Banner Portal
Apontamentos para o debate sobre o pleno emprego no Brasil
PDF

Palavras-chave

Pleno emprego
Mercado de trabalho brasileiro
Taxa de desemprego no Brasil
Setor informal
Demanda efetiva em Keynes.

Como Citar

MATTOS, Fernando Augusto Mansor; LIMA, Sergiany da Silva. Apontamentos para o debate sobre o pleno emprego no Brasil. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 24, n. 2, p. 293–328, 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8642082. Acesso em: 28 abr. 2024.

Resumo

Este artigo analisa a evolução dos indicadores de emprego e de desemprego na economia brasileira desde o início dos anos 2000 até os dados referentes a 2012, tomando como referências teóricas a formulação de Keynes sobre o desemprego involuntário e também os estudos sobre a dinâmica das relações entre setor formal e setor informal dos mercados de trabalho formulados por autores ligados ao Prealc. O artigo apresenta um exercício econométrico (que teve por base a função emprego de Keynes explicada pelo Princípio da Demanda Efetiva) que revela que o crescimento do emprego é uma função positiva do crescimento econômico. Dados adicionais mostram que, a despeito do crescimento da ocupação e da formalização do emprego ocorrida no período, com consequente queda da taxa de desemprego para patamares historicamente baixos, a economia brasileira não conseguiu, segundo as referências teóricas adotadas, atingir o pleno emprego ao final do período analisado, devido à persistência de parcela expressiva de mão de obra subutilizada no mercado de trabalho.

 

Abstract

The article examines the evolution of employment and unemployment in Brazil, from 2000 to 2012. It uses, as theoretical references, the argument about involuntary unemployment made by Keynes, and studies on the relationship between the formal and informal sectors of the labor market carried out by authors connected to the Prealc. An econometric model, based on Keynes’s employment function (which is based on the Principle of Effective Demand) reveals that employment is positively correlated with economic growth. Additional data show that despite the growth in occupation and in job formalization during the period, which caused unemployment rates to plummet to historically low figures, the Brazilian economy did not achieve full employment. According to the theoretical references adopted, this was largely because a sizable portion of the labor force remained underutilized.

Keywords: Full employment; Brazilian labor market; Rate of unemployment in Brazil; Informal sector; Keynes’ effective demand.

PDF

Referências

BALL, L. e MANKIW, N.G. The NAIRU in Theory and Practice. Journal of Economic Perspectives, v. 16, n. 4, p. 115-136, 2002.

BALTAR, P. E. A. O mercado de trabalho no Brasil dos anos 90. Tese (LivreDocência)–Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.

BALTAR, P. E. A. Formação, estruturação e crise do mercado de trabalho no Brasil. In.

DEDECCA, C. S.; PRONI, M W. Políticas públicas e trabalho. Campinas: Unicamp/IE, Brasília: MTE, 2006, p. 9-28.

BARBOSA, A. de F. De “setor” para “economia informal”: aventuras e desventuras de um conceito. São Paulo: USP, 2009. Mimeografado.

BARBOSA de OLIVEIRA, C. A. Formação do mercado de trabalho no Brasil. In: OLIVEIRA, M. A. Economia & Trabalho. Campinas: Unicamp. Instituto de Economia, 1988.

BARROS, R. P.; MELLO, R.; PERO, V. Informal labor contracts: a solution or a problem? Ipea, 1993. (Texto para Discussão, n. 291).

BARROS, R. P; SEDLACEK, G. L.; VARANDAS, S. Segmentação e mobilidade no mercado de trabalho: a carteira de trabalho em São Paulo. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 20, n. 3, p. 87-103, 1990.

BASTOS, C. P.; BRITTO, G. Introdução. In: AGARWALA, A. N.; SINGH, S. P. (Org.). A economia do subdesenvolvimento. 2. ed. rev. Rio de Janeiro: Ed. Contraponto: Centro Internacional Celso Furtado, 2010.

BELLUZZO, L. G. M. Ensaios sobre o capitalismo no século XX. São Paulo: Ed. Unesp; Campinas (SP): Ed. Unicamp, Instituto de Economia, 2004.

BELLUZZO, L. G. M. O fim da moral vitoriana. In: ________. Ensaios sobre o capitalismo no século XX. São Paulo: Ed. Unesp; Campinas (SP): Ed. Unicamp, Instituto de Economia, 2004.

BEVERIDGE, W. Full employment in a free society. New York: W.W. Norton & Company, Inc., 1945.

BREGGER, J. E.; HAUGEN, S. E. BLS introduces new range of alternative unemployment measures. Monthly Labour Review, Oct. 1995.

CACCIAMALI, M. C. Um estudo sobre o setor informal urbano e formas de participação na produção. Tese (Doutoramento)–FEA, USP, 1982.

CACCIAMALI, M. C. Setor informal urbano e formas de participação na produção. São Paulo: Ed. IPE, 1983. (Série Ensaios Econômicos, n. 26).

CARDOSO DE MELLO, J. M. O capitalismo tardio. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1982.

CARLIN, W.; SOSKICE, D. Macroeconomics and the wage bargain. Ed. Oxford University Press, 1990.

CARNEIRO, F. G.; HENLEY, A. Modelling formal vs. informal employment and earnings: microeconomic evidence for Brazil. IN: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, Anpec, 2001. Anais...

DEDECCA, C. S. O desemprego na Pesquisa de Emprego e Desemprego. São Paulo em Perspectiva, v. 20, n. 4, p. 46-57. out./dez. 1996.

DEDECCA, C. S.; FERREIRA, S. P. Transição demográfica e crescimento da população economicamente ativa. São Paulo em Perspectiva, v. 3, n. 3, p. 79-83, jul./set. 1989.

FUNDAÇÃO SEADE. Principais conceitos: o que é a Pesquisa de Emprego e Desemprego. 1998. Acesso: http://www.seade.gov.br/produtos/ped/pedmv98/ conceito.html.

GUIMARÃES, N. A. Novas formas, novas medidas?: desemprego, trajetórias ocupacionais e experiências na produção de informações. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v. 20, n. 4, p. 103-126, out./dez. 2006.

GUJARATI, D. N.; PORTER, D. C. Econometria básica. 5. ed. Porto Alegre: Makron Books, 2011.

HOBSBAWM, E. Era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Mensal de Emprego. Série relatórios Metodológicos. 2. ed. v. 23. Rio de Janeiro, 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).. Pesquisa Mensal de Emprego. Disponível em www.ibge.gov.br. Acesso em: 1 abr. 2013.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Dados macroeconômicos. Disponível em: www.ipeadata.org. Acesso em: 01 abr. 2013.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA).. Considerações sobre o pleno emprego no Brasil. Brasília (DF), fev. 2012. (Comunicados do Ipea, n. 135). Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/120216_comunicadoipea135.pdf KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda (Os economistas). São Paulo: Nova Cultural, 1988 [1936].

KREIN, J. D.; PRONI, M. W. Economia informal: aspectos conceituais e teóricos. Série Trabalho Decente no Brasil. Escritório da OIT no Brasil, 2010. (Documento de Trabalho, 4).

MACEDO e SILVA, A. C. Macroeconomia sem equilíbrio. Petrópolis (RJ): Vozes; Campinas (SP): Fecamp, 1999.

MALONEY, W. F. Does informality imply segmentation in urban labor markets? Evidence from sectoral transitions in Mexico. World Bank Economic Review, v. 13, n. 2, p. 275-302, 1999.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Impactos nos resultados com a inclusão da Região Metropolitana de Fortaleza. (Nota técnica, n. 1). Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812B8D19D2012BA5E107371493/PED_ nt_01.pdf.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. CAGED e PED: diferenças metodológicas e possibilidades de comparação. Disponível em: http://www.mte.gov.br/empregador/caged/baseestatistica/conteudo/5268.asp.

MONTAGNER, P.; BRANDÃO, S. M. C. Desemprego: novos aspectos de um velho problema. São Paulo em Perspectiva, v. 10, n. 1, p. 36-45, abr./jun. 1996.

OIT (1972). Employment, income and equality: a strategy for increasing productive employment in Kenia. Genebra: OIT, 1972.

PINTO, A. Heterogeneidade estrutural e modelo de desenvolvimento crescente. In: SERRA, J. (Coord). América Latina: ensaios de interpretação econômica. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

SOARES, F.V. Do informal Workers Queue for Formal Jobs in Brazil? Ipea, 2004.m (Texto para Discussão, n. 1021).

SORRENTINO, C. International comparisons of unemployment indicators. Monthly Labour Review, Mar. 1993.

SORRENTINO, C. International unemployment indicators, 1983-93. Monthly Labour Review, Aug. 1995.

SOUZA, P. R. A determinação dos salários e do emprego nas economias atrasadas. Tese (Doutoramento)–Unicamp, 1980a.

SOUZA, P. R. Emprego, salários e pobreza. São Paulo: Ed. Hucitec/Funcamp: 1980b.

STIRATI, A. Inflation, unemployment and hysteresis: an alternative view. Review of Political Economy, 2001.

TANNURI-PIANTO, M. E.; PIANTO, D. Informal employment in Brazil – A choice at the top and segmentation at the bottom: a quantile regression approach. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ECONOMETRIA, 24, 2002. Anais... v. 2.

TOKMAN, V. E. La dinâmica del mercado de trabajo urbano: el sector informal urbano em América Latina. Santiago: Prealc, 1977.

TOKMAN, V. E. An exploration into the nature of Formal-Informal sector relationship. World Development, v. 6, n. 9/10, Oct. 1978.

TOKMAN, V. E. Sector informal: 15 años después. El Trimestre Económico, v. XV, n. 15, jul./sept. 1987.

TROYANO, A. A. Flexibilidade do emprego assalariado. São Paulo em Perspectiva, v. 5, n. 2, p. 84-95, abr./jun. 1991.

TROYANO, A. A. Como medir o desemprego numa economia subdesenvolvida. São Paulo em Perspectiva, v. 2, n. 3, p. 13-15, jul./set. 1988.

TOKMAN, V. E. A trajetória de uma pesquisa: avanços e obstáculos. São Paulo em Perspectiva, v. 4, n. 3/4, p. 69-74. jul./dez. 1990.

TOKMAN, V. E. Pesquisa de emprego e desemprego: metodologia, conceitos e aferições dos resultados. São Paulo em Perspectiva, v. 6, n. 4, p. 124-134. out./dez. 1992.

ULYSSEA, G. Informalidade no mercado de trabalho brasileiro: uma resenha da literatura. Revista de Economia Política, v. 26; n. 4 (104), out./dez. 2006.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.