Banner Portal
Entre procedimento e substância
PDF

Palavras-chave

Participação
Democracia
Cultura política

Como Citar

PENNA, Camila; CARVALHO, Priscila Delgado de; ZANANDREZ, Priscila. Entre procedimento e substância: participação política e sentidos da democracia. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 28, n. 3, p. 678–715, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8671935. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Dentre os estudos de cultura política e experiências participativas, a participação política comumente tem sido relacionada a valores democráticos e ao aprofundamento da democracia. No entanto, ainda existe uma lacuna explicativa sobre como ativistas de diferentes setores da sociedade civil pensam e concebem a democracia. Ancorado na pergunta: “Como pessoas com diferentes trajetórias de ativismo entendem a democracia?”, este artigo visa fornecer subsídios teóricos e empíricos sobre como cidadãs e cidadãos com experiências participativas diversas compreendem a democracia e, alternativamente, como concebem regimes não democráticos. A partir de análises das conversas produzidas por grupo focais realizados em Belo Horizonte, Porto Alegre e Montes Claros, entre os meses de março e setembro de 2019, o artigo demonstra como os entendimentos sobre democracia variam a depender do perfil e dos vínculos dos participantes.

PDF

Referências

ALMEIDA, D. R. Representação política e conferências: os desafios da inclusão da pluralidade. Texto para Discussão, 2012.

ALMEIDA, D. R.“Pluralização da representação política e legitimidade democrática: lições das instituições participativas no Brasil”.Opinião Pública, vol. 20, nº1, p. 96-117, 2014.

ALMOND, G.; VERBA, S. The civic culture.New York: Princeton University Press, 1963.

ARMONY, A. The dubious link: civic engagement and democratization. Stanford: Stanford University Press, 2004.

ARNEIL, B. Diverse communities: the problem with social capital. Cambridge University Press, 2006.

AVRITZER, L. “New public spheres in Brazil: local democracy and deliberative politics”. International Journal of Urban and Regional Research, vol. 30, nº 3, p. 623-637, 2006.

AVRITZER, L. A qualidade da democracia e a questão da efetividade da participação: mapeando o debate. In:PIRES, R. R. C. (org.). Efetividade das instituições participativas no Brasil: estratégias de avaliação. Brasília: IPEA, p. 13-25, 2011.

AVRITZER, L.; SANTOS, B. de S. Para ampliar o cânone democrático. In: SANTOS, B. de S. (org.). Democratizar a democracia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p. 39-77.

BAQUERO, M. “Corruption, political culture and negative social capital in Brazil”. Revista Debates, vol. 9, nº 2, p. 139-157, 2015.

BAQUERO, M.; GONZÁLEZ, R. S. “Cultura política, mudanças econômicas e democracia inercial. Uma análise pós-eleições de 2014”. Opinião Pública, vol. 22, nº 3, p.492-523, 2016.

BARBOUR, R.; KITZINGER, J. Developing focus group research. Politics, theory and practice. London: Sage, 1998.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016 [1977].

BERMAN, S. “Civil society and the collapse of the Weimar Republic”. World politics, vol. 49, nº 3, p. 401-429, 1997.

BONIFÁCIO, R.;CASTRO, M. M. M. “Mapeando a participação política nas Américas e no Caribe: discussão conceitual e aproximações empíricas”. Sociedade e Cultura, vol. 20, p. 240-267, 2018.

BRENNAN, J. Against democracy: new preface. Princeton: Princeton University Press, 2017.

BRINGEL, B.; PLEYERS, G. “Junho de 2013... dois anos depois”. Nueva Sociedad, número Especial em Português, 2015, p. 4-17, 2015.

CASTRO, M. M. M.; NUNES, F. “Candidatos corruptos são punidos?: accountability na eleição brasileira de 2006”. Opinião Pública, vol. 20 nº1, 26-48, 2014.

CHAMBERS, S.; KOPSTEIN, J. “Bad civil society”. Political Theory, vol. 29, nº 6, p. 837-865, 2001.

COHEN, J. Procedure and substance in deliberative democracy. In: BOHMANJ.;REGH, W. (eds.).Deliberative democracy.Cambridge: MIT Press, p. 407-438, 1997.

DAGNINO, E., et al.“Cultura democrática e cidadania”. Opinião Pública, vol. 5, nº 1, p. 20-71, 1998.

DELLA PORTA, D. (ed.). Democracy in social movements. London: Palgrave Macmillan UK, 2009.

DIAMOND, L.; MORLINO, L. “The quality of democracy: an overview”. Journal of Democracy, vol. 15, nº 4, p. 20-31, 2004.

FOLEY, M. W.; EDWARDS, B. “The paradox of civil society”. Journal of Democracy, vol. 7, nº 3, p. 38-52, 1996.

FUKS, M.;PERISSINOTTO, R. “Recursos, decisão e poder: conselhos gestores de políticas públicas de Curitiba”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 21, nº 60, p. 67-81, 2006.

FUKS, M.; CASALECCHI,G. A.; ARAÚJO,M. M. “Os democratas insatisfeitos são críticos? Reavaliando o conceito de cidadão crítico”. Opinião Pública, vol. 23, nº 2, p. 316-333, 2017.

FUKS, M.; RIBEIRO, E. A.; BORBA, J. “From antipetismo to generalized antipartisanship: the impact of rejection of political parties on the 2018 vote for Bolsonaro”. Brazilian Political Science Review, vol. 15, nº 1, p. 1-28, 2021.

GAMSON, W. A. Talking politics. New York: Cambridge University Press, 1992.

GUTMANN, A. (ed.). Freedom of association. Princeton University Press, 1998.

INCTIDDC, Institutoda Democracia e da Democratização da Comunicação.A Cara da Democracia no Brasil (online). Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, 2018. Disponível em:https://www.institutodademocracia.org/a-cara-da-democracia. Acesso em: 07 de abr. 2021.

LAVALLE, A. G. “Participação: valor, utilidade, efeitos e causa”. In: PIRESR. R. C. (org.).Efetividade das instituições participativas no Brasil: estratégias de avaliação. Brasília: IPEA/ENAP, vol. 7, p. 33-42, 2011.

LAVALLE, A. G.; VOIGT, J.; SERAFIM, L. “O que fazem os conselhos e quando o fazem? Padrões decisórios e o debate dos efeitos das instituições participativas”. Dados – Revista de Ciências Sociais, vol. 59, nº 3, p. 609-650, 2016.

LAVALLE, A. G., et al. Movimentos sociais e institucionalização: políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2018.

LÜCHMANN, L. H. “Abordagens teóricas sobre o associativismo e seus efeitos democráticos”.Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 29, nº 85, p. 159-178, 2014.

MENDONÇA, R. F. “Dimensões democráticas nas jornadas de junho: reflexões sobre a compreensão de democracia entre manifestantes de 2013”.Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 33, nº 98, 2018.

MENDONÇA, R. F.; DOMINGUES, L. B. “Protestos contemporâneos e a crise da democracia”. Revista Brasileira de Ciência Política, vol.1, nº 37, p. 1-36, 2021.

MOISÉS, J. A. “Os significados da democracia segundo os brasileiros”. Opinião Pública, vol. 16, nº 2, p. 269-309, 2010.

MORLINO, L. “Qualidades da democracia: como analisá-las”. Sociedade e Cultura, vol. 18, nº 2,p. 177-194,ago. 2016.

OFFE, C. “New social movements: changing boundaries of the political”. Social Research, vol. 52, nº 4, p. 817-868, 1985.

PAIVA, D.; BRAGA, M. S.;PIMENTEL, J. “Eleitorado e partidos políticos no Brasil”. Opinião Pública, Campinas, vol.13, nº 2, p. 388-408, 2007.

PATEMAN, C.Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

PENNA, C.; ROSA, M. Political education as a problem and solution: discussing participation in Brazil. IN: SAUNDERS, C.;KLANDERMANS, B. (orgs.).When citizens talk about politics.New York: Routledge, 2021.

PENNA, C.; ROSA, M. C.; PEREYRA, S. “Vote and protest in Argentina and Brazil: contemporary research based reflections on political participation”. Sociologies in Dialogue, vol. 3, nº2, p. 96-117, 2017.

PUTNAM, R. D. Making democracy work. Princeton.New Jersey: Princeton University Press, 1994.

RIBEIRO, E.;BORBA, J. “Protesto político na América Latina: tendências recentes e determinantes individuais”. Opinião Pública, vol. 21, nº 1, p. 188-216, 2015.

RIBEIRO, E.;CARREIRÃO, Y.;BORBA, J. “Sentimentos partidários e antipetismo: condicionantes e covariantes”. Opinião Pública, vol. 22, nº 3, p. 603-637, 2016.

RUSKOWKSI, B.,et al. “Tecnologias de informação e comunicação, ativismo e movimentos sociais”. Compolítica, [online], v.10, n. 2, p. 43-84, 23 set. 2020.

RUSSO, G. A.; AZZI, R. G.;FAVERI, C. “Confiança nas instituições políticas: diferenças e interdependência nas opiniões de jovens e população brasileira”.Opinião Pública, vol. 24, nº 2, p. 365-404, 2018.

SILVA, M. K.; PEREIRA, M.M. “Movimentos e contramovimentos sociais: o caráter relacional da conflitualidade social”. Revista Brasileira de Sociologia, vol. 8, nº 20, p. 26-49, 2020.

TATAGIBA, L. F.; ABERS, R. N.; SILVA, M. K. Movimentos sociais e políticas públicas: ideias e experiências na construção de modelos alternativos. In:PIRES, R.; LOTTA, G.; DE OLIVEIRA, V. E. (orgs.). Burocracia e políticas públicas no Brasil: interseções analíticas. Brasília: IPEA/ENAP, 2018, p. 105-138.

TATAGIBA, L. F.; GALVÃO, A. “Os protestos no Brasil em tempos de crise (2011-2016)”. Opinião Pública, vol. 25, nº 1, p. 63-96. 2019.

VANBEZOUW, M. J., et al. “A methodology for cross-national comparative focus group research: illustrations from discussions about political protest”. Quality &quantity, vol. 53, nº 6,p. 2.719-2.739, 2019.

VEIGA, L.; GONDIM, S. “A utilização de métodos qualitativos na Ciência Política e no Marketing Político”. Opinião Pública, Campinas, vol. 7, nº 1, p. 1-15, 2001.

WARREN, M. Democracy and association. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 2001.

WHITE, J. “Thematization and collective positioning in everyday political talk”. British Journal of Political Science, vol. 39, nº 4, p. 699-709, 2009.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Opinião Pública

Downloads

Não há dados estatísticos.