Banner Portal
Em diálogo Gilles Deleuze e Platão
PDF

Palavras-chave

Deleuze
Platão
Imagem
Simulacro
Reversão do platonismo.

Como Citar

REZINO, Larissa Farias; SOUZA, Pedro Fernandez de. Em diálogo Gilles Deleuze e Platão: do simulacro à reversão do platonismo. Ideias, Campinas, SP, v. 9, n. 2, p. 209–232, 2018. DOI: 10.20396/ideias.v9i2.8655424. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ideias/article/view/8655424. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

É mais que conhecida entre os leitores de Deleuze a relação entre o pensamento do filósofo francês e a filosofia de Platão. Trata-se de um diálogo constante, mas com tons de conflito: em momentos distintos, o que Deleuze afirma intentar realizar é justamente o que ele chama de reversão do platonismo. O risco é que, ao lermos a obra do filósofo francês e ingressarmos em seu intricado pensamento, nos esqueçamos da referência ao original grego: se Deleuze critica Platão, ou melhor, um certo platonismo que seria o esqueleto conceitual subjacente a boa parte da produção filosófica do Ocidente, faz-se necessário que se leia o próprio Platão. É o que tentamos fazer neste pequeno texto: uma leitura tanto de Platão quanto da sua crítica deleuziana. Para isso nos focamos com mais minúcia nos conceitos de imagem, cópia e simulacro, tal qual Platão nos apresenta em alguns de seus diálogos (em especial O Sofista) e na retomada destes por Deleuze. Com efeito, pode-se dizer que a crítica de Deleuze a Platão centra-se sobretudo nesses conceitos, e a reversão do platonismo almejada se dá, é possível notar, numa espécie de reversão do estatuto do conceito de simulacro. Se para Platão o simulacro é como que o avesso da filosofia (uma cópia malfeita, mas, mais que isso, uma má cópia cujo escopo é passar-se pelo modelo real e ludibriar seus espectadores) e a filosofia, por sua vez, a busca por cópias cada vez mais fidedignas do seu objeto de estudo, para Deleuze o simulacro ganha um estatuto novo e passa a ser um conceito impulsionador do pensamento filosófico. Nosso objetivo central é apresentar um paralelo dos conceitos supracitados nos autores em questão e, mais precisamente, mostrar o caminho intelectual que levou Deleuze a afirmação da reversão do platonismo.

https://doi.org/10.20396/ideias.v9i2.8655424
PDF

Referências

BOTTER, B. (2016). Enti inesistenti: phantasmata in Platone. Archai, 18, pp. 113-149.

DELEUZE, G. Diferença e repetição. Tradução Luiz Orlandi, Roberto Machado – Rio de Janeiro: Graal, 1988, 1ª edição, 2ª edição, 2006.

DELEUZE, G. Lógica do sentido. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo, Ed. Perspectivas, 1974. 2°Edição.

DELEUZE, G. Platão e o simulacro. In: DELEUZE, G. Lógica do sentido. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo, Ed. Perspectivas, 1974. 2°Edição.

DE PINOTI, G. E. M. (2006a). Algunos aspectos de la crítica platónica al arte imitativo. Hypnos, 11 (16), pp. 74-88.

DE PINOTI, G. E. M. (2006b). La crítica platónica a oradores, poetas y sofistas. Estudos de Filosofía de la Universidad de Antioquia, 34, pp. 9-27.

FORCINITI, M. S. (2014). Erótica de las estatuas y retórica de los fantasmas. Una contraposición entre las producciones miméticas del filósofo y el sofista en Platón. Hypnos, 33 (2), pp. 259-282.

LAPOUJADE, D. Deleuze, os movimentos aberrantes. Tradução: Laymet Garcia dos Santos. São Paulo: n-1 edições, 2015.

MARQUES, M. P. (2000/1). Imagem e aporia no Sofista de Platão. Classica, 13/14 (13/14), pp. 189-204.

PLATONE. C. Tutti gli scritti. Milano: Bompiani, pp. 131-190.

PLATONE. C. Sofista. Tutti gli scritti. Milano: Bompiani, pp. 261-314.

PLATONE. C. Teeteto. Tutti gli scritti. Milano: Bompiani, pp. 195-259.

A Idéias utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.