Resumo
Partindo de premissas de Michel Foucault, conquanto nelas não se fixando, o presente trabalho explicita a sexualidade enquanto um instrumento biopolítico na atual configuração do modo de produção capitalista. É, ao mesmo tempo, mobilizado pela hipótese de que o capital neoliberal redimensiona de maneira significativa distintos campos da existência humana, tornando-os flexíveis, embora por vezes acoplados a determinados anacronismos. Neste contexto, a sexualidade é também redimensionada, anunciada ao fim do texto como expressão individual polimórfica, subsumida aos imperativos vigentes da economia política neoliberal.
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