Resumo
Este artigo contém algumas ideias sobre uma disciplina recentemente criada, que se chama Neuropsiquiatria Cognitiva. As bases principais desta disciplina são as seguintes: (1) Um novo modelo de Psicopatologia que pode ser construído a partir de algumas noções tiradas de conexionismo. (2) A relação entre o desvio quantitativo no nível sináptico e a sensação patológica qualitativa no nível mental, comum em psiquiatria clínica. (3) Arquiteturas conexionistas podem servir como algoritmos interessantes para explicar esta relação. (4) A relação entre o mental e o físico deve ser explicada não em termos das disposições, mas em termos do mecanismo que internaliza a psicologia “folk” e as expressões intencionais. (5) Em tal mecanismo acontecem coisas segundos as leis da Física, mas a sensação é que nos níveis mentais e sociológicos superiores coisas como crenças e liberdade realmente existem. Se isto é erro do ponto de vista físico, é a pré-condição da construção do homem social. Segundo esta visão dos fenômenos conscientes, a individualidade e as categorias mentais não são descrições ou interpretações fora de qualquer sistema cognitivo, mas são conceitos absolutamente necessários que sustentam as estruturas profundas da condição humana.
Referências
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Copyright (c) 1992 Manuscrito: Revista Internacional de Filosofia