Banner Portal
E se a áfrica não existisse? Octavio ianni, globalismo e a natureza recalcitrante do objecto das ciências sociais
PDF

Palavras-chave

Globalização. África. Octavio Ianni.

Como Citar

MACAMO, Elísio. E se a áfrica não existisse? Octavio ianni, globalismo e a natureza recalcitrante do objecto das ciências sociais. Ideias, Campinas, SP, v. 5, n. 1, p. 93–113, 2015. DOI: 10.20396/ideias.v5i1.8649448. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ideias/article/view/8649448. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este artigo debate a tensão entre o real e o possível constitutiva da forma como as ciências sociais, e especificamente a sociologia, produzem conhecimento sobre o mundo social. Sua produção teórica e conceitual normaliza o real criando um processo que pode inviabilizar e até mesmo silenciar outros mundos possíveis, sacrificados para que este que existe exista. A questão que se coloca ao refletir a respeito o conhecimento produzido sobre a África é: não será a visibilidade do que existe função do que é votado ao esquecimento, à morte epistemológica e metodológica? O desafio para o qual esse artigo se volta é o da aplicação de conceitos desenvolvidos em diferentes contextos no estudo de realidades sociais diferentes para o conhecimento de outra realidade social, pois sua aplicação sem prestar atenção ao grau de dependência desses conceitos em relação ao contexto e para a sua inteligibilidade pode desfigurar o que se pretende caracterizar com o conhecimento. A questão que se levanta aqui é de saber, na verdade, o que conta como conhecimento, especialmente como conhecimento sobre a África.

https://doi.org/10.20396/ideias.v5i1.8649448
PDF

Referências

CONNELL, R. Northern theory – The political geography of general social theory. In: Theory and Society, 35, 2006, pp. 237- 264.

COOPER, F. Decolonization and African Society – the Labor Question in French and British Africa. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

Durkheim, E. Les règles de la méthode sociologique. Champs: Flammarion, 1988.

FABIAN, J. Time and the Other. How Anthropology Makes Its Object. New York: Columbia University Press, 1983.

GOODY, J. The Theft of History. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.

HACKING, I. Historical Ontology. Harvard: Harvard University Press, 2002.

IANNI, O. Teorias da Globalização. Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2001.

IANNI, O. Enigmas da Modernidade Mundo. Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2003.

IANNI, O. Pensamento Social no Brasil. São Paulo: EDUSC, 2004. KITCHING, G. “Why I gave up African studies” in: African Studies Review & Newsletter vol. XXII, 1 (June), 2000, 21-26.

KUPER, A. The Invention of Primitive Society – Transformations of an Illusion. London: Routledge, 1988.

LAKATOS, I. The Methodology of Scientific Research Programmes: Philosophical Papers Volume 1. Cambridge: Cambridge University Press, 1978.

LANDER, E. (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, 2005.

MACAMO, E. Negotiating Modernity – From Colonialism to Globalization. In: Macamo, E. (ed.). Negotiating Modernity – Africa’s Ambivalent Experience. Dakar: CODESRIA/Zed Books, 2005, pp. 1-18.

MAMDAMI, M. Citizen and Subject – Contemporary Africa and the Legacy of Late Colonialism. Kampala: Fountain Pub, 1996.

MUDIMBE, V. Y. The Invention of Africa – Gnosis, Philosophy and the Order of Knowledge. London: James Currey, 1988.

NABUCO, J. O abolicionismo. São Paulo: Publifolha, 2000. PARSONS, T. The Social System. New York: The Free Press, 1964.

NABUCO, J. The Structure of Social Action. New York: The Free Press, 1967.

SONTAG, H. R. How the sociology of the North celebrates itself. ISA Bulletin 80, 1999, pp. 21-25.

SOUZA SANTOS, B.; MENESES, M. P. (orgs). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

WEBER, M. Wirtschaft und Gesellschaft. Tübingen: J. C. B. Mohr, 1980.

ZELEZA, P. T. Manufacturing African Studies and Crises. Dakar: CODESRIA, 2003.

A Idéias utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.