Banner Portal
Dos meandros às serras: o habitat sertanejo na conformação imagética da paisagem mogiana
PDF

Palavras-chave

Paisagem cultural
Mogiana
Urbanidade regionalista
Serra de Mogyguassu
Sertanejo
Imaginário.

Como Citar

Polito, J. de A., & Victal, J. (2019). Dos meandros às serras: o habitat sertanejo na conformação imagética da paisagem mogiana. Labor E Engenho, 13, e019001. https://doi.org/10.20396/labore.v13i0.8652925

Resumo

Entre vales, campos e serras, na região de fronteira entre os territórios administrativos de São Paulo e Minas Gerais, configurou-se uma paisagem cultural plural, multifacetada e profundamente relacionada com as possibilidades da terra. Aqui identificada por Paisagem Mogiana, local de fluxo e convergência de muitos entes entre os Século XVII e XIX, teve sua configuração e significado alterado pelo material e o simbólico.  De modo amplo, as questões apresentadas contribuem para a compreensão do jogo de avanços e recuos referentes aos limites administrativos paulistas e mineiros, até meados do Século XIX. O delinear de um modo de vida às barrancas dos rios, faz surgir um tipo de sertanejo adaptado às potencialidades daquela terra, como consequência de um processo de enraizamento. Se em um primeiro momento o conhecimento sobre a paisagem esteve relacionado a um modo de vida e cultura nativa, em que as relações entre matéria e espírito se apresentavam de modo indissociável e conferiam a ela um aspecto sagrado e místico; noutro, com a inserção de novos agentes sociais e heranças diluídas de uma cultura cristã adaptada às condições hostis do sertão, teve seu significado atrelado à lendas da cultura medieval portuguesa.  Em um terceiro momento, mediante os ideais progressista e cientificista, tem-se a desconstrução dos dois primeiros significados, passando a corresponder aos anseios de fiscalização, organização e avanços quanto ao domínio territorial. A passagem do segundo para o terceiro momento associa-se, também, à chegada de novos aportes tecnológicos como as linhas de telégrafos e estradas de ferro – incluindo-se como marco a promulgação da Lei de Terras, em 1850 - em conjunto, estas mudanças acabam por inserir o indivíduo sertanejo em uma nova dinâmica, sem a possibilidade de retorno à estrutura anterior.

https://doi.org/10.20396/labore.v13i0.8652925
PDF

Referências

D’Abbeville, C. (1945). História da missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas. São Paulo: Livraria Martins.

Afonso, G. B. (2004). A impressionante Astronomia dos índios brasileiros. Disponível em: http://anovademocracia.com.br/no-18/835-a-impressionante-astronomia-dos-indios-brasileiros. Acesso em: 02 mar. 2018.

Anchieta, J. (1560). Cartas, informações, fragmentos, históricos e sermões. Cartas Jesuíticas III.

Bluteau, R. (1728). Vocabulário portuguez & latino. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesus.

Victal, J. & Cordova, V. S. (2016). Territorialidades caipiras: o ser e a identidade do lugar. Iluminuras, 17 (41), 80-96.

Caldarelli, S. B. (1983). Aldeias Tupiguarani no vale do rio Mogi-Guaçu, Estado de São Paulo. Revista de Pre-História, IPH-USP, São Paulo, 5:37-124.

Cândido, A. (2017). Os parceiros do Rio Bonito — estudo sobre o caipira paulista e a transformação. Rio de Janeiro: Editora Ouro Sobre Azul.

Correa, R. L. & Rosendahl, Z. (2014). Introdução à geografia cultural. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil.

Ellis Júnior, A. (1948). O ouro e a Paulistânia. São Paulo: Edusp.

Holanda, S. B. (1995). Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.

Métraux, A. (1949a). The Guarani. In: J. H. Steward (Ed). Handbook of South American Indians. Washington DC: Smithsonian Institution Press, v.3.

Moraes, C. A. (2007). Arqueologia Tupi no nordeste de São Paulo: um estudo de variabilidade arte fatual. Dissertação (Mestrado em Arqueologia) Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Moraes, A. C. R. (2003). O Sertão — um “outro” geográfico. Terra Brasilis [Online], 4-5 | 2003, posto online no dia 05 nov. 2012, consultado o 18 abril 2019. URL : http://journals.openedition.org/terrabrasilis/341 ; DOI : 10.4000/terrabrasilis.341.

Santos, M. (2007). A natureza do espaço — tecnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp.

Santos, H. G. dos, Jacomine, P. K. T., Anjos, L. H. C. dos, Oliveira, V. A. de, Lumbreras, J. F., Coelho, M. R., Almeida, J. A. de, Araujo Filho, J. C. de, Oliveira, J. B. de, & Cunha, T. J. F. (2018). Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (5. ed. rev. e ampl.). Brasília : Embrapa. (Embrapa Solos).

Staden, H. (1900). Viagens e captiveiros entre os selvagens do Brasil. São Paulo: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Ed. Comemorativa.

Pontes, H. (2004). A poesia das águas: retratos escritos de Poços de Caldas. Poços de Caldas: Ed. Sulminas.

Polito, J. A. (2013). Territórios de civilidade: o papel das Mogis na formação e reestruturação do leste paulista, século XVII-XIX. Dissertação (Mestrado em Urbanismo) Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Polito, J. A. (2018). Paisagem Mogiana: transitoriedades e resistências na constituição de um território. Tese (Doutorado em Urbanismo) Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Reis Filho, N. G. (2010). Dois séculos de projetos no estado de São Paulo. Grandes Obras e Urbanização (1800-1889). São Paulo: Edusp.

Souza, L. M. T. M. (2014). As visões da anaconda: a narrativa escrita indígena no Brasil. Revista Semear, Rio de Janeiro, v. 7. Disponível em: http://www.letras.puc-rio.br/unidades&nucleos/catedra/revista/7Sem_16.html. Acesso em: 02 mar. 2018.

Queiroz, M. I. P. (1973). Bairros rurais paulistas. São Paulo : Editora Duas Cidades.

A Labor e Engenho utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.