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Reflexões sobre as dificuldades da implementação da participação institucional no Brasil
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Palavras-chave

Participação. Políticas Públicas. Implementação. Política Nacional de Participação Social.

Como Citar

ROMÃO, Wagner de Melo. Reflexões sobre as dificuldades da implementação da participação institucional no Brasil. Ideias, Campinas, SP, v. 6, n. 2, p. 35–58, 2016. DOI: 10.20396/ideias.v6i2.8649462. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ideias/article/view/8649462. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

A Constituição Federal de 1988 sugeriu que as políticas públicas por ela emanadas deveriam ser realizadas em regime de gestão compartilhada, isto é, com a participação da sociedade. A partir daí, conselhos, conferências, audiências públicas e outras instâncias de participação, que já ocorriam ocasionalmente em determinadas localidades e setores, multiplicaram-se como elementos de chancela para a elaboração e tomada de decisão em políticas públicas. Há, entretanto, algum mal estar com a pouca efetividade destas instâncias e mecanismos de participação institucional. De certo modo para diminuir esta percepção, o governo federal buscou, nos últimos anos, avaliar o funcionamento destas instâncias e mecanismos e terminou por propor, sem sucesso, a criação de um Sistema e uma Política Nacional de Participação Social. Sugere-se que as abordagens sobre implementação de políticas públicas podem ser férteis para uma compreensão mais acurada do tema.

https://doi.org/10.20396/ideias.v6i2.8649462
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