Banner Portal
Um estudo do conhecimento não proposicional no contexto da teoria da cognição incorporada e situada
PDF

Palavras-chave

Conhecimento não proposicional
Pensamento
Linguagem
Ferramenta cognitiva
Cognição incorporada e situada
Epistemologia
Ecológica.

Como Citar

BROENS, Mariana C.; GONZALEZ, Maria E. Q. Um estudo do conhecimento não proposicional no contexto da teoria da cognição incorporada e situada. Manuscrito: Revista Internacional de Filosofia, Campinas, SP, v. 29, n. 2, p. 729–751, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/manuscrito/article/view/8643620. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho tem por objetivo investigar a concepção de ferramenta cognitiva no contexto da teoria da cognição incorporada e situada (CIS). Para isso, partimos das noções de ferramenta e de tecnologia cognitivas propostas, respectivamente, por Dennett (1994, 1997 e 1998) e Dascal (2004), através das quais situam a linguagem no contexto evolucionário, ressaltando o seu caráter pragmático. Argumentamos que a concepção de ferramenta cognitiva, que para esses autores está inserida num contexto teórico que privilegia o conhecimento proposicional, pode ser ampliada de modo a abarcar o conhecimento não proposicional. Em seguida, com o propósito de ressaltar a relevância do conhecimento não proposicional, apresentamos algumas teses relativas à natureza dos processos cognitivos que são postuladas pela CIS (Clark 1997, 2001, 2003; Thelen 2000; Haselager et al. 2003, 2004) e pela Epistemologia Ecológica (EE) (Bateson 1979, 2001, 2002). Tais teses ressaltam que a compreensão do comportamento inteligente necessita considerar fatores presentes na complexa dinâmica da interação organismo/meio ambiente. Argumentamos, ainda que, graças às teses da CIS e da EE conseguiremos entender alguns fenômenos relacionados à aquisição do conhecimento, especialmente em situações nas quais parece se instaurar uma dicotomia entre significado e ação.

PDF

Referências

ALLEN, C. “Animal Consciousness”. In: Stanford Encyclopedia of Philosophy. Acessado em 29 de março de 2006 em: http://plato.stanford.edu/entries/consciousness-animal/

ARISTÓTELES. De Interpretatione. In: Tratados de Lógica. México: Fondo de Cultura Economica-Porrua, 1986.

ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Loyola, 2002.

BATESON, G. Mind and Nature: a necessary unity. New York: Cambridge Press, 1979.

BATESON, G. “Os Homens são como a Planta: a metáfora e o universo do processo mental”. In: W.I. Thompson (org.). Gaia: uma teoria do conhecimento. GAIA Ltda., 2001.

BATESON, G. Steps to an Ecology of Mind. London: The University of Chicago Press, 2002.

CLARK, A. Being There: putting brain, body and world together again. Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 1997.

BATESON, G. Mindware: an introduction to the philosophy of cognitive science. Oxford: Oxford University Press, 2001.

CLARK, A. “Artificial Intelligence and the Many Faces of Reason”. In: S. Stich, T. Warfield (eds.). The Blackwell Guide To Philosophy Of Mind. Oxford: Blackwell, 2003.

DAMÁSIO, A., O Erro de Descartes. Emoção, Razão e Cérebro Humano, 12ª edição. Lisboa: Publicações Europa-América, 1995.

BATESON, G. The Feeling of what Happens: body, emotion and the making of consciousness. Londres: Vintage, 2000.

DASCAL, M. “Language as a Cognitive Technology”. International Journal of Cognition and Technology, 1(1), pp. 35-89. Repr. in B. Gorayska, J.L. Mey (2004), pp. 37-62). Texto também disponível em: http://www.tau.ac.il/humanities/philos/dascal/papers/ijct-rv.htm

DENNETT, D. “The Role of Language in Intelligence”. In: J. Khalfa (ed.). What is Intelligence? The Darwin College Lectures. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

DENNETT, D. Tipos de Mentes: rumo a uma compreensão da consciência. Trad. Alexandre Tort. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

DENNETT, D. A Perigosa Idéia de Darwin: a evolução e os significados da vida. Trad. Talita M. Rodrigues. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

DREYFUS, H. [1972]. What Computers Can't Do? The Limits of Artificial Intelligence. Revised edition. New York: Harper and Row, 1979.

DUPUY, J.P. Nas Origens das Ciências Cognitivas. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora da Unesp, 1996.

GORAYSKA, B., MEY, J.L. (eds.). Cognition and Technology: Co-existence, Convergence, and Evolution. Amsterdã: John Benjamins, 2004.

HASELAGER, W.F.G., de GROOT, A.D., van RAPPARD, J.F.H. “Representationalism versus Anti-Representationalism: a debate forthe sake of appearance”. Philosophical Psychology, 16(1), pp. 5-23, 2003.

HASELAGER, W.F.G. “O Mal Estar do Representacionismo: as sete dores de cabeça da Ciência Cognitiva”. Trad. Mariana Claudia Broens. In: A. Ferreira, M.E.Q. Gonzales, J.G. Coelho (orgs.). Encontros com as Ciências Cognitivas, v. 4. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2004.

MANNING, A., STAMP, M. An Introduction to Animal Behaviour. 5th Edition, Cambridge: Cambridge University Press, 1998.

SEARLE, J.R. [1980]. “Minds, Brains, and Programs”. Behavioral and Brain Sciences, 3 (3): 417-457. Em versão eletrônica acessada em 04 de março de 2006: http://www.bbsonline.org/Preprints/OldArchive/bbs.searle2.html

SLATER, P.J.B. Essentials of Animal Behaviour. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

THELEN, E. “Grounded in the World: developmental origins of the embodied mind”.Infancy, 1(1), pp. 3-28, 2000.

TURING, A. [1936]. On Computable Numbers, with an Application to the Entscheidungsproblem. Acessado em 12 de dezembro de 2005 em: http://www.cs.umass.edu/~immerman/cs601/turingReference.html.

TURING, A. Computing Machinery and Intelligence, 1950. Acessado em 03 de abril de 2006 em: http://www.abelard.org/turpap/turpap.htp.

Downloads

Não há dados estatísticos.