Banner Portal
Mesmas instituições, mesmos resultados? Comparando o efeito da competição eleitoral sobre os níveis de concentração de votos
PDF

Palavras-chave

Competição eleitoral. Deputado federal. Deputado estadual. Concentração espacial de votos. Magnitude distrital.

Como Citar

SILVA, Glauco Peres da. Mesmas instituições, mesmos resultados? Comparando o efeito da competição eleitoral sobre os níveis de concentração de votos. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 23, n. 3, p. 682–713, 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8651194. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

O objetivo do artigo é identificar o efeito da magnitude dos distritos eleitorais sobre a concentração espacial de votos. Usualmente, a magnitude dos distritos é proxy para o nível de competição intrapartidária e esta incentivaria o voto pessoal. Nos estudos sobre o Brasil, assim como em outros trabalhos, o voto pessoal justificou a concentração regional de votos. Porém, ainda persiste a dificuldade em identificar essa relação porque, apesar dos distritos possuírem diferentes magnitudes, não se deve confrontar diretamente os níveis de concentração de diferentes candidatos. Entretanto, a simultaneidade das eleições para o legislativo estadual e federal no caso brasileiro cria um caso de quase-experimento, ao se controlar para as alternâncias dos indivíduos em concorrer entre cargos ao longo do tempo. Este artigo cobre o período de 1998 a 2010 e os resultados indicam que variações de magnitude levam a concentração espacial dos votos, confirmando as expectativas teóricas.

PDF

Referências

AMES, B. “Electoral strategy under open-list proportional representation”. American Journal of Political Science, vol. 39, nº 2, p. 406-433, 1995a.

AMES, B. “Electoral rules, constituency pressures, and pork barrel: bases of voting in Brazilian Congress”. The Journal of Politics, vol. 57, nº 2, p. 324-343, 1995b.

AMES, B. The deadlock of democracy in Brazil. University of Michigan Press, p. 352, 2001.

AMES, B.; PEREIRA, C.; RENNÓ, L. Famintos por pork. Uma análise da demanda e da oferta por políticas localistas e suas implicações para a representação política. In: POWER, T.; ZUCCO JR., C. (orgs.). O Congresso por ele mesmo. Autopercepções da classe política brasileira. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2011.

ANDRÉ, A.; DEPAUW, S. “District magnitude and the personal vote”. Electoral Studies, vol. 35, p. 102-114, 2013.

AVELINO, G.; BIDERMAN, C.; SILVA, G. P. “A concentração eleitoral nas eleições paulistas: medidas e aplicações”. Dados, vol. 54, nº 2, p. 319-347, 2011.

AVELINO, G. “A concentração eleitoral no Brasil (1994-2014)”. Dados, vol. 59, nº 4, p. 1091-1125, 2016.

AVELINO, G.; BIDERMAN, C.; BARONE, L. “Articulações intrapartidárias e desempenho eleitoral no Brasil”. Dados, vol. 55, 4, p. 987-1.013, 2012.

BAIÃO, A. L. “Emendas orçamentárias individuais: efeitos eleitorais, condicionantes da execução e qualidade do gasto público”. Tese de Doutorado em Administração Pública e Governo. Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2016.

BLAIS, A.; LAGO, I. “A general measure of district competitiveness”. Electoral Studies, vol. 28, p. 94-100, 2009.

BORGES, A.; PAULA, C.; SILVA, A. N. “Eleições legislativas e geografia do voto em contexto de preponderância do Executivo”. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, vol. 24, nº 58, p. 31-58, 2016.

CAREY, J.; SHUGART, M. “Incentives to cultivate a personal vote: a rank ordering of electoral formulas”. Electoral Studies, vol. 14, nº 4, p. 417-439, 1995.

CARROLL, R.; EICHORST, J. “The role of party: the legislative consequences of partisan electoral competition”. Legislative Studies Quarterly, vol. 38, nº 1, p. 83-109, 2013.

CARVALHO, N. R. E no início eram as bases: geografia política do voto e comportamento legislativo no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

CRISP, B.; INGALL, R. “Institutional engineering and the nature of representation: mapping the effects of electoral reform in Colombia”. American Journal of Political Science, vol. 46, nº 4, p. 733–748, 2002.

CRISP, B., et al. “Vote-earning strategies in flexible list systems: seats at the price of unity”. Electoral Studies, vol. 32, nº 4, p. 658-669, 2013.

DOWNS, A. “An economic theory of political action in a democracy”. Journal of Political Economy, vol. 65, nº 2, p. 135-150, 1957.

DUVERGER, M. Political parties: their organization and activity in the modern State. York: Methuen, 1959.

FERREE, K.; POWELL G. B.; SCHEINER, E. “Context, electoral rules and party systems”. Annual Review of Political Science, vol. 17, p. 421-439, 2014.

GOLDEN, M.; MIN, B. “Distributive politics around the world”. Annual Review of Political Science, vol. 16, p. 73–99, 2013.

HAGOPIAN, F. Parties and voters in emerging democracies. In: BOIX, C.; STOKES, S. (eds.). Comparative politics. Oxford Handbooks of Political Science. Oxford: Oxford University Press, p. 582-603, 2007.

KELLSTEDT, P.; WHITTEN, G. The fundamentals of political research. 2ª ed. New York: Cambridge University Press, 2013.

LAGO, I.; ROTTA, E. “Conexão eleitoral e reeleição entre deputados federais do sul do Brasil / 1998-2010”. Revista de Sociologia e Política, vol. 22, nº 49, p. 139-156, 2014.

MARTIN, S. “Using parliamentary questions to measure constituency focus: an application to the Irish case”. Political Studies, vol. 59, nº 1, p. 472-488, 2011.

MAYHEW, D. R. Congress: the electoral connection. New Haven: Yale University Press, 1974.

MESQUITA, L., et al. “Emendas individuais e concentração de votos: uma análise exploratória”. Teoria & Pesquisa, vol. 23, nº 2, p. 165-178, 2014.

NEMOTO, K.; SHUGART, M. “Localism and coordination under three different electoral systems: the national district of the Japanese House of Councillors”. Electoral Studies, vol. 32, nº 1, p. 1 -12, 2013.

PEREIRA, C.; RENNÓ, L. “O que é que o reeleito tem? Dinâmicas político-institucionais locais e nacionais nas eleições de 1998 para a Câmara dos Deputados”. Dados, vol. 44, nº 2, p. 323-362, 2001.

PEREIRA, C. “O que é que o reeleito tem? O retorno: o esboço de uma teoria da reeleição no Brasil”. Revista de Economia Política, vol. 27, nº 4, p. 664-683, 2007.

PRIMO, D.; SNYDER Jr., J. “Party strength, the personal vote, and the government spending”. American Journal of Political Science, vol. 54, nº 2, p. 354-370, 2008.

RAE, D. Political consequences of electoral laws. New Haven: Yale University Press, 1972.

SILVA, G. P. “Uma avaliação empírica da competição eleitoral para a Câmara Federal no Brasil”. Opinião Pública, vol. 19, nº 2, p. 403-429, 2013.

SILVA, G. P.; DAVIDIAN, A. “Identification of areas of vote concentration: evidences from Brazil”. Brazilian Political Science Review, São Paulo, vol. 7, nº 2, p. 141-155, 2013.

STADELMANN, D., PORTMANN, M.; EICHENBERGER, R. “The law of large districts: how district magnitude affects the quality of political representation”. European Journal of Political Economy, vol. 35, p. 128-140, 2014.

SWINDLE, S. “The supply and demand of the personal vote”, Party Politics, vol. 8, nº 3, pp. 279-300, 2002.

VIGNANDI, R. S.; PARRÉ, J. L.; GUIMARÃES, P. F. “Concentração industrial no Brasil: uma análise espacialmente ponderada”. In: Anais do XLI Encontro Nacional de Economia. Anpec – Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia, 2014.

A Opinião Pública utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.