Banner Portal
O auto-debate é possível?
PDF

Palavras-chave

Auto-debate
Akrasia
Vontade
Wishful thinking
Auto-engano
Controvérsia
Deliberação
Racionalidade forte
Racionalidade fraca.

Como Citar

DASCAL, Marcelo. O auto-debate é possível? dissolvendo alguns de seus supostos paradoxos. Manuscrito: Revista Internacional de Filosofia, Campinas, SP, v. 29, n. 2, p. 319–349, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/manuscrito/article/view/8643554. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O debate consigo mesmo é um fenômeno corriqueiro. Diariamente tomamos decisões – sejam elas importantes ou triviais, teóricas ou práticas – em questões nas quais temos que escolher entre pelo menos duas opções. Para fazê-lo confrontamos uma com a outra seja deliberando pausadamente a respeito dos méritos de cada uma, seja impulsivamente adotando uma delas e descartando as demais. Os auto-debates que mais têm chamado a atenção dos filósofos são aqueles em que pareceria que a racionalidade é violada: do wishful thinking ao auto-engano, passando pela akrasia (debilidade da vontade) e outras formas aparentemente paradoxais do pensar e do agir. Servindo-se de concepções da racionalidade e do debate desenvolvidas pelo autor, este artigo procura analisar a natureza do auto-debate e seus tipos, e mostrar que a irracionalidade que se costuma atribuir a alguns de seus exemplos típicos só se justifica devido a uma concepção que limita a racionalidade a seu modelo lógicodedutivo.

PDF

Referências

AINSLIE, G. “A behavioral economic approach to the defense mechanisms: Freud’s energy theory revisited”. Social Science Information, 21(6): 735-779, 1982.

AINSLIE, G. “Beyond microeconomics. Conflict among interests in a multiple self as a determinant of value”. In: J. Elster (ed). The Multiple Self. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 133-175, 1986.

ARISTÓTELES. Nicomachean Ethics. Trad. H. Rackham, introd. S. Watt. Ware, Hertfordshire: Wordsworth, 1996.

ARISTÓTELES. Retórica. Trad., introd. e notas de Q. Racionero. Madrid: Gredos,1990.

DASCAL, M. “The study of controversies and the theory and history of science”. Science in Context, 11(2): 147-154, 1998a.

DASCAL, M. “Types of polemics and types of polemical moves”. In S. Čmejrková, J. Hoffmannová, O. Müllerová, J. Světlá (eds.). Dialogue Analysis VI (= Proceedings of the 6th Conference, Prague 1996), vol. 1. Tübingen: Max Niemeyer, pp. 15-33, 1998b.

DASCAL, M. “Controversies and epistemology”. In: T.Y. Cao (ed.). Philosophy of Science (= Vol. 10 of Proceedings of the Twentieth World Congress of Philosophy). Philadelphia: Philosophers Index Inc., pp. 159-192, 2000.

DASCAL, M. Interpretation and Understanding. Amsterdam: John Benjamins, 2003. [Trad. brasileira: Interpretação e Compreensão. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2007].

DASCAL, M. “The balance of reason”. In: D. Vanderveken (ed.). Logic, Thought and Action. Dordrecht: Springer, pp. 27-47, 2005a.

DASCAL, M. “Debating with myself and debating with others”. In: P. Barrotta, M. Dascal (eds.). Controversies and Subjectivity. Amsterdam: John Benjamins, pp. 31-73, 2005b.

DASCAL, M. “A dialética na construção do saber científico”. In: A.C. Regner, L. Rohden (eds.). A Filosofia e a Ciência Redesenham Horizontes. São Leopoldo: Editora Unisinos, pp. 15-31, 2005c.

DASCAL, M., DASCAL, V. “A des-fixação da crença”. In: F. Gil, P. Livet, J.P. Cabral (eds.). O Processo da Crença. Lisboa: Gradiva, pp. 321-353, 2004.

DAVIDSON, D. “Actions, reasons, and causes” [1963]. Repr. in D. Davidson (2001), pp. 3-19.

DAVIDSON, D. “How weakness of the will is possible?” [1969]. Repr. in D. Davidson (2001), pp. 21-42.

DAVIDSON, D. “Deception and division”. In: J. Elster (ed.). The Multiple Self. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 79-92, 1986.

DAVIDSON, D. Essays on Actions and Events, 2nd ed. New York: Oxford University Press, 2001. ELSTER, J. “Introduction”. In: J. Elster (ed.). The Multiple Self. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 1-34, 1986.

DAVIDSON, D. (ed.). The Multiple Self. Cambridge: Cambridge University Press,1986.

HAMPSHIRE, S. Innocence and Experience. Cambridge, Mass.: Harvard

University Press, 1991.

KANT, I. Kritik der reinen Vernunft. Leipzig: Reclam, 1971 [A = 1st ed., 1781; B = 2nd ed., 1787].

LEIBNIZ, G.W. Die Philosophischen Schriften [1875-1890]. Ed. by C.J. Gerhardt. Berlin [repr. Hildesheim: Georg Olms, 1965].

LEIBNIZ, G.W. Sämtliche Schriften und Briefe, serie 6, vol. 4, ed. Leibniz-Forschungstelle der Universität Münster. Berlin: Akademie Verlag, 1999.

LEIBNIZ, G.W. The Art of Controversies. Ed. by M. Dascal. Dordrecht: Springer, 2006.

PEARS, D. “The goals and strategies of self-deception”. In: J. Elster (ed). The Multiple Self. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 59-77, 1986.

PEIRCE, C.S. Collected Papers of Charles Sanders Peirce. Ed. by C. Hartshorne. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1931-1958.

RORTY, A.O. “Self-deception, akrasia and irrationality”. In: J. Elster (ed.). The Multiple Self. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 115-131, 1986.

SEARLE, J.R. Rationality in Action. Cambridge, Mass.: The MIT Press, 2001.

SEARLE, J.R. “Desire, deliberation and action”. In: D. Vanderveken (ed.). Logic, Thought and Action. Dordrecht: Springer, pp. 49-78, 2005.

Downloads

Não há dados estatísticos.