Banner Portal
A presença da economia feminista na ciência econômica brasileira
PDF

Palavras-chave

Feminismo na economia
Crítica feminista
Viés androcêntrico

Como Citar

BOHN, Liana; CATEL, Eva Yamila Amanda da Silva. A presença da economia feminista na ciência econômica brasileira: avaliação da produção acadêmica na área entre 1990 e 2015 . Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 32, n. 3, p. 691–718, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8675572. Acesso em: 4 maio. 2024.

Resumo

A crítica feminista à Economia, representada pela Economia Feminista, é um campo de discussão promissor no ambiente acadêmico mundial, e suas manifestações, no Brasil, ainda parecem incipientes. Tendo por objetivo verificar sua inserção efetiva na produção científica do país, o presente ensaio analisa os periódicos brasileiros que possuem as melhores avaliações na área de Economia, totalizando mais de 40 mil artigos, de modo a identificar os esforços que convergem para a Economia Feminista no período entre 1990 e 2015. Como resultado, tem-se que, no limitado campo de produção que coloca a mulher como objeto de pesquisa na Economia, os trabalhos com enfoque em Economia Feminista são ainda mais restritos, representando 0,23% das publicações avaliadas. Esse valor, mesmo diminuto, pode estar superestimado, dado o perfil dos autores e a proximidade da disciplina com a crítica feminista em outras áreas do pensamento.

PDF

Referências

AERNI, A. L.; BARTLETT, R. L.; LEWIS, M.; MCGOLDRICK, K. M.; SHACKELFORD, J. Toward a feminist pedagogy in economics. Feminist Economics, [s. l.], v. 5, n. 1, p. 29-44, 1999.

AQUILINI, G. O trabalho não remunerado e as mulheres. Gênero, Niterói, v. 16, n. 2, p. 149-171, 2016.

BANDEIRA, L. Importância e motivações do Estado Brasileiro para pesquisas de uso do tempo no campo de gênero. Revista Econômica, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 47-63, jun. 2010.

BARKER, D. Emancipatory for whom? A comment on critical realism. Feminist Economics, [s. l.], Houston, v. 9, n. 1, p. 103-108, 2003.

BARKER, D. Feminist economics as a theory and method. In: FIGART, D. M.; WARNECKE, T. L. (Ed.). Handbook of research on gender and economic life. Cheltenham: Edward Elgar Publishing, 2013.

BARKER, D.; KUIPER, E. Toward a feminist philosophy of economics. New York: Routledge, 2003.

BECKER, G. A theory of allocation of time. The Economic Journal, Oxford, v. 75, n. 299, p. 493-517, set. 1965.

BECKER, G. Economics of family: Marriage, Children and Human Capital. Chicago: University of Chicago Press, 1974.

BILAC, E. D. Trabalho e família: articulações possíveis. Tempo Social, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 129-145, 2014.

BORDERÍAS, C.; CARRASCO, C. Introducción – Las mujeres y el trabajo: aproximaciones históricas, sociológicas y económicas. In: BORDERÍAS, C.; CARRASCO, C.; ALEMANY, C. (org.). Las mujeres y el trabalho: rupturas conceptuales. Barcelona: Icaria, 1994. p. 15-110.

BORIS, E. Produção e reprodução, casa e trabalho. Tempo Social, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 101-121,2014.

BUTLER, J. Fundamentos contingentes: o feminismo e a questão do “pós-modernismo”. Cadernos Pagu, Campinas, v. 11, p. 11-42, 1998.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

CARRASCO, C. Introducción: hacia una Economía Feminista. In: CARRASCO, C. (Ed.). Mujeres y Economia: nuevas perspectivas para viejos y nuevos problemas. Barcelona: Icaria/Antrazyt, 1999.

CARRASCO, C. La economía feminista: una apuesta por otra economía. In: VARA, M. J. (Coord.). Estudios sobre género y economía. Madrid: Akal, 2006, p. 29-62.

CARRASCO, C. Mujeres, sostenibilidad y deuda social. Revista de Educación, p. 169-191, 2009. Número extraordinário.

CARRASCO, C. Estatísticas sob suspeita: proposta de novos indicadores com base na experiência das mulheres. São Paulo: SOF, 2012.

CASTILHO, M.; MELO, H. P.; DI SABBATTO, A. Trabalho produtivo e reprodutivo na vida das operárias manauaras. Gênero, Niterói, v. 16, n. 1, p. 133-153, 2015.

ENGLAND, P. The separative self: androcentric bias in Neoclassical Assumptions. In: FERBER, M. A.; NELSON, J. A. (Ed.). Beyond economic man: feminist theory and economics. Chicago: The University of Chicago Press, 1993.

ESPINO, A. Un marco de análisis para el fomento de las políticas de desarrollo productivo con enfoque de género. [S. l.]: Cepal, 2005. (Serie Mujer y Desarrollo).

ESPINO, A. Trabajo y género: un viejo tema, ¿nuevas miradas? Nueva Sociedad, Caracas, v. 232, p. 86-102, mar./abr. 2011.

ESPINO, A. Subjective definitions of work: the use of discussion groups to measure subjective dimensions of women’s economic empowerment in Uruguay. In: MARTINEZ-RESTREPO, S.; RAMOS-JAIMES, L. (Ed.). Measuring women’s economic empowerment: critical lessons from South America. Bogotá: La Imprenta Editores S.A., 2017.

ESPINO, A.; AZAR, P. Changes in economic policy regimes in Uruguay from a gender perspective, 1930-2000. In: BERIK, G.; RODGERS, Y. M.; ZAMMIT, A. (Ed.). Social justice and gender equality: rethinking development strategies and macroeconomic policies. New York: Routledge, 2009.

ESQUIVEL, V. (Ed.). La economía feminista desde América Latina: una hoja de ruta sobre los debates actuales en la región. Santo Domingo: ONU Mujeres, 2012.

ESQUIVEL, V. The rights-based approach to care policies: Latin American experience. International Social Security Review, Hoboken, v. 70, n. 4, p. 87-103, 2017.

ESQUIVEL, V. Care policies in the South. In: SHAVER, S. (Ed.). Handbook on gender and social policy. Cheltenham: Edward Elgar Publishing Limited, 2018.

ESQUIVEL, V.; BUDLENDER, D.; FOLBRE, N.; HIRWAY, I. Explorations: time-use surveys in the south. Feminist Economics, [s. l.], v. 14, n. 3, p. 107-152, 2008.

FERBER, M. A. The study of economics: a feminist critique. The American Economic Review, Nashville, v. 85, n. 2, p. 357-361, May 1995.

FERBER, M. A.; NELSON, J. A. (Ed.) Beyond economic man: feminist theory and economics. Chicago: The University of Chicago Press, 1993.

FERNANDEZ, B. P. M. A epistemologia de Hugh Lacey em diálogo com a economia feminista: neutralidade, objetividade e pluralismo. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 359-385, maio/ago. 2008.

FIGART, D. M.; WARNECKE, T. L. (Ed.). Handbook of research on gender and economic life. Cheltenham: Edward Elgar Publishing, 2013.

GAGO, V.; CAVALLERO, L. Una lectura feminista de la deuda. Buenos Aires: Tinta Limón, 2020.

HARDING, S. Introduction: is there a feminist method? In: HARDING, S. (Ed.). Feminism and methodology: social science issues. Bloomington: Indiana University Press, 1987.

HEWITSON, G. Robinson Crusoe in the family: feminist economics and lost in space. Melbourne: La Trobe University, 2001a. (Discussion Papers, Series A 01.02).

HEWITSON, G. A survey of feminist economics. Melbourne: La Trobe University, 2001b. (Series A 01.01).

HIMMELWEIT, S. The discovery of “unpaid work”: the social consequences of the expansions of “work”. Feminist Economics, [s. l.], v. 1, n. 2, p. 1-19, 1995.

HIRATA, H. Gênero, classe e raça: interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 61-73, jan./jun. 2014.

HOLLANDA, H. B. Explosão feminista: arte, cultura, política e universidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

JENNINGS, A. L. Public or private? Institutional economics and feminism. In: FERBER, M. A.; NELSON, J. A. (Ed.). Beyond economic man: feminist theory and economics. Chicago: The University of Chicago Press, 1993.

KON, A. A economia política do gênero: determinantes da divisão do trabalho. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 22, n. 3(87), p. 89-106, jul./set. 2002.

KUIPER, E.; SAP, J. (Ed.). Out of the margin: feminist perspectives on economics. New York: Routledge, 1995.

LAKE, M. The Independence of women and the brotherhood of man: debates in the labour movement over equal pay and motherhood endowment in the 1920s. Labour History, v. 63, p. 1-25, Nov. 1992.

MADALOZZO, R.; MARTINS, S. R.; SHIRATORI, L. Participação no mercado de trabalho e no trabalho doméstico: homens e mulheres têm condições iguais? Estudos Feministas, Florianópolis, v. 18, n. 2, p. 547-566, maio/ago. 2010.

MCCLOSKEY, D. Some consequences of a conjective economics. In: FERBER, M. A.; NELSON, J. A. (Ed.). Beyond economic man: feminist theory and economics. Chicago: The University of Chicago Press, 1993.

MELO, H. P.; CASTILHO, M. Trabalho reprodutivo no Brasil: quem faz? Revista de Economia Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 135-158, jan./abr. 2009.

MELO, H. P.; CONSIDERA, C. M.; DI SABBATO, A. Os afazeres domésticos contam? Economia e Sociedade, Campinas, v. 16, n. 3(31), p. 435-454, dez. 2007.

MELO, H. P.; MORANDI, L. Mensurar o trabalho não-pago no Brasil: uma proposta metodológica. Economia e Sociedade, Campinas, v. 30, n. 1(71), p. 187-210, jan./abr. 2021.

MELO, H. P.; OLIVEIRA, A. B. A produção científica brasileira no feminino. Cadernos Pagu, Campinas, v. 27, p. 301-331, jul./dez. 2006.

MELO, H. P.; OLIVEIRA, A. B. Mercado de trabalho e a Previdência Social – um olhar feminista. Econômica, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 79-110, dez. 2009.

MILL, J. S. A sujeição das mulheres. São Paulo: Escala, 2006.

NELSON, J. A. The study of choice or the study of provisioning? Gender and the definition of economics. In: FERBER, M. A.; NELSON, J. A. (Ed.). Beyond economic man: feminist theory and economics. Chicago: The University of Chicago Press, 1993.

NELSON, J. A. Feminism and economics. Journal of Economic Perspectives, [s. l.], v. 9, n. 2, p. 131-148, 1995.

NELSON, J. A. Feminism, objectivity and economics. London: Routledge, 1996.

NELSON, J. A. Feminist economics. In: DURLAUF, S. N.; BLUME, L. E. (Ed.). The New Palgrave Dictionary of Economics. 2. ed. London: Palgrave Macmillan, 2008.

NUSSBAUM, M. Women and human development: the capabilities approach. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

OROZCO, A. P. Economía del género y economía feminista: conciliación o ruptura? Revista Venezoelana de Estudios de La Mujer, Caracas, v. 10, n. 24, p. 43-64, 2005.

OROZCO, A. P. Perspectivas feministas en torno a la Economía: el caso de los cuidados. Madrid: Consejo Económico y Social, 2006. (Colección Estudios).

PASSOS, L. Conciliação entre trabalho e família e individualização das mulheres brasileiras. Gênero, Niterói, v. 16, n. 1, p. 17-132, 2015.

PICCHIO, A. Visibilidade analítica y política del trabajo de reproducción social. In: CARRASCO, C. (Ed.). Mujeres y economia: nuevas perspectivas para viejos y nuevos problemas. Barcelona: Icaria/Antrazyt, 1999.

PUJOL, M. Into the margin! In: BARKER, D. K.; KUIPER, E. Toward a feminist philosophy of economics. New York: Routledge, 2003.

REID, M. G. Economics of household production. New York: John Wiley & Sons, 1934.

ROBEYNS, I. Is there a feminist economics methodology? In: WORKSHOP ON REALISM AND ECONOMICS. Proceedings […]. 2000.

ROBEYNS, I. Sen’s capability approach and gender inequality: selecting relevant capabilities. Feminist Economics, [s. l.], v. 9, n. 2-3, p. 61-92, 2003.

RODRÍGUEZ ENRÍQUEZ, C. Economía del cuidado, equidad de género y nuevo orden económico internacional. In: GIRON, A.; CORREA, E. (Ed.). Del Sur hacia el Norte: economía política del orden económico internacional emergente. Buenos Aires: CLACSO, 2007.

RODRÍGUEZ ENRÍQUEZ, C. Programas de transferencias condicionadas de ingreso e igualdad de género¿Por dónde anda América Latina? [S. l.]: Cepal, 2011.

RODRÍGUEZ ENRÍQUEZ, C. La cuestión del cuidado: ¿El eslabón perdido del análisis económico? Revista Cepal, v. 106, p. 23-36, 2012.

RODRÍGUEZ ENRÍQUEZ, C. Economía feminista y economía del cuidado: aportes conceptuales para el estudio de la desigualdad. Nueva Sociedad, n. 256, mar./abr. 2015.

RUBIN, G. O tráfico de mulheres: notas sobre a “economia política” do sexo. In: RUBIN, G. Políticas do sexo. São Paulo: Ubu Editora, 2017.

SEN, A. Development as freedom. New York: Random House, 1999.

SMITH, A. The wealth of nations. New York: Bantam Classic, 2003.

SOARES, C. A distribuição do tempo dedicado aos afazeres domésticos entre homens e mulheres no âmbito da família. Gênero, Niterói, v. 9, n. 1, p. 9-29, 2008.

SORJ, B. Socialização do cuidado e desigualdades sociais. Tempo Social, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 123-128, jun. 2014.

TEIXEIRA, M. O. Desigualdades salariais entre homens e mulheres a partir de uma abordagem de economistas feministas. Gênero, Niterói, v. 9, n. 1, p. 31-45, 2008.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Economia e Sociedade

Downloads

Não há dados estatísticos.