Liberalização financeira e mudança estrutural: o caso brasileiro nos anos 2000

Abstract

A partir de uma abordagem Minsky-Kregel, este paper discute a relação entre integração financeira e mudança estrutural. Ou seja, a abertura da economia brasileira nos anos 1990 não gerou a mudança estrutural capaz de elevar o peso dos setores de maior conteúdo tecnológico na indústria de transformação. Assume-se que a liberalização financeira nos países em desenvolvimento induz a perda de importância do setor industrial na estrutura produtiva, levando a economia a um processo precoce de desindustrialização, como ocorreu no Brasil. Além disso, aumenta a fragilidade externa e reduz o espaço de manobra para os países em desenvolvimento implementarem políticas de longo prazo que aumentem seu produto potencial. Em nosso exercício econométrico aplicado à economia brasileira nos anos 2000, foi observado que a integração financeira e a dependência da poupança externa, capturados por um índice de liquidez internacional e variáveis dummy para incorporar a instabilidade financeira externa no período analisado, reduziu a participação da indústria brasileira no PIB.