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Sindicalismo e trabalho ferroviário em São Paulo
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Palavras-chave

Sindicalismo
Trabalho ferroviário
Estatização
Companhia paulista
Ferrovias.

Como Citar

GRANDI, Guilherme; NUNES, Ivanil. Sindicalismo e trabalho ferroviário em São Paulo : a Companhia Paulista de Estradas de Ferro entre o início do século XX e sua estatização . Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 28, n. 3, p. 937–961, 2019. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8658163. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar historicamente a expansão da atividade sindical dos ferroviários no processo que culminou na estatização da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Ao longo dos anos 1950, o sistema ferroviário brasileiro passou por uma profunda mudança de cunho estatizante que se estendeu até a década de 1990. Todas as grandes companhias nacionais já haviam sido estatizadas, exceto a Paulista, que seguiu privada até 1961. Em um contexto de liberdade sindical (de 1946 a 1964), os trabalhadores retomaram sua histórica luta por melhores condições de trabalho e aumentos salariais, ao mesmo tempo em que a Paulista enfrentava a acirrada concorrência intermodal e a inexorável redução do seu saldo operacional. Será que a exacerbação do conflito entre capital e trabalho teria contribuído, em termos decisivos, para a estatização da Paulista? Os argumentos que apresentamos sugerem que a inflação e a luta por equiparação salarial foram os principais elementos que levaram à sublevação dos ferroviários e, portanto, contribuíram para o processo de estatização da Companhia.

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