Ética e finitude

Abstract

Lembra Heidegger, numa passagem da Carta sobre o Hu manismo (Über den Humanismus, 1947), que um jovem amigo The perguntara logo depois da publicação de Ser e Tempo (1927): "Quando escrevereis uma Ética?" A única resposta pronta que Heidegger poderia ter dado ao seu interlocutor era que a Ética exigida já estava escrita ao longo do desenvolvi mento da questão do ser, mas de acordo com o princípio da finitude, oposto àquele que assegurara a dominância da Meta física, por ele igualada, a partir da idade clássica da cultura grega até aos nossos dias, ao curso do pensamento filosófico. Conforme sustenta esse novo livro de Zeljko Loparic, Ética e Finitude (EDUC, São Paulo, 1995), a idéia, tantas vezes repeti da, ainda hoje um lugar-comum, da carência de uma Ética no filósofo de Ser e Tempo, deriva do fato de que se vai buscar nele o padrão corrente das doutrinas morais, erigido sobre a base da infinitude em que também a Metafísica tomou pé.