Banner Portal
Paisagem Cultural Industrial: memórias de um patrimônio da contemporaneidade
PDF

Palavras-chave

Paisagem cultural
Patrimônio cultural
Patrimônio industrial

Como Citar

Silva, R. A. R. da. (2011). Paisagem Cultural Industrial: memórias de um patrimônio da contemporaneidade. Labor E Engenho, 5(1), 86–106. https://doi.org/10.20396/lobore.v5i1.109

Resumo

O trabalho apresenta os conceitos de patrimônio industrial e patrimônio cultural a partir das relaçõesestabelecidas entre a vida social e a vida econômica sob uma perspectiva da paisagem industrial e o desenvolvimento das paisagens organizacionais. A paisagem cultural é concebida a partir de uma visão integrada entre sociedade e empresa a partir de uma infinita rede de interconexões em que convergem os conceitos de patrimônio e cultura. As relações estabelecidas inserem aspectos da memória cultural e social e aproximam tais conceitos, garantindo-lhes um caráter interdisciplinar com nuances cultural, social e econômica. Faz-se necessário destacar uma “específica” paisagem sócioindustrial que determina identidades próprias que possibilita conhecer uma região, um espaço geográfico e época vividas a partir de seu entorno e permite entender as transformações e reflexos das condições de vida e de trabalho dos indivíduos. Além disso, pode-se descrever fatores particulares de construção de memória, identidade e cultura para explicar questões sociais e expectativas e limitações de uma dada sociedade contemporânea. O entrelaçamento dos conceitos de história, memória, cultura e organização é uma possibilidade de entendimento das relações e práticas do trabalho e sociedade, entremeadas por suas conseqüências sócio-econômicas e culturais. A ampliação do conceito patrimonial constitui-se em um desafio, pois permite desenvolver a memória e a história cultural-industrial e possibilita um maior entendimento da continuidade temporal entre passado-presente-futuro.

https://doi.org/10.20396/lobore.v5i1.109
PDF

Referências

ABREU, Regina; CHAGAS, Mário (orgs.) Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

AGUILAR MEJÍA, Oscar Mauricio; QUINTERO ÁLVAREZ, María Ximena. Memoria colectiva y organizaciones. Universitas Psychology, Bogotá, v. 4, n. 3, p. 285-296, 2005.

ÁNGEL AGUILAR, Miguel. Fragmentos de la memoria colectiva. Maurice Halbwachs. Revista de Cultura Psicológica, México: UNAM, año 1, número 1, 1991.

ARAÚJO, Guilherme Maciel. Paisagem cultural: um conceito inovador. In: CASTRIOTA, Leonardo Barci. Paisagem cultural e sustentabilidade. Belo Horizonte: IEDS; UFMG, p.25-45, 2009.

AUGÉ, Marc. La guerre des rêves, exercices d'ethno-fiction. Paris: Seuil, 1997.

BRASIL. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Patrimônio imaterial, Brasilia, 2003. Disponível em: http://www.iphan.org.br, Acesso em 12 jan. 2006, 00:12:44.

BRASIL. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Carta de Bagé, Brasilia, 2003.

Disponível em: http://www.iphan.org.br, Acesso em: 28 jun., 2010.

BURITY, Joanildo A. (org.) Cultura e identidade: perspectivas interdisciplinares. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

CASTELLS, Manuel. Identidad, estado, trabajo, tiempo y espacio en la sociedad red: contribución a un debate abierto. Revista Española de Investigaciones Sociológicas, Madrid: nº 86, 1999.

CASTELLS, Manuel. La era de la información. Economía sociedad y cultura. El poder de la identidad. Madrid: Alianza Editorial, vol 2, 1998.

CASTELLS, Manuel. CASTELLS, Manuel. Local y global. La gestión de las ciudades en la era de la información. Madrid: Taurus, 1997.

CASTRIOTA, Leonardo Barci. Paisagem cultural e sustentabilidade. Belo Horizonte: IEDS; UFMG, 2009a.

CASTRIOTA, Leonardo Barci. Leonardo Barci. Patrimônio cultural: conceitos, políticas, instrumentos. São Paulo: Annablume; Belo Horizonte: IEDS, 2009b.

CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: UNESP, 2001.

CORREIA, Telma de Barros. De vila operária a cidade-companhia: as aglomerações criadas por empresas no vocabulário especializado e vernacular. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, Recife, v. 4, p. 83-98, 2001.

DE BIASE, A. La creolizzazione dello spazio dove l'urbanistica non c'é. (Tesi di Laurea) – IUAV, Venezia, 1997.

DULCI, Otávio S. Política e recuperação econômica em Minas Gerais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.

FERREIRA, Lúcia M.A.; ORRICO, Evelyn G.D. Prefácio. In: FERREIRA, Lúcia M.A.; ORRICO, Evelyn G.D. (orgs.). Linguagem, identidade e memória social. Rio de Janeiro: DP&A, 7-12, 2002.

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional: Publifolha, 2000 (Grandes Nomes do Pensamento Brasileiro).

GALLO, Haroldo. Arqueologia, arquitetura e cidade: a preservação entre a identidade e a autenticidade. In: MORI, Victor Hugo et al. Patrimônio: atualizando o debate. São Paulo: IPHAN, p.91-116, 2006.

GIROLETTI, Domingos. Fábrica Convento Disciplina. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1991.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértica, 1990.

HARVEY, David. The condition of postmodernity. Cambridge: Basil Blackwell, 1989.

HERÉDIA, V. B. M. A construção se vilas operárias no sul do Brasil: o caso de Galópolis. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales, Barcelona: Universidad de Barcelona, v. VII, n. 146(080), 2003.

HUDSON, Kenneth. Industrial archaeology. London: Methuen, University Paperbacks, 1965.

KELLER, Paulo. O cotidiano e o complexo. Revista REDES, Rio de Janeiro, v.2, n.6, set/dez., 1998.

KOHLSDORF, Maria Elaine. Ensaio sobre o pensamento urbanístico. Brasília: UnB, 1996.

LASH, Scott; URRY, John. Economics of signs & space. Londres: Dage Publications, 1994.

LIBBY, Douglas Cole. Trabalho escravo e capital estrangeiro no Brasil: o caso de Morro Velho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1984.

LIBBY, Douglas Cole. Transformação e trabalho em uma economia escravista: Minas Gerais no século XIX. São Paulo: Brasiliense, 1988.

LOJKINE, Jean. La clase obrera, hoy. México: Editorial Siglo XXI, 1988.

LÓPEZ GARCÍA, Mercedes. El concepto de patrimonio: el patrimonio industrial o la memoria del hogar. In: FERNANDEZ GARCÍA, Aladino; ÁLVAREZ ARECES, Miguel Ángel. (coords.) Arqueología Industrial (monográfico). Ábaco Revista de Cultura e Ciencias Sociales, Gijón: Nova Época, n.1, p.9-12, 1992.

MAGALHÃES, Aloísio. E Triunfo? A questão dos bens culturais no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira / Fundação Roberto Marinho, 1997.

MELUCCI, Alberto Nomads of the present: social movements and individual needs in contemporary society. Philadelphia: Temple, 1989.

MENEZES, Lúcia Maria Pires. Juiz de Fora e a moradia popular: o Alto Santo Antônio. Scripta Nova, Barcelona: Universidad de Barcelona, vol. VII, n. 146(133), ago., 2003.

MINCHINTON, Walter. World industrial archaeology: a survey. World Archaeology, v.15, n. 2, p.125-136, oct., 1983.

MORAIS, José Luiz de. Arqueologia da paisagem como instrumento de gestão no licenciamento ambiental de atividades portuárias. Revista Eletrônica de Gestão de Negócios, eGesta, v.3, n.4, p.97-115, out./dez., 2007.

NORA, P. Lieux de mémoire. Paris: Gallimard, 1997.

OLICK, Jeffrey K.; ROBBINS, Joyce. Social memory studies: from ‘collective memory’ to the historical sociology of mnemonic practices. Annual Review of Sociology, Palo Alto: v. 24, p. 105-140, 1998.

PALMER, Marilyn; NEAVERSON, Peter. Industrial archaeology: principles and practice. Londres: Routledge, 1998.

PALUMBO, B. Poétique de l'histoire et de l'identité dans une ville de la Sicile orientale. In: FABRE, D. (Org.). Domestiquer l'histoire: ethnologie des monuments historiques. Paris: De la Maison de Sciences de l'Homme, pp. 35-55, 2000.

PEREIRA, Nuno Teotónio. A promoção privada do alojamento operário, 1870/1930. In: Evolução das formas de habitação pluri-familiar na cidade de Lisboa. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993.

PRADO JÚNIOR, Caio. História e desenvolvimento, 1ª edição, São Paulo: Brasiliense, 1972.

RUFINONI, Manoela Rossinetti. Preservação e restauro urbano: teoria e prática de intervenção em sitios industriais de interesse cultural. (Tese de doutorado). São Paulo: FAU/USP, 2009.

SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. Sobre a autonomia das novas identidades coletivas: alguns problemas teóricos. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo: ANPOCS, v.13, n.38, 1998.

SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da; LIMA FILHO, Manuel Ferreira. Por uma antropologia do objeto documental: entre a “a alma nas coisas” e a coisificação do objeto. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 11, n. 23, p. 37-50, 2005.

SOJA, E. W. Planning in for postmodernity. In: BENKO, Georges; STROHMAYER, Ulf (eds.), Space and social theory. Oxford: Blackwell, pp. 236-249, 1996.

SUZIGAN, Wilson. Indústria brasileira: origem e desenvolvimento. São Paulo: HUCITEC / Editora da Unicamp, 2000.

TICCIH. The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage. Documentation, 2003. Disponível em: http://www.mnactec.com/TICCIH. Acesso em: 19 jan., 2004.

TOPALOV, Christian. La urbanizacion capitalista: algunos elementos para su analisis. México: Edicol, 1979.

TRINDER, Barrie. The blackwell encyclopaedia of industrial archaeology. Londres: Blackwell, 1992.

TUAN, Yi-Fu. Place: an experiential perspective. The Geographical Review, 65 (2), p.151-165, 1975.

WORCMAN, Karen. A história na empresa: identidades e oportunidades. In: Museu da Pessoa, São Paulo, 1999. http://www.museudapessoa.com.br/biblioteca/pdfs/ahistorianaempresa.pdf. Acesso em: 20 jan., 2006.

WORCMAN, Karen. Museu da pessoa: memória do futuro: um desafio. IN: NASSAR, P. (Org.). Memória de empresa: história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São Paulo: Aberje, 2004. p.23-30.

A Labor e Engenho utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.