Resumo
Este estudo visa a analisar as implicações da relação entre Estado e empresas nas dinâmicas inovativas internas das empresas beneficiadas por políticas públicas de inovação. Seu contexto empírico é a resposta de três empresas do setor de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (SSTI) ao fomento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) no Programa para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (Prosoft): TOTVS, Linx e Sinqia. Supôs-se que as diferentes respostas das empresas decorrem dos diferentes graus de inovação de seu planejamento estratégico, o que foi avaliado com base na teoria evolucionária da firma e na teoria neo-weberiana da firma. Os resultados confirmam essa hipótese, já que, embora as três empresas tenham apresentado uma variação positiva de suas dinâmicas inovativas internas após o fomento do BNDES, quanto mais inovativo foi o planejamento estratégico da empresa tanto maior foi essa variação positiva.
Referências
ABES - Associação Brasileira das Empresas de Software / IDC - International Data Corporation. Mercado brasileiro de software - ABES/IDC, 2017. São Paulo, 2018. Disponível em: https://abessoftware.com.br/dados-do-setor/ Acesso em: jun. 2018.
AMSDEN, Alice. A ascensão do “resto”: os desafios ao Ocidente de economias com industrialização tardia. São Paulo: Editora da Unesp, 2009.
BALESTRO, Moisés; TONI, Jackson; BOTELHO, Antônio José. Germany’s innovation manufacturing: a path to knowledge-intensive economy. In: GARCIA, S.; CARNEIRO, M. Inovação, mercado e política (Dossiê) RePOCS, v.18, n. 2, 2021.
BLOCK, Fred. Swimming against the current: the rise of a hidden developmental state in the United States. Politics & Society, v. 36, n. 2, Jun. 2008.
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Sistema BNDES - Operações contratadas na forma direta e indireta não automática Rio de Janeiro: BNDES, 2020a. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/centraldedownloads Acesso em: mar. 2020.
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Sistema BNDES - Operações de Renda Variável (apoio direto e indireto a empresas). Rio de Janeiro: BNDES, 2020b. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/centraldedownloads Acesso em: mar. 2020.
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Roteiro para apresentação de proposta de apoio financeiro no âmbito do Prosoft (RAP Prosoft) Rio de Janeiro: BNDES, 2016b.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Relação Anual de Informações Sociais Brasília: MTE, 2017. Disponível em: http://pdet.mte.gov.br/ Acesso em: jun. 2018.
DOSI, Giovanni. Technological paradigms and technological trajectories: a suggested interpretation of the determinants and directions of technical change. Research Policy, North-Holland Publishing Company, v. 11, p. 147-162, 1982.
DUTTON, Jane. Interpretations on automatic: a different view of strategic issue diagnosis. Journal of Management Studies, v. 30, p. 339-357, 1993.
EISENHARDT, Kathleen; SULL, Donald. N. Strategy as simple rules. Harvard Business Review, v. 79, p. 106-116, Jan. 2001.
ETZKOWITZ, Henry. Hélice tríplice: universidade-indústria-governo. Inovação em movimento. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.
EVANS, Peter. Embedded autonomy: states and industrial transformation. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1995.
FERRAZ, João Carlos; MARQUES, Felipe; ALVES Jr., Antônio José. A contribuição do BNDES para a Política Industrial Brasileira: 2003-2014. In: DE TONI, J. (Org.). Dez anos de política industrial: balanço e perspectivas - 2004-2014. Brasília: ABDI, 2015.
FLEURY, André; SPINOLA, Mauro.; LAURINDO, Fernando; PESSÔA, Marcelo. Alinhando objetivos estratégicos e processo de desenvolvimento em empresas de software. Production, v. 24, n. 2, p. 379-391, 2014.
FLIGSTEIN, Neil; MCADAM, Doug. A theory of fields. New York: Oxford University Press, 2012.
FLIGSTEIN, Neil. Mercado como política: uma abordagem político-cultural das instituições de mercado. Contemporaneidade e Educação, Ano VI, n. 9, p. 26-55, 1° sem. 2001b.
FREEMAN, Chris; SOETE, Luc. A economia da inovação industrial Campinas: Editora da Unicamp, 2008.
GAGLIO, Gérald. Sociologie de l’innovation Paris: PUF, 2011.
GARCIA, Sandro. Arranjos universidade-empresa e governo. In: GUIMARÃES, S.; PECQUEUR, B. (Org.). Inovação, território e arranjos cooperativos: experiências de geração de inovação no Brasil e na França. Marseille: Open Edition Press, 2015.
GARCIA, Sandro; PAIM, Tamires; MUINGE, Figueiredo. Construção de instituições da inovação: efeitos sociopolíticos do Zenit Parque da UFRGS. In: GARCIA, S.; CARNEIRO, M. Inovação, mercado e política (Dossiê). RePOCS, v. 18, n. 2, 2021.
GUTIERREZ, Regina Maria Vinhais. Complexo eletrônico: o setor de software brasileiro e o Prosoft. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 26, p. 25-62, set. 2007.
GUTIERREZ, Regina Maria Vinhais; ALEXANDRE, Patrícia Vieira Machado. Complexo eletrônico: introdução ao software. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 20, p. 3-76, set. 2004.
HEUGENS, Pursey. A neo-Weberian theory of the firm. Organization Studies, London, Thousand Oaks, CA & New Delhi: SAGE Publications, v. 26, n. 4, p. 547-567, 2005.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação Tecnológica - Pintec 2008 Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/ciencia-tecnologia-e- inovacao/9141-pesquisadeinovacao.html?edicao=27431&t=sobre . Acesso em: jun. 2018.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação Tecnológica - Pintec 2011 Rio de Janeiro: IBGE, 2013. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/ciencia-tecnologia-e- inovacao/9141-pesquisadeinovacao.html?edicao=27431&t=sobre Acesso em: jun. 2018.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação Tecnológica - Pintec 2014 Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/ciencia-tecnologia-e- inovacao/9141-pesquisadeinovacao.html?edicao=27431&t=sobre Acesso em: jun. 2018.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação Tecnológica - Pintec 2017 IBGE. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/ciencia-tecnologia-e-inovacao/9141-pesquisadeinovacao.html?edicao=27431&t=publicacoes Acesso em: abr. 2020.
JULIEN, Pierre-André. Empreendedorismo regional e economia do conhecimento São Paulo: Saraiva, 2010.
LEVITT, Barbara; MARCH James. Organizational learning. Annual Review of Sociology, v. 14, p. 319-340, 1988.
LINX. Demonstrações financeiras de 2011. São Paulo: Linx, 2011.
LINX. Demonstrações financeiras de 2012. São Paulo: Linx, 2012a.
LINX. Demonstrações financeiras de 2013. São Paulo: Linx, 2013a.
LINX. Demonstrações financeiras de 2014. São Paulo: Linx, 2014a.
LINX. Demonstrações financeiras de 2015. São Paulo: Linx, 2015a.
LINX. Demonstrações financeiras de 2016 São Paulo: Linx, 2016.
LINX. Demonstrações financeiras de 2017. São Paulo: Linx, 2017a.
LINX. Demonstrações financeiras de 2018. São Paulo: Linx, 2018a.
LINX. Demonstrações Financeiras de 2019 São Paulo: Linx, 2019a.
LINX. Demonstrações Financeiras de 2020 São Paulo: Linx, 2020.
LINX. Formulário de referência de 2012. São Paulo: Linx, 2012b.
LINX. Formulário de referência de 2019. São Paulo: Linx, 2019b.
LINX. Release de resultados do 4º trimestre de 2017. São Paulo: Linx, 2017b.
LINX. Release de resultados do 4º trimestre de 2018 São Paulo: Linx, 2018b.
LINX. Relatório anual de 2013 São Paulo: Linx, 2013b.
LINX. Relatório anual de 2014. São Paulo: Linx, 2014b.
LINX. Relatório anual de 2019. São Paulo: Linx, 2019c.
LINX. Release de resultados do 4º trimestre de 2013. São Paulo: Linx, 2013c.
LINX. Release de resultados do 4º trimestre de 2014. São Paulo: Linx, 2014c.
LINX. Release de resultados do 4º trimestre de 2015. São Paulo: Linx, 2015b.
LINX. Teleconferência do release de resultados do 4º trimestre de 2012. São Paulo: Linx, 2012c.
LINX. Teleconferência do release de resultados do 4º trimestre de 2013. São Paulo: Linx, 2013d.
MARCH, James. Exploration and exploitation in organizational learning. Organization Science, v. 2, n. 1, p. 71-87, 1991.
MAZZUCATO, Mariana. O Estado empreendedor: desmascarando o mito do setor público vs. setor privado. São Paulo: Portfólio-Pinguim, 2015.
MEDRADO, André; RIVERA, Ricardo. Avaliação do apoio do BNDES ao setor de software e serviços de TI. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, BNDES, n. 28, p. 329-372, 2013.
NASSIF, André. O complexo eletrônico brasileiro. In: SÃO PAULO, Elizabeth Maria de; KALACHE FILHO, Jorge (Org.). Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 50 anos: histórias setoriais. Rio de Janeiro: Dba, 2002. p. [153]-190.
NELSON, Richard; WINTER, Sidney. An evolutionary theory of economic change Cambridge, MA: Harvard University Press, 1982.
OLIVEIRA, Luísa; CARVALHO, Helena. Inovação e relações universidade-indústria em países de desenvolvimento intermédio. Journal of Technology Management & Innovation, v. 3, n. 2, p. 67-85, 2008.
PIRAGIBE, Clélia. Indústria da informática: desenvolvimento brasileiro e mundial. Rio de Janeiro: Editora Campos, 1985.
POLANYI, Karl. A grande transformação: as origens da nova época. Tradução de Fanny Wrobel. Rio de Janeiro: Editora Campus Ltda, 1980.
PROCHNIK, Victor. Cooperation between Universities, Companies and Government in the National Export Software Program - Softex 2000 Santiago, Chile: Cepal, ONU, 1998.
RAMELLA, Francesco. Sociologia dell’innovazione economica Bologna: Ed. Mulino, 2013.
ROSELINO, José Eduardo. A indústria de software: o “modelo brasileiro” em perspectiva comparada. Tese (Doutorado)-Campinas: Unicamp, 2006.
ROSELINO, José Eduardo; DIEGUES, Antônio Carlos; CAVALARI, Alan Henrique. Documento Setorial: Software. In: TIGRE, P. B. (Coord.). Economia do conhecimento, tecnologias de informação e comunicação, projeto perspectivas do investimento no Brasil. Rio de Janeiro: BNDES, 2009.
SAKAKIRABA, Kiyonori. From imitation to innovation: the Very Large Scale Integrated (VLSI) semiconductor project in Japan. Massachusetts: Institute of Technology, 1983.
SCHULZ, Martin. Limits to bureaucratic growth: the density dependence of organizational rule births. Administrative Science Quarterly, v. 43, p. 845-876, 1998.
SCHUMPETER, Joseph A. Teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997. (Col. Os Economistas).
SCHUMPETER, Joseph A. Capitalismo, socialismo e democracia Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1961.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2011. São Paulo: Sinqia, 2011.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2012. São Paulo: Sinqia, 2012a.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2013. São Paulo: Sinqia, 2013a.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2014. São Paulo: Sinqia, 2014a.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2015. São Paulo: Sinqia, 2015.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2016. São Paulo: Sinqia, 2016.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2017. São Paulo: Sinqia, 2017.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2018. São Paulo: Sinqia, 2018a.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2019. São Paulo: Sinqia, 2019a.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2020. São Paulo: Sinqia, 2020.
SINQIA. Demonstrações financeiras de 2021. São Paulo: Sinqia, 2021.
SINQIA. Formulário de referências de 2012. São Paulo: Sinqia, 2012b.
SINQIA. Formulário de referências de 2013. São Paulo: Sinqia, 2013b.
SINQIA. Formulário de referências de 2019. São Paulo: Sinqia, 2019b.
SINQIA. Release de resultados do 4ª Trimestre de 2013. São Paulo: Sinqia, 2013c.
SINQIA. Release de resultados do 4ª Trimestre de 2014. São Paulo: Sinqia, 2014b.
SINQIA. Release de resultados do 4ª Trimestre de 2018. São Paulo: Sinqia, 2018b.
STEFANUTO, Giancarlo. O Programa Softex e a indústria de software no Brasil Tese (Doutoramento)-Instituto de Geociências, DPCT, Unicamp, Campinas, 2004.
SUNSTEIN, Cass; ULLMANN-MARGALIT, Edna. Second-order decisions. Ethics, v. 110, p. 531, 1999.
TIDD, Joe; BESSANT, John. Gestão da inovação Porto Alegre: Bookman, 2015.
TIGRE, Paulo. TOTVS: crescimento via diversificação concêntrica. In: O CRESCIMENTO de grandes empresas nacionais e a contribuição do BNDES via renda variável: os casos da JBS, TOTVS e Tupy. (Acordo de Cooperação Técnica entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e o Centro de Gestão de Estudos Estratégicos). Rio de Janeiro: BNDES, 2014, p. 52-76.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2006. São Paulo: TOTVS, 2006.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2007. São Paulo: TOTVS, 2007a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2008. São Paulo: TOTVS, 2008.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2009. São Paulo: TOTVS, 2009.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2010. São Paulo: TOTVS, 2010a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2011. São Paulo: TOTVS, 2011a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2012. São Paulo: TOTVS, 2012a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2013. São Paulo: TOTVS, 2013a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2014. São Paulo: TOTVS, 2014.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2015. São Paulo: TOTVS, 2015a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2016. São Paulo: TOTVS, 2016a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2017. São Paulo: TOTVS, 2017a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2018 São Paulo: TOTVS, 2018a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2019 São Paulo: TOTVS, 2019a.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2020. São Paulo: TOTVS, 2020.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2021. São Paulo: TOTVS, 2021.
TOTVS. Demonstrações financeiras de 2022. São Paulo: TOTVS, 2022.
TOTVS. Formulário de referência de 2011. São Paulo: TOTVS, 2011b.
TOTVS. Formulário de referência de 2018 São Paulo: TOTVS, 2018b.
TOTVS. Formulário de referência de 2020. São Paulo: TOTVS, 2020b.
TOTVS. Relato integrado de 2015. São Paulo: TOTVS, 2015b.
TOTVS. Relato integrado de 2016. São Paulo: TOTVS, 2016b.
TOTVS. Relato integrado de 2017 São Paulo: TOTVS, 2017b.
TOTVS. Relato integrado de 2019 São Paulo: TOTVS, 2019b.
TOTVS. Release de resultados do 4º trimestre de 2007. São Paulo: TOTVS, 2007b.
TOTVS. Release de resultados do 4º trimestre de 2010. São Paulo: TOTVS, 2010b.
TOTVS. Release de resultados do 4º trimestre de 2012. São Paulo: TOTVS, 2012b.
TOTVS. Release de resultados do 4º trimestre de 2013. São Paulo: TOTVS, 2013b.
TOTVS. Release de resultados do 4º trimestre de 2017 São Paulo: TOTVS, 2017c.
WOLFFENBÜTTEL, Rodrigo F. Produção social da inovação: o automóvel elétrico e as redes de inovação no Brasil. Porto Alegre: Cirkula, 2021.
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Economia e Sociedade