Resumo
A partir da descrição de um breve trecho de “Self Unfinished” (1999), trabalho em dança de Xavier Le Roy, e à luz da filosofia de Simondon, este artigo mobiliza algumas possibilidades relacionais entre a noção de individuação e o fazer/viver nas artes performativas contemporâneas. Uma visão menos substancialista de corpo e as noções de forma e informação acompanham a escrita que se articula por uma perspectiva inventiva da arte/vida e pelo aspecto transindividual, alçando a teoria da individuação como contributo no desenvolvimento das práticas artísticas performativas que se dão como um fazer da vida.
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