Resumo
A época dos grandes livros de filosofia da ciência, seja das obras onde o conhecimento "epistemológico" existente era rigorosamente sistematizado, por exemplo, The Structure of Science de Nagel, seja das que ofereciam descobertas técnicas fundamentais como a sistematização e análise da estrutura lógica da explicação feita por Hempel, ou os trabalhos com (merecida ou não) pretensão de serem grandes produções intelectuais, como o célebre The Logic of Scientific Discovery de Popper, está ultrapassada, provavelmente. Todavia, de vez em quando (com uma frequência menor da que foi usual até a década de 1970) ainda se publicam livros que, pelo seu enfoque, pela natureza de suas teses, embora nem sempre espetaculares, ou pelo papel que vêm a preencher na literatura da área, podem considerar-se relevantes. Este é o caso do livro de Howson e Urbach, onde basicamente é discutida e defendida a tese de que o conhecimento científico é simplesmente o conhecimento probabilístico. Eu enfatizaria um pouco as afirmações dos autores, talvez para as fazer concordar com meu próprio ponto de vista, a ser desenvolvido num trabalho que espero apareça proximamente, no sentido de que a filosofia da ciência, pelo menos em seus aspectos gnoseológicos e metodológicos, não é mais do que a teoria das probabilidades aplicada aos enunciados das teorias científicas.
Referências
Howson, C., & Urbach, P. (1989). Scientific reasoning: a Bayesian approach. ( La Salle, Open Court).

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 1991 Manuscrito: Revista Internacional de Filosofia