Resumo
A susceptibilidade da participação social nos mecanismos instituídos ou não instituídos, se dá pelas janelas de oportunidades, de amplitude oscilatória em função de variáveis como momento político e lideranças do movimento. O objetivo deste estudo é explorar a complexidade dessas relações entre sociedade civil e sociedade política no nível local e identificar interações socioestatais de acordo com a tipologia de Amâncio (2013). De metodologia teórico-empírica qualitativa e exploratória, utilizou-se de entrevista semiestruturada para coleta de dados sobre a atuação dos atores sociais nos bairros do município de Lavras-MG. Aplicou-se, na análise dos dados, a Tipologia de Ação Coletiva Microterritorial de Amâncio (2013). Os resultados evidenciaram a heterogeneidade dos repertórios de ação coletiva, considerando, por exemplo, a migração de militantes das associações para o Serviço Público Municipal ou a participação de membros dos movimentos nos Conselhos Municipais. A participação social, dada hibridez de seus atores e diversidade das realidades microterritoriais, envolve dinâmicas igualmente diversas e dignas de análise para que se tenha conhecimento e reconhecimento dessas dinâmicas.Referências
ALONSO, A. Repertório, Segundo Charles Tilly: História De Um Conceito. Revista sociologia&antropologia, v.2, n. 3, p. 21–41, 2012. Disponível em: http://revistappgsa.ifcs.ufrj.br/wpcontent/uploads/2015/05/3ano2v3_artigo_angela-alonso.pdf >. Acesso em 18 de Nov. 2015.
AMÂNCIO, J. M. Dinâmicas políticas microterritoriais: organizações comunitárias e acesso às políticas públicas na periferia de São Paulo. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas: Campinas, 2013.
AMÂNCIO, J. M.; SERAFIM, L.; DOWBOR, M. Microterritorialidade e Controle Societal. Revista Lua Nova, São Paulo, n. 84, p. 287-314, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ln/n84/a10n84.pdf >. Acesso em: 16 nov. 2015.
BARBOSA, J. L. Política pública, gestão municipal e participação social na construção de uma agenda de direitos à cidade. Revista Electónica de Geografia Y Ciencias Sociales, v. 14, n. 33, 2010. Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-331/sn-331-51.htm>. Acesso em: 13 nov. 2015.
BARROS, A. J. S. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
BRASIL. Controladoria Geral da União, Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas – Controle Social: Olho vivo no dinheiro público. Disponível em: http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/controlesocial/arquivos/controlesocial2012.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2015.
CARLOS, E. Movimentos Sociais e Instituições Participativas: Efeitos do engajamento institucional nos padrões de ação coletiva. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 30, n. 88, jun. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v30n88/0102-6909-rbcsoc-30-88-0083.pdf >. Acesso em: 10 nov. 2015.
CARVALHO, M. C. Participação Social no Brasil hoje. Papers Pólis, n. 2. São Paulo: instituto Polis, 1998.
CERVO, A. L. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
DAGNINO, E. Cultura, cidadania e democracia. A transformação dos discursos e práticas na esquerda Latino-Americana. In: ALVAREZ, DAGNINO, ESCOBAR. Cultura e política nos movimentos sociais latino-americanos. Belo Horizonte: ED. UFMG, 2000.
DAGNINO, E. Políticas culturais e o projeto neoliberal. Revista Rio de
Janeiro: Rio de Janeiro, n. 15, jan. – abr. 2005.
GOHN, M. G. Empoderamento e participacao da comunidade em políticas sociais. Revista Saúde e Sociedade, USP: São Paulo, v. 13, n. 2, p.20-31, maio-ago. 2004. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7113>. Acesso em: 30 nov. 2014.
LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
LÜCHMANN, L. H. H. Associações, participação e representação: combinações e tensões. Revista Lua Nova, São Paulo, n. 84, p. 353-364, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ln/n84/a06n84.pdf >. Acesso em: 16 nov. 2015.
LÜCHMANNN, L. H. H. Democracia deliberativa: sociedade civil, esfera pública e institucionalidade. In. POSSIBILIDADES E LIMITES DA DEMOCRACIA DELIBERATIVA. A EXPERIÊNCIA DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DE PORTO ALEGRE. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - UNICAMP, 2002.
NETO, J. A. C. Metodologia da pesquisa científica: da graduação à pós-graduação. Curitiba: CRV, 2012. 303 p.
RAUSCENBACH, R. Processos de democracia direta: sim ou não? Os argumentos clássicos a luz da teoria e da prática. Revista de sociologia e política. v. 22, n. 49, p. 205-230, mar. 2014.
SCHEVISBISKI, R. S. Os Conselhos Gestores e a lógica da institucionalização da participação política na esfera pública brasileira. 2008. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/sepech/sepech08/arqtxt/resumosanais/RenataSchevisbiski.pdf >. Acesso em: 19 nov 2015.
TATAGIBA, L. A questão dos atores, seus repertórios de ação e implicações para o progresso participativo. In: A EFETIVIDADE DAS INSTITUIÇÕES PARTICIPATIVAS NO BRASIL: PERSPECTIVAS, ABORDAGENS E ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO. Brasília: IPEA/PRODEP, 2011. Disponível em: http://desafios2.ipea.gov.br/participacao/images/pdfs/livro
_efetividade.pdf>. Acesso em: 13 nov 2015.
TATAGIBA, L. Conselhos gestores de políticas públicas e democracia participativa: aprofundando o debate. RESENHA. Revista de Sociologia Política: Curitiba, n. 25, nov. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01044478200500 0200017>. Acesso em: 2 dez., 2014.
A Idéias utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.