Banner Portal
Desastres e vulnerabilidade na região serrana do Rio de Janeiro (RSRJ)
PDF

Palavras-chave

Desastres
Risco
Vulnerabilidade

Como Citar

MARQUES, César; BAESSO, Daniel Cesario. Desastres e vulnerabilidade na região serrana do Rio de Janeiro (RSRJ). Ideias, Campinas, SP, v. 12, n. 00, p. e021019, 2021. DOI: 10.20396/ideias.v12i00.8665127. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ideias/article/view/8665127. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

As chuvas ocorridas em janeiro de 2011 na Região Serrana do Rio de Janeiro deflagraram o processo de um desastre com elevado impacto social, econômico e institucional. Neste artigo, a partir do diálogo entre vulnerabilidade, desastres e justiça ambiental, reiteramos que a interpretação de tal ocorrência não estaria nas suas características “naturais”, seja pela pluviometria ou no seu relevo, mas sim no encontro dessas com padrões de desenvolvimento, de uma forma ampla, e as condições de vulnerabilidades existentes. Reitera-se a perspectiva de que a vulnerabilidade ao risco de desastre é produto da complexa relação sociedade e natureza, sendo um conceito crucial para a compreensão do desastre e da justiça ambiental, sendo que as contribuições de Daniel Hogan foram centrais para o desenvolvimento dessa área, especialmente no caso brasileiro. Como resultados, indicamos que o desastre ocorreu em uma região com existência de populações vivendo em áreas de risco de forma ampla, tendo desencadeado processos que se desdobraram tanto institucionalmente como após os eventos de 2011.

https://doi.org/10.20396/ideias.v12i00.8665127
PDF

Referências

ACSELRAD, Henry. Justiça ambiental e construção social do risco. Desenvolvimento e meio ambiente, v. 5, 2002.

ACSELRAD, Henry. Vulnerabilidade ambiental, processos e relações. Comunicação ao II Encontro Nacional de Produtores e Usuários de Informações Sociais, Econômicas e Territoriais, FIBGE, Rio de Janeiro, v. 25, 2006.

ALERJ. Resolução Nº 09/2011; Comissão Parlamentar De Inquérito. RELATÓRIO FINAL, 261p. 2011.

BANCO MUNDIAL. Avaliação de perdas e danos: inundações e deslizamentos na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Relatório elaborado pelo Banco Mundial com apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Brasília, 2012. Disponível em: http://www.mi.gov.br/pt/c/document_library/get_file?uuid=74dde46c-544a-4bc4-a6e1-852d4c09be0 6&groupId=10157. Acesso em: 2 jun. 2019.

BUSCH, Amarílis; AMORIM, Sônia. A tragédia da região serrana do Rio de Janeiro em 2011: procurando respostas. ENAP: Casoteca de Gestão Pública. 2013.

CANEJO, A. Nº de vítimas em tragédia no RJ pode ser 10 vezes maior, dizem entidades. G1. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2015/08/entidades-apontam-subnotificacao-de-vitimas-da-tragedia-de-2011-na-serra.html. Acessado em: 22 out. 2019.

CARDONA, O. D., Van Aalst, M. K., Birkmann, J., Fordham, M., Mc Gregor, G., Rosa, P., Pulwarty, R. S., Schipper, E. L. F., Sinh, B. T., Décamps, H., Keim, M., Davis, I., Ebi, K. L., Lavell, A., Mechler, R., Murray, V., Pelling, M., Pohl, J., Smith, A. O., Thomalla, F. Determinants of risk: Exposure and vulnerability. In: Managing the Risks of Extreme Events and Disasters to Advance Climate Change Adaptation: Special Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge University Press, 2012, p. 65-108.

CARMO, R. L. D.; ANAZAWA, T. M. Mortalidade por desastres no Brasil: o que mostram os dados. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 3669-3681, 2014.

DIAS, M. C. D. A.; et al. Estimation of exposed population to landslides and floods risk areas in Brazil, on an intra-urban scale. International Journal of Disaster Risk Reduction, v. 31, p. 449-459, 2018.

DOURADO, F. et al. O Megadesastre da Região Serrana do Rio de Janeiro: as causas do evento, os mecanismos dos movimentos de massa e a distribuição espacial dos investimentos de reconstrução no pós-desastre. Anuário do Instituto de Geociências, v. 35, n. 2, p. 43-54, 2012.

FREITAS, Carlos Machado et al. Vulnerabilidade socioambiental, redução de riscos de desastres e construção da resiliência: lições do terremoto no Haiti e das chuvas fortes na Região Serrana, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, 2012.

FREITAS, Maria Isabel Castreghini; CUNHA, Lúcio. Cartografia da vulnerabilidade socioambiental: convergências e divergências a partir de algumas experiências em Portugal e no Brasil. Urbe: Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 5, n. 1, 2013.

GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo: UNESP, 1991.

HOGAN, D. J. Human dimensions of global environmental change. Ambiente e Sociedade, v. 10, p. 56-72, 2007b.

HOGAN, D. J..População e meio ambiente: a emergência de um novo campo de estudos. In: Daniel Joseph Hogan. (Org.). Dinâmica populacional e mudança ambiental: cenários para o desenvolvimento brasileiro. Campinas: Nepo/Unfpa, 2007a, p. 1-25.

HOGAN, Daniel Joseph. Mobilidade populacional, sustentabilidade ambiental e vulnerabilidade social. R. bras. Est. Pop., São Paulo, v. 22, n. 2, p. 323-338, jul./dez. 2005.

HOGAN, Daniel Joseph. População, pobreza e poluição em Cubatão, São Paulo. In: George Martine (Org.). População, meio ambiente e desenvolvimento: verdades e contradições. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993.

HOGAN, Daniel Joseph; MARANDOLA JR., Eduardo. Socio-demographic vulnerability to environmental hazards of the metropolis. SOURCE, v. 11, p. 42-48, 2008.

KELMAN, Ilan. Disasters by choice: How our actions turn natural hazards into catastrophes. Oxford University Press, 2020.

MARANDOLA JR, E.; HOGAN, D. J. Natural hazards: o estudo geográfico dos riscos e perigos. Ambiente & Sociedade, 2004.

MARANDOLA JR, E.; HOGAN, D. J. Vulnerabilidades e riscos: entre geografia e demografia. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 22, n. 1, p. 29-53, 2005.

MARANDOLA JR., Eduardo; HOGAN, Daniel Joseph. Vulnerabilities and risks in population and environment studies. Population and Environment, v. 28, p. 83-112, 2007.

MARCHEZINI, Victor. Processos de recuperação em desastres: discursos e práticas. 1ed. São Carlos: RiMa. 2014.

MARCHEZINI, Victor; FORINI, Henrique Almeida. Dimensões sociais da resiliência a desastres. Redes, v. 24, n. 2, 2019.

MARCHEZINI, Victor; WISNER, B. Challenges for vulnerability reduction in Brazil: Insights from the PAR framework. In: Victor Marchezini; Ben Wisner; Luciana de Resende Londe; Silvia Midori Saito. (Org.). Reduction of vulnerability to disasters: from knowledge to action. 1ed.São Carlos: Rima Editora, 2017, p. 57-96.

MARQUES, César. Os desastres no Rio de Janeiro: conceitos e dados. Cadernos do Desenvolvimento Fluminense, n. 8, p. 55-72, 2015.

MORROW, B.H. Identifying and mapping community vulnerability. Disasters, v. 23, n. 1, p. 1-18, 1999.

PHILLIPS, B. et al. Introduction. In B. D. Phillips, D. S. K. Thomas, A. Fothergill, & L. Blinn-Pike (Eds.), Social vulnerability to disasters. London: Taylor & Francis Group. 2010.

PORTELLA, S. L. D.; NUNES, J. A. Populações serranas excluídas, cidades insustentáveis: o enigma da participação pública. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 4223-4228, 2014.

PORTELLA, S. L. D.; OLIVEIRA, S. S. S. Vulnerabilidades deslocadas e acirradas pelas políticas de habitação: a experiência do Terra Nova. Redução de vulnerabilidade para desastres: do conhecimento a ação, 2017.

ROCHA, G. C. Riscos ambientais: Análise e mapeamento em Minas Gerais. Editora UFJF, 2006.

RODRIGUES, A. C. et al. Delineamento da produção científica sobre desastres no Brasil no início deste século. Desenvolvimento e meio ambiente, v. 34, 2015.

ROMERO, G.; MASKREY, A. Como entender los desastres naturales. In: MASKREY, A. (Org.). Los desastres no son naturales. Colômbia: La Red., 1992.

SAITO, S. M. Desastres Naturais: conceitos básicos. Inpe. Disponível em: http://www3.inpe.br/crs/crectealc/pdf/silvia_saito.pdf. Acesso em: 04 mai. de 2019. v. 12, 2016.

SCHLEE, M. B. Ocupação de encostas urbanas: algumas considerações sobre resiliência e sustentabilidade. Cadernos Metrópole, v. 15, n. 29, p. 241-264, 2013.

SILVA, Keila Camila; POLETO, Cristiano. Percepções socioambientais de inundações: reflexões sobre o risco. Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis, v. 12, n. 2, 2015.

SOUZA, Marcelo Lopes. Proteção ambiental para quem? A instru-mentalização da ecologia contra o direito à moradia. Mercator, v. 14, n. 4, 2015.

TUFEKCI, S.; WALLACE, W. A. The emerging area of emergency management and engineering. IEEE Transactions on Engineering Management, v. 45, n. 2, 1998.

VALENCIO, Norma et al. A produção social do desastre: dimensões territoriais e político-institucionais da vulnerabilidade das cidades brasileiras frente às chuvas. Teoria & Pesquisa, v. 1, n. 44, 2004.

VALENCIO, Norma et al. Implicações éticas e sociopolíticas das práticas de Defesa Civil diante das chuvas: reflexões sobre grupos vulneráveis e cidadania participativa. São Paulo em perspectiva, v. 20, n. 1, 2006.

VALENCIO, Norma. Desastres, ordem social e planejamento em defesa civil: o contexto brasileiro. Saúde e Sociedade, v. 19, p. 748-762, 2010.

VALENCIO, Norma. Desastres: tecnicismo e sofrimento social. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 9, 2014. ROMERO, G.; MASKREY, A. Como entender los desastres naturales. In: MASKREY, A. (Org.). Los desastres no son naturales. Colômbia: La Red., 1992.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Ideias

Downloads

Não há dados estatísticos.