Banner Portal
Autonomia de política econômica, fragilidade externa e equilíbrio do balanço de pagamentos. A teoria econômica dos controles de capitais
PDF

Palavras-chave

Controles de capitais. Política econômica. Fragilidade externa

Como Citar

OREIRO, José Luís. Autonomia de política econômica, fragilidade externa e equilíbrio do balanço de pagamentos. A teoria econômica dos controles de capitais. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 13, n. 2, p. 1–22, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8643051. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar a teoria econômica dos controles de capitais, ou seja, os argumentos de natureza teórica em prol da introdução de controles de capitais em economias emergentes. Nesse contexto, iremos mostrar que a teoria econômica fornece três principais argumentos a favor dos controles de capitais, quais sejam: aumento da autonomia de formulação de política econômica, redução da fragilidade financeira externa e manutenção do equilíbrio intertemporal do balanço de pagamentos. Os críticos da proposta de controles de capitais afirmam, no entanto, que esses benefícios seriam mais do que compensados pelos custos desses controles, na forma de taxas de juros domésticas mais altas, menor acesso aos mercados internacionais de crédito, etc. Esses críticos, contudo, não apresentam evidências de nenhuma natureza que corroborem a hipótese de que os custos dos controles realmente superam os seus benefícios. Dessa forma, a crítica à proposta de controles de capitais em economias emergentes se baseia mais em preconceitos de natureza ideológica do que em argumentos baseados na teoria econômica.

Abstract

The objective of this article is to present the economic theory of capital controls, that is, the theoretical arguments that favor the introduction of capital controls. In this setting we will argue that economic theory have three main arguments for the introduction of capital controls: to increase the degree of freedom in the formulation of economic policy, to reduce the external financial fragility and to assure the inter-temporal equilibrium of the balance of payments. Critics of capital controls argue that these benefits would be out-weighted by the costs of these controls as, for example, higher levels of domestic interest rates, reduced access to international credit markets and so on. Those critics, however, do not present any kind of evidence to support their arguments. So we can conclude that criticism against the introduction of capital controls in emerging economies are based in ideological arguments rather than on economic theory.

Key words: Capital controls. Economic policy. External fragility

PDF

Referências

ARIYOSHI, A.; HABEMEIER, K.; LAURENS, B.; TKER-ROBE, I.; CANALESKRILJENKO, J.; KIRILENKO, A. Capital controls: country experiences with their use and liberalization. Washington: IMF, 2000.

BANERJEE, A. A simple model of herd behaviour. The Quarterly Journal of Economics, v. CVII, n. 3, 1992.

BLANCHARD, O. Macroeconomics. London: Prentice-Hall, 1997.

BRESSER PEREIRA, L. C.; NAKANO, Y. Crescimento econômico com poupança externa. Revista de Economia Política, v. 23, n. 2, p. 3-27, 2003.

CALVO, G. Capital flows and capital market crisis: the simple economics of sudden stops. Journal of Applied Economics, v. 1, n. 1, 1998.

________. Rational contagion and the globalization of securities markets. NBER Working Paper, n. 6606, Jun. 1999.

________. Crises de balanços de pagamentos em mercados emergentes. In: KRUGMAN, P. (Org.). Crises monetárias. São Paulo: Makron Books, 2001.

CARVALHO, F. C.; SICSÚ, J. Controvérsias recentes sobre controle de capitais. Rio de Janeiro: IE/UFRJ, 2003. (Mimeogr.).

CHANG, R.; VELASCO, A. Financial fragility and the exchange rate regime. NBER Working Paper, n. 6469, 1998. Disponível em: <http://www.nber.org/papers/ w6469>.

DAVIDSON, P. Are grains of sand in the wheels of international finance sufficient to do the job when often required? Economic Journal, n. 107, May 1997.

DIAMOND, D.; DYBIG, P. Bank runs, liquidity and deposit insurance. Journal of Political Economy, n. 91, p. 410-419, 1983.

DYMSKI, G. Assymetric information, uncertainty and financial structure: ‘new’ versus ‘post’ keynesian microfoundations. In: DYMSKI, G.; POLLIN, R. (Ed.). New perspectives in monetary macroeconomics. Ann Arbor: The University of Michigan Press, 1994.

EATON, J. Soveirgn debt: a primer. The World Bank Economic Review, v. 7, n. 2, 1993.

EDWARDS, S. How effective are controls on capital flows? An evaluation of Chile’s experience. 1999. (Mimeogr.).

EICHENGREEN, B.; TOBIN, J.; WYPLOSZ, C. Two cases for sand in the wheels of international finance. Economic Journal, n. 105, Jan. 1997.

FISCHER, S. Capital account liberalization and the role of the IMF. Essays in International Finance, Princeton, n. 207, p. 1-10, 1998.

GREENVILLE, S. Exchange rate regimes for emerging markets. Reserve Bank of Australia Bulletin, p. 53-63, Nov. 2000.

KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Atlas, 1982. [Edição original: 1936].

KRUGMAN, P. Currency crisis. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology, Mar. 1997. (Manuscrito).

________. What happened to Asia? Cambridge: Massachusetts Institute of Technology, Jan. 1998. (Manuscrito).

NEELY, C. J. An introduction to capital controls. Federal Reserve Bank of St. Louis, p. 13-30, Nov./Dec. 1999.

OBSTFELD, P. Rational and self-fulfilling balance-of-payments crisis. American Economic Review, n. 76, p. 72-81, 1986.

OBSTFELD, P. Models of currency crisis with self-fulfilling prophecies. European Economic Review, n. 40, p. 1037-1047, 1996.

OREIRO, J. L. Incerteza, comportamento convencional e surpresa potencial. Econômica, v. II, n. 4, p. 111-138, 2000.

________. Acumulação de capital, mercado financeiro e regulação governamental. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, n. 12, p. 107-132, jun. 2003.

________; RANGEL, F. D. Crises cambiais, profecias auto-realizáveis e o Imposto Tobin. Revista de Economia, Ano 26, n. 24, p. 7-25, 2000.

________; PAULA, L. F.; JONAS, G. Por uma moeda parcialmente conversível: uma crítica a Arida e Bacha. Revista de Economia Política, 2004. (No prelo).

PAULA, L. F.; OREIRO, J. L.; JONAS, G. Fluxos e controles de capitais no Brasil: avaliação e proposta de política. In: SICSÚ, J.; OREIRO, J. L.; PAULA, L. F. Agenda Brasil: políticas econômicas para o crescimento com estabilidade de preços. São Paulo: Manole, 2003.

RADELET, S.; SACHS, J. O despontar da crise financeira do Leste Asiático. In: KRUGMAN, P. (Org.). Crises monetárias. São Paulo: Makron Books, 2001.

RIGOBON, R. Comentário ao artigo Crises do Balanço de Pagamentos em Economias Emergentes. In: KRUGMAN, P. (Org.). Crises monetárias. São Paulo: Makron Books, 2001.

RODRIK, D. Who needs capital-account convertibility? Essays in International Finance, Princeton, n. 207, p. 55-65, 1998.

________; VELASCO, A. Short term capital flows. NBER Working Paper, n. 7364, 1999.

ROMER, D. Advanced macroeconomics. New York: McGraw Hill, 1996.

SCHAFERSTEIN, D.; STEIN, J. Herd behavior and investment. The American Economic Review, Jun. 1993.

SIMONSEN, M. H.; CYSNE, R. P. Macroeconomia. São Paulo: Atlas, 1995.

STIGLITZ, J. Bleak growth prospects for the developing world. International Harold Tribune, p. 6, Apr. 10th, 1999.

________. Capital market liberalization, economic growth and instability. World Development, v. 28, n. 6, p. 1075-1086, 2000, STIGLITZ, J.; JARAMILLO-VALLEJO, J.; PARK, Y. C. The role of the State in financial markets. World Bank Research Observer. Annual Conference on Development Economics. Supplement. 1993.

TOBIN, J. A proposal for international monetary reform. Eastern Economic Journal, v. 4, 1978.

________. Financial globalization. World Development, v. 28, n. 6, p. 1101-1104, 2000.

VELASCO, A. Fixed exchange rates: credibility, flexibility and multiplicity. European Economic Review, n. 40, 1996.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.