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Programas e promessas
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Palavras-chave

Filosofia da ciência cognitiva
Inteligência artificial
Psicologia cognitiva

Como Citar

MENDONÇA, Wilson John Pessoa. Programas e promessas: sobre o (ab-) uso do jargão computacional em teorias cognitivas da mente. Manuscrito: Revista Internacional de Filosofia, Campinas, SP, v. 12, n. 1, p. 91–108, 1989. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/manuscrito/article/view/8667362. Acesso em: 5 maio. 2024.

Resumo

Segundo uma opinião hoje bastante difundida, teorias computacionais da mente do tipo comumente proposto na Psicologia hoje bastante difundida, teorias computacionais da mente do tipo comumente proposto na Psicologia Cognitiva e na Inteligência Artificial distingue-se de tentativas anteriores pelo rigor dos instrumentos conceituais de que se servem: a introdução, para efeito de construção teórica na Psicologia, do vocabulário retirado das Ciências da Computação permitiria a elaboração de hipótese precisas sobre os processos cognitivos. Este trabalho defende a tese de que tal opinião é insustentável. O exame do modo de funcionamento real da linguagem com a qual computadores são descritos mostra que a tentativa de descrição e explicação do agir inteligente em termos computacionais não vai além de uma assimilação superficial de níveis de linguagem radicalmente diferentes. Alguns processos fisiológicos envolvidos no exercício das chamadas faculdades da inteligência podem ser efetivamente descritos como processos computacionais. Contudo, a consideração de casos experimentais concretos da Psicologia Cognitiva revela que tais processos são associados às atividades da inteligência através de sua conexão com o agir intencional e sua base criterial. Como este não podem ser significativamente representados como o resultado da observância de regras esquemáticas ou de procedimentos implementáveis “mecanicamente”, as teorias computacionais da Psicologia Cognitiva não devem – ao contrário do que é afirmado por muitos de seus seguidores -  ser vistas como uma investigação sobre “a natureza da inteligência”. Ao contrário, elas devem ser vistas, no melhor dos casos (quando analisadas apropriadamente), como a descrição sistemática de algumas condições operativas do exercício da inteligência.

 

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Referências

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Copyright (c) 1989 Manuscrito: Revista Internacional de Filosofia

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