir das ações dos indivíduos e das firmas e dos fatores que inibem ou estimulam as deliberações de investimento e inovação. A partir das teorias keynesiana e neoschumpeteriana, propõe-se uma interpretação para o caso brasileiro demonstrando-se como fatores macroeconômicos e estruturais impactam no modelo cognitivo dos empreendedores, inibindo sua propensão aos investimentos produtivos e à inovação tecnológica.

PDF

Referências

ABRAMOVITZ, M. Catching up, forging ahead and falling behind. Journal of Economic History, New York, v. 46, n. 2, p. 385-406, 1986.

AREND, M. A industrialização do Brasil ante a nova divisão internacional do trabalho. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –Ipea, 2015. (Texto para Discussão).

ALMEIDA, M. O Novo Estado Desenvolvimentista e o Governo Lula. Revista Economia & Tecnologia, Ano 07, Volume Especial, p. 69-89, 2011.

ARTHUR, W. B. Competing technologies, increasing returns, and lock-in by historical events. The Economic Journal, v. 99, n. 394, p. 116-131, Mar. 1989.

BARBOSA, N.; SOUZA, J. A. P. A inflexão do Governo Lula: política econômica, crescimento e distribuição de renda. In: SADER, E.; GARCIA, M. A. (Org.). Brasil: entre o passado e o futuro. São Paulo: Fundação Perseu Abramo e Editora Boitempo, 2010. Disponível em: http://nodocuments.files.wordpress.com/2010/03/barbosa-nelson-souza-jose-antonio-pereira-de-a-inflexao-do-governo-lula-politica-economica-crescimento-e-distribuicao-de-renda.pdf. Acesso: 27 jul. 2015.

BATEMAN, B. W. “Human logic” and Keynes’ economics: a comment. Eastern Economic Journal, v. 15, n. 1, p. 63-67, 1989. BECKER, M. C. Organizational routines: a review of the literature. Industrial and Corporate Change, v. 13, n. 4, p. 643-677, 2004.

BIELCHOWSKY, R. (Org.). Cinqüenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

BRESSER-PEREIRA, L. C. Macroéconomie développementiste. Palestra no Institut des Amériques, Paris, 2014a.

BRESSER-PEREIRA, L. C. Reflecting on New Developmentalism. São Paulo: EESP/FGV, 2014b.

BRESSER-PEREIRA, L. C. O Brasil e o novo desenvolvimentismo. Interesse Nacional, 2011.

BRESSER-PEREIRA, L. C.; ARAÚJO, E.; GALA, P. An empirical study of the substitution of foreign for domestic savings in Brazil. Revista de EconomiA da ANPEC, v. 15, n. 1, p. 54-67, 2014.

BRESSER-PEREIRA, L. C.; GALA, P. Macroeconomia estruturalista do desenvolvimento. Revista de Economia Política, v. 30, n. 4 (120), p. 663-686, 2010.

BRESSER-PEREIRA, L. C.; GALA, P. Por que a poupança externa não promove crescimento. Revista de Economia Política, v. 27, n. 1, p. 3-19, 2007.

CARNEIRO, R. Impasses do desenvolvimento brasileiro: a questão produtiva. Campinas: IE/Unicamp, 2008. 56p. (Texto para Discussão, n. 153).

CANO, W. Desindustrialização no Brasil é real e estrutural. Campinas: Unicamp. IE. Cede, 2015. Disponível em: https://www3.eco.unicamp.br/cede/centro/146-destaque/508-desindustrializacao-no-brasil-e-real-e-estrutural. Acesso em:1 dez. 2015. CARABELLI. A. On Keynes’s method. London: Macmillan, 1988. CARDOSO, F.; LIMA, G. T. A visão de Keynes do sistema econômico como um todo orgânico complexo. Economia e Sociedade, v. 17, n. 3, p. 359-381, 2008. CHANG, H-J. Chutando a escada: a estratégia de desenvolvimento em perspectiva histórica. São Paulo: Editora da Unesp, 2004. CHICK, V. Macroeconomics after Keynes: a reconsideration of the General Theory. Cambridge: The MIT Press, 1983. CNI – Confederação Nacional da Indústria. 2021. Indústria brasileira perde mais uma posição no ranking mundial em 2021. Disponível em: https://www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/desempenho-da-industria-no-mundo. Acesso em: 10 Nov. 2021.

DAVIS, J. Keynes on atomism and organicism. The Economic Journal, v. 99, p. 1159-1172, 1989.

DAVIS, J. B. Human action and agency. In: O’HARA, P. A. (Ed.). Encyclopedia of political economy. London: Routledge, 1999.

DEQUECH, D. Expectations and confidence under uncertainty. Journal of Post Keynesian Economics, v. 21, n. 3, p. 415-430, 1999.

DEQUECH, D. Rationality and institutions under uncertainty. Ph.D. Thesis. Cambridge, University of Cambridge, 1998, p. 200. DOW, S. Animal spirits and organization. Journal of Post-Keynesian Economics, v. 37, n. 2, p. 211-231, 2014.

DOW, S. C. Keynes on knowledge, expectations and rationality. In: PHELPS, E. S.; FRYDMAN, R. (Ed.). Rethinking expectations: the way forward for macroeconomic. Princeton University Press, 2012.

DOSI, G. Sources, procedures and microeconomic effects of innovation. Journal of Economic Literature, v. 26, n. 3, p. 1120-1171, Sept. 1988.

DOSI, G. The nature of innovative process. In: DOSI, G. et al. Technical change and economic theory. London: Printer, 1988b.

DOSI, G. Technological paradigms and technological trajectories: a suggested interpretation of the determinants and directions of technical change. Research Policy, v. 22, n. 2, p. 102-103, Apr. 1993.

DOSI, G.; ORSENIGO, L. Coordination and transformation: an overview of structures, behaviour and change in evolutionary environments. In: DOSI, G. et al. Technical change and economic theory. London: Printer, 1988.

DUAYER, M. Ontologia Social Organicista Pós-Keynesiana: ruptura com o neoclassicismo. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 190-217, 1995.

ERBER, F. S. As convenções de desenvolvimento no Governo Lula: um ensaio de economia política. Revista de Economia Política, v. 31, n. 1, p. 31-55, jan./mar. 2011. FERRARI FILHO, F.; CONCEIÇÃO, O. A. C. The concept of uncertainty in Post Keynesian Theory and in institutional economics. Journal of Economic Issues, New York, v. 34, n. 3, p. 579-594, 2005.

FAGERBERG, J. Schumpeter and the revival of evolutionary economics: an appraisal of the literature. Journal of Evolutionary Economics, v. 13, p. 125-159, 2003.

FONSECA, P. C. D.; CUNHA, A. M. BICHARA, J. S. O Brasil na Era Lula: retorno ao desenvolvimentismo? Revista Nova Economia, v. 23, n. 2, p. 403-428, 2013.

FREEMAN, C.; PEREZ, C. Structural crisis of adjustment: business cycles and investment behaviour. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (Ed.). Technical change and economic theory. London: Pinter, 1988. p. 38-66.

GONÇALVES, R. Governo Lula e o Nacional-Desenvolvimentismo às avessas. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, n. 31, 2012.

HAMOUDA, O. F.; SMITHIN J. N. Some remarks on uncertainty and economic analysis. Economic Journal, v. 98, n. 389, p. 159-164,1988.

HODGSON. G. M. Choice, habit and evolution. Journal of Evolutionary Economics, v. 20, n. 1, p. 1-18, Jan. 2010.

HODGSON, G. M. Institutions and individuals: interaction and evolution. Organization Studies, Thousand Oaks (USA), v. 28, n. 1, p. 95-116, 2007.

HODGSON, G. M. The nature and replication of routines. In: BECKER, M. C.; LAZARIC, N. (Org.). Organizational routines: advancing empirical research. Cheltenham, U.K.: Edward Elgar: 2009. p. 26-44.

IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Recuo da alta tecnologia nas exportações industriais de 2020. Carta IEDI, 2021. Disponível em https://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_1060.html. Acesso em: 15 nov. 2021.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. SCN – Sistema de Contas Nacionais. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9052-sistema-de-contas-nacionais-brasil.html?=&t=resultados. https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=71719. Acesso em: 20 nov. 2021.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Biblioteca. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=71719. Acesso em: 20 nov. 2021.

RUNDE, J. Keynesian uncertainty and weight of arguments. Economics and Philosophy, v. 6, n. 2, p. 275-292, Oct. 1990.

SHAKCLE, G. L. S. Expectation, enterprise and profit: the theory of the firm. London: Allen & Unwin, 1970.

KEYNES, J. M. The end of laissez-faire. London: Prometheus Books, 1926.

KEYNES, J. M. Treatise on probability. London: MacMillan and Co., 1921.

KEYNES, J. M. The General Theory of Employment, Interest and Money. New York: HBJ Book, 1964.

KEYNES, J. M. Essays in Biography. In: THE COLLECTED Writings of John Maynard Keynes, vl. X. London: Macmillan, [1936] 1972.

KIM, L. Da imitação à inovação: a dinâmica do aprendizado tecnológico da Coreia. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005.

LAKATOS, I. O falseamento e a metodologia dos programas de pesquisa científica. In: LAKATOS, I.; MUSGRAVE, A. (Org.). A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo: Cultrix, 1979.

LAVOIE, M. La necesidad de una alternativa. In: CRÍTICA a la economía ortodoxa. Seminario de Economía Crítica TAIFA. Bellaterra: Universitat Autònoma de Barcelona, 2004. MAZZUCATO, M. Building the entrepreneurial state: a new framework for envisioning and evaluating mission-oriented public investments. Mission-Oriented Finance for Innovation conference, London, 2014a. MAZZUCATO, M. O Estado empreendedor: desmascarando o mito do setor público vs. setor privado. São Paulo: Portfolio-Penguin, 2014b. MIGUEZ, T. H. L. Evolução da formação bruta de capital fixo na economia brasileira 2000-2013: uma análise multissetorial a partir das Matrizes de Absorção de Investimento (MAIs). Tese (Doutorado)–Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Economia, Programa de Pós-Graduação em Economia da Indústria e Tecnologia, 2016. 155p.

NASSIF, A. Há evidências de desindustrialização no Brasil? Revista de Economia Política, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 72-96, mar. 2008.

NELSON, R. R.; WINTER, S. G. An evolutionary theory of economic change. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1982.

NELSON, R. R.; SAMPAT, B. N. Las instituciones como factor que regula el desempeño económico. Revista de Economia Institucional, Bogotá, Colômbia, v. 2 n. 5, p. 17-51, 2001.

NOVY, A. O retorno do Estado desenvolvimentista no Brasil. Indicadores Econômicos FEE, v. 36, n. 4, p. 121-128, 2009.

NOVY, A. Política e economia, outra vez articuladas. Le Monde Diplomatique Brasil, ano 3, n. 27, p. 6-7, 2015.

OREIRO, J. L.; FEIJÓ, C. A. Desindustrialização: conceituação, causas, efeitos e o caso brasileiro. Revista de Economia Política, v. 30, n. 2 (118), p. 219-232, abr./jun. 2010.

PAULA, L. F.; PIRES, Manoel. Crise e perspectivas para a economia brasileira. Estudos Avançados, v. 89, n. 31, 2017.

PAULANI, L. Brasil delivery: razões, contradições e limites da política econômica dos primeiros seis meses do governo Lula. In: PAULA, J. A de. A economia política da mudança. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

PEREZ, C. Cambio tecnológico y oportunidades de desarrollo como Blanco móvil. Revista de la Cepal, Santiago de Chile, n. 75, p. 115-136, Dic. 2001.

PEREZ, C. Revoluciones tecnológicas y capital financiero: la dinámica de las grandes burbujas financieras y las épocas de bonanza. México: Siglo XXI, 2004.

PEREZ, C. Technological revolutions and techno-economic paradigms. Technology Governance, 2009. (Working Papers in Technology Governance and Economic Dynamics, n. 20).

PROTEC. Pró-inovação tecnológica. Monitor do Déficit Tecnológico, 2011. Disponível em http://protec.org.br/uploads/paginas/file/publicacoes/Monitor%20do%20d%C3%A9ficit%20tecnol%C3%B3gico%2010%20-%20Resumo%20de%202013.pdf. Acesso em: 1 dez. 2015.

ROTHEIM, R. J. Organicism and the role of individual in Keynes’s thought. Journal of Post-Keynesian Economics, v. 12, n. 2, p. 316-326, 1989-1990.

ROWTHORN, R.; RAMASWANY, R. Growth, trade and deindustrialization. IMF Staff Papers, v. 46, n. 1, 1999. RUNDE, J. Keynesian uncertainty and the weight of arguments. Economics and Philosophy, v. 6, n. 2, p. 275-292, 1990.

SHAKCLE, G. L. S. Expectation, enterprise and profit: the theory of the firm. London: Allen & Unwin, 1970.

SCHUMPETER, J. A. Capitalismo socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1984.

SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1985.

SICSÚ, J. Políticas não-monetárias de controle da inflação: uma proposta pós-keynesiana. Análise Econômica, Porto Alegre, ano 21, n. 39, p. 115-136, 2002.

SKIDELSKY, R. Keynes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.

UNIDO. International Yearbook of Industrial Statistics. Vienna: United Nations Industrial Development Organization, 2017.

VERCELLI, A. Weight of argument and economic decisions. Department of Economic Policy, 2010. (Finance and Development Working Papers, n. 6,

VERCELLI, A. Preferência pela liquidez e valor da opção. Economia e Sociedade, Campinas, n. 12, jun. 1999.

VIOTTI, E. B. Inovação tecnológica na indústria brasileira: um exercício no uso de indicadores de inovação e algumas propostas para seu aperfeiçoamento. Parcerias Estratégicas, Brasília, DF, n. 20, jun. 2005. (Seminários temáticos para 3º conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação).

WINSLOW, E. G. “Human Logic” and Keynes’ Economics. Eastern Economic Journal, v. 12, n. 4, p. 413-430, 1986.

WINSLOW, E. G. “Human logic” and Keynes’ economics: a reply to Bateman”. Eastern Economic Journal, v. 12, n. 4, p. 67-70, 1989.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Economia e Sociedade

Downloads

Não há dados estatísticos.