Resumo
Este artigo tem o objetivo de apresentar a análise do processo de formação da cidade de Rio de Contas - BA nos séculos XVIII e XIX e as conexões regionais que resultaram na produção da rede urbana e do território. Do ponto de vista metodológico, as análises são balizadas pelas pesquisas bibliográfica e documental realizadas em acervos públicos e privados, no IPHAN, no Arquivo Público Municipal, para embasamento teórico conceitual e conhecimento de dados e mapas históricos sobre a formação do núcleo urbano. Com o conjunto de dados sistematizados foi possível atestar que a cidade de Rio de Contas teve o seu processo de formação associado ao contexto colonial de dependência à Coroa Portuguesa, cuja principal atividade econômica era a exploração aurífera. O seu patrimônio arquitetônico é composto por edificações urbanas residenciais e de serviços, que se articulam na formação da paisagem urbana. Observa-se uma estreita ligação dessas edificações com as questões políticas, culturais e socioeconômicas dos proprietários, com a composição das famílias, com a disponibilidade dos materiais, com o nível de conhecimento técnico e os usos atribuídos às edificações, com a localização na malha urbana, entre outros. Em sua materialidade, Rio de Contas se revela como um importante estudo de caso para compreender a formação e desenvolvimento de cidades nos séculos XVIII e XIX no Brasil.
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