Banner Portal
Da essência da Cultura (1908) de Georg Simmel
PDF

Palavras-chave

Tradução.

Como Citar

PASTI, Henrique Buonani. Da essência da Cultura (1908) de Georg Simmel. Ideias, Campinas, SP, v. 4, p. 249–261, 2014. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ideias/article/view/8649422. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

O conceito de natureza cerca-se de uma confusão, por meio da qual é possível falar, na época da empiria exata e do ideal de conhecimento matemático da “natureza”, de uma força uniforme que “produz” os fenômenos isolados, que seria “incondicionalmente verdadeira” e cujas leis “obrigam” o seu próprio cumprimento. O conceito de natureza integra frequentemente o papel místicomitológico do conceito antigo de Deus. Essa inadequação pareceme fundamentar-se no fato de que a natureza vale como uma entidade (Wesen) absoluta, ao invés de uma categoria sob a qual os conteúdos do ser (Sein) são considerados e ordenados; assim como esses conteúdos formam um domínio da natureza, eles formam também um domínio da arte, da religião, da sistemática conceitual. Partindo dos conceitos dominantes, alcança-se certos aspectos dos fenômenos, certas possibilidades de ordená-los em uma série unívoca, e o conceito de natureza — composto de elementos de causalidade, substâncias, energias e formas de tempo e espaço — é apenas um desses conceitos; ele deve assim ser compreendido em sua essência unívoca (einheitlichen Wesen) apenas pela oposição ou pela relação com outros conceitos que formam, da mesma matéria, aqueles outros complexos, de cuja totalidade a circunscrição de nossa vida se apropria mas vivencia efetivamente apenas partes fragmentadas e variáveis. Agora, o fato de que cada um de tais complexos seja apenas uma abordagem e arranjo dos conteúdos M, ou um recorte desses conteúdos, mas não uma existência (Dasein) absoluta que os monopoliza para si, é recíproco ao fato de que cada um encontra seu sentido específi co e seus limites legais só na relação com um outro, isto é, só quando se supõe o mesmo conteúdo de uma ou de outra categoria, o signifi cado desse mesmo conteúdo ilumina-se inequivocamente.
PDF

Referências

CAVALLI, A.; KRECH, V. 1993. Editorischer Bericht. In: CAVALLI, A.; KRECH, V. (eds.) Georg Simmel Gesamtausgabe. Vol. 8: Aufsä# e und Abhandlungen 1901 bis 1908. Band II. Frankfurt am Main: Suhrkamp, pp. 433–439.

GASSEN, K.; LANDMANN, M. (eds.). 1958. Buch des Dankes an Georg Simmel. Briefe, Erinnerungen, Bibliographien: Zu seinen 100. Geburtstag am 1. März 1958. Berlin: Duncker & Humblot.

PASTI, H. B. 2012. As teorias da cultura em Georg Simmel: Textos de 1889–1911. Dissertação (Mestrado em Sociologia) — Instituto de Filosofi a e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas (IFCH/UNICAMP), Campinas.

SIMMEL, G. 1908. Vom Wesen der Kultur. Österreichische Rundschau. 15 Jg., v. 1. Ed. por Alfred Frhr. von Berger et al., pp. 36–42, 1 de abr. de 1908.

SIMMEL, G. 1911–1912. Der Begriff und die Tragödie der Kultur. In: LOGOS. Internationale Zeitschrfi t für Philosophie der Kultur v. 2, n. 1, pp. 1–25, jun. de 1911/1912.

SIMMEL, G. 1998. O conceito e a tragédia da cultura. In: SOUZA, J.; ÖELZE, B. (eds.) Simmel e a modernidade. Ed. Universidade de Brasília, pp. 79–108.

SIMMEL, G. 2000. On the Essence of Culture. In: FRISBY, D.; FEATHERSTONE, M. (Eds.). Simmel on Culture Selected writings. Trad. D. E. Jenkinson. London and No$ ingham: SAGE and Theory, Culture & Society, p. 40–45.

SIMMEL, G. 2001. Der Begriff und die Tragödie der Kultur. In: KRAMME, R.; RAMMSTEDT, A. (eds.) Georg Simmel Gesamtausgabe. Vol. 12: Aufsä# e und Abhandlungen 1909–1918. Band I. Frankfurt am Main: Suhrkamp, pp. 194–223.

SIMMEL, G. 2008. De la esencia de la cultura. In: SIMMEL, Georg. De la esencia de la cultura. Buenos Aires: Prometeo Libros, pp. 205- 212.

A Idéias utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.