Banner Portal
Desenvolvimento e estabilização sob finanças globalizadas
PDF

Palavras-chave

Globalização. Política macroeconômica. Desenvolvimento econômico. Autonomia nacional

Como Citar

COUTINHO, Luciano G.; BELLUZZO, Luiz Gonzaga de Mello. Desenvolvimento e estabilização sob finanças globalizadas. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 5, n. 2, p. 129–154, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8643183. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

As transformações nos mercados financeiros ocorridas nas últimas duas décadas estão submetendo as políticas macroeconômicas nacionais à tirania de expectativas volúveis. Países fortemente deficitários em conta corrente, dependentes do ingresso de capitais, tornam-se vulneráveis. Os superavitários e credores têm mais liberdade para praticar expansionismo fiscal e juros baixos, sem atrair a desconfiança dos especuladores. O objetivo do presente texto é de demonstrar que nem o desenvolvimento nem a estabilização estão automaticamente assegurados pela globalização. Esta, ao contrário, tende a submeter as economias em desenvolvimento – particularmente as deficitárias como as da América Latina – a novas armadilhas que poderão custar longos anos de sacrifício. Essa é a lição que nos oferece a decantada globalização: os países que buscaram preservar um espaço autônomo para as suas política macroeconômicas são capazes de sustentar taxas reais de juros baixas, administrar taxas de câmbio estimulantes, promover o avanço industrial e tecnológico, garantindo o robustecimento de seus grupos nacionais privados. A globalização, ao contrário do que predica o paradigma liberal, exige maior capacitação e maior poder de coordenação dos estados nacionais para engendrar condições favoráveis à competitividade, ao financiamento e à sustentabilidade dos processos de acumulação de capital com inovação tecnológica.

Abstract

The major transformations in financial markets over the last two decades are submitting national macroeconomic policies to the tyranny of fickle expectations. Countries which incur large current account deficits became vulnerable to reversals of capital inflows. Surplus and creditor countries enjoy greater freedom to practice fiscal expansionism and low interest rates without arousing the suspicion of speculators. The objective of this article is to point out that neither development more stabilization are automatically assured by stabilization. On the contrary, globalization may submit vulnerable economies – particularly the ones of Latin America – to new traps. This is the lesson to be learned from the much-vaunted globalization process: countries that have striven hard to preserve a degree of autonomy in which to conduct macroeconomic policy are capable of sustaining low real interest rates, managing attractive exchange rates, promoting industrial and technological progress, and thereby guaranteeing the fortification of local private enterprise. Contrary to the preaching of the liberal paradigm, globalization would require of nation-states greater capability and powers of coordination to engender conditions under which capital accumulation with technological innovation can be financed, sustained and made competitive.

Key-words: Globalization. Macroeconomic policy. Economic development. National autonomy

PDF

Referências

AGLIETTA, M. Macroeconomie financière. Paris: La Decouverte, 1995.

DAVIS, E. P. Debt, financial fragility and systemic risk. rev. ed. Oxford: Clarendon Press, 1995.

DRUCKER, P. F. The frontier of management. New York: Trunan Talhy Books, 1989.

FREEMANN, C.; PEREZ, C. Structural crisis of adjustment, business cycles and investment behavior. In: DOSI, G. et al., ed. Technical change and economic theory London: Pinter Publishers, 1988.

INTERNATIONAL MONETARY FUND – IMF. International capital markets.

Development, Prospects and Key Policy Issues. Sept. 1996.

KREGEL, J.A. Global portfolio allocation, hedging and September 1992 in the European Monetary System. In: DAVIDSON, P.; KREGEL, J.A., ed. Employment growth and finance. Aldershot: Edward Elgar, 1994.

ORLEAN, A. Antecipations et conventions en situation d’incertitude. Cahiers d’Economie Politique, Paris, 1987.

PORTER, M. E. The competitive advantage of nations. New York: Free Press, 1992.

TYSON, L. D’A. Who’s bashing whom? Washington: Institute for International Economics, 1992.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.