Banner Portal
Reações à igualdade de gênero e ocupação do Estado no governo Bolsonaro (2019-2022)
PDF

Palavras-chave

Gênero
Reação
Contramovimento antifeminista
Coalizão convergente
Governo Bolsonaro

Como Citar

BIROLI, Flávia; TATAGIBA, Luciana; QUINTELA, Débora Françolin. Reações à igualdade de gênero e ocupação do Estado no governo Bolsonaro (2019-2022). Opinião Pública, Campinas, SP, v. 30, p. e3013, 2024. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8676883. Acesso em: 30 jun. 2024.

Resumo

Este artigo se insere no debate sobre as reações à política feminista. No Brasil, essas reações foram assumidas como diretriz política durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022). Nesse período, o contramovimento antifeminista teve acesso à gestão pública, ocupando cargos em um governo de coalizão convergente, isto é, uma aliança governista heterogênea, que não inclui grupos orientados para a promoção da igualdade de gênero. O estudo analisa quem foram os atores e os efeitos de sua atuação em três ministérios: Mulher, Família e Direitos Humanos; Saúde; e Educação. Foram coletados dados sobre trajetórias e posições dos atores na gestão, evidenciando as políticas em que estiveram envolvidos. Eles apontam para a relevância de atores conservadores evangélicos e católicos, aliados em ações para bloquear agendas feministas e propor políticas que afirmam a ordem familiar tradicional.

PDF

Referências

ABERS, R.; SERAFIM, L.; TATAGIBA, L. “Repertórios de Interação Estado-sociedade em um Estado heterogêneo: a experiência na Era Lula”. Dados, vol. 57, nº 2, p. 325-57, 2014. Disponível em:<https://doi.org/10.1590/0011-5258201411>. Acesso em: 24 abr. 2024.

ALVAREZ, S. “Para além da sociedade civil: reflexões sobre o campo político feminista”. Cadernos Pagu, nº 43, p. 13-56, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0104-8333201400430013>.Acesso em: 11 abr. 2024.

BENZA, G.; KESSLER, G. La ¿nueva? estructura social en América Latina: cambios y persistencias después de la ola de gobiernos progresistas. Buenos Aires: Siglo XXI, 2020.

BIROLI, F. Gênero e Desigualdades, limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo. 2018.

BIROLI, F. “The backlash against gender equality in Latin America: Temporality, Religious Patterns, and the Erosion of Democracy”. Lasa Forum, Guadalajara, vol. 51, nº 2, p. 22-26, 2020. Disponível em: <https://forum.lasaweb.org/files/vol51-issue2/Dossier1-3.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2024.

BIROLI, F.; CAMINOTTI, M. “The Conservative Backlash against Gender in Latin America”. Politics & Gender, vol. 16, 2020. Disponível em: <https://www.cambridge.org/core/journals/politics-andgender/article/abs/conservative-backlash-against-gender-in-latinamerica/14D10524793D61122478A8A391C33E22>. Acesso em: 24 abr. 2024.

BIROLI, F.; MACHADO, M. D. C.; VAGGIONE, J. M. Gênero, Neoconservadorismo e Democracia. São Paulo: Boitempo. 2020.

BURITY, J. “A cena da religião pública: contingência, dispersão e dinâmica relacional”. Novos Estudos.CEBRAP, nº 102, p. 89-105, jul. 2015. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/nec/a/FV44zNnSZC6Yd9xP5gHLr9r/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 24 abr. 2024.

CARDOSO JR, J. C., et al. (Eds.). Assédio institucional no Brasil: Avanço do autoritarismo e desconstrução do Estado. João Pessoa: UEPB, 2022.

CHALOUB, J.; PERLATTO, F. “'Intelectuais da ‘nova direita’ brasileira: ideias, retórica e prática política”. In: Anais do 39 Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, 2015. Disponível em:<https://biblioteca.sophia.com.br/terminal/9666/acervo/detalhe/4021?guid=41d8995221adecf180ec&returnUrl=%2fterminal%2f9666%2fresultado%2flistar%3fguid%3d41d8995221adecf180ec%26quantidadePaginas%3d1%26codigoRegistro%3d4021%234021&i=1>. Acesso em: 24 abr. 2024.

CORRALES, J. The Politics of LGBTQ Rights Expansion in Latin America and the Caribbean: Elements in Politics and Society in Latin America. Cambridge: Cambridge University Press, 2021.

FALUDI, S. Backlash: The Undeclared War Against American Women. New York: Crown, 1991.

HTUN, M.; WELDON, S. L. “When Do Governments Promote Women’s Rights: A Framework for the Comparative Analysis of Sex Equality Policy”. Perspectives on Politics, vol. 8, nº 1, p. 207-216, mar.2010. Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/25698527>. Acesso em: 22 abr. 2024.

HTUN, M.; WELDON, S. L. The Logics of Gender Justice: State Action on Women's Rights Around the World. Cambridge: Cambridge University Press, 2018.

JAKIMIU, V. C. L. “A extinção da SECADI: A negação do direito à educação para (e com a) diversidade”. Revista de Estudos em Educação e Diversidade, vol. 2, nº 3, p. 115-137, 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.22481/reed.v2i3.8149>. Acesso em: 22 abr. 2024.

JUNQUEIRA, R. “A invenção da ‘ideologia de gênero’: a emergência de um cenário político-discursivo e a elaboração de uma retórica reacionária antigênero”. Psicologia Política, vol. 18, nº 43, p. 449-502, set-dez. 2018. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2018000300004>. Acesso em: 22 abr. 2024.

KOVATS, E.; POÏM, M. Gender as symbolic glue: The position and role of conservative and far-right parties in the anti-gender mobilizations in Europe. Brussels: Foundation for European Progressive Studies, 2015.

KRIZSÁN, A.; ROGGEBAND, C. “Democratic backsliding and the backlash against women’s rights: Understanding the current challenges for feminist politics”. UN Women discussion paper series, nº 35, junho 2020. Disponível em: <https://www.unwomen.org/sites/default/files/Headquarters/Attachments/Sections/Library/Publications/2020/Discussion-paper-Democratic-backsliding-and-the-backlash-against-womens-rightsen.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2024.

LIND, B.; STEPAN-NORRIS, J. “The relationality of movements: Movement and countermovement resources, infrastructure, and leadership in the Los Angeles Tenants’ Rights mobilization, 1976–1979”. American Journal of Sociology, vol. 116, nº 5, p. 1564-1609, 2011. Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/10.1086/657507>. Acesso em: 22 abr. 2024.

LO, C. Y. H. “Countermovements and conservative movements in the contemporary U.S”. Annual Review of Sociology, vol. 8, p. 107-134, 1982.

MANSBRIDGE, J.; SHAMES, S. L. “Toward a Theory of Backlash: Dynamic Resistance and the Central Role of Power”. Politics & Gender, vol. 4, nº 4, p. 623-634, 2008.

PATERNOTTE, D. Backlash: a misleading narrative, [online]. Engenderings (Blog), 2020. Disponível em: <https://blogs.lse.ac.uk/gender/2020/03/30/backlash-a-misleading-narrative/>. Acesso em: 22 dez. 2022.

ROCHA, M. I. B. “A discussão política sobre aborto no Brasil: uma síntese”. Revista Brasileira de Estudos da População, vol. 23, nº 2, p. 369-379, jul.-dez. 2006. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbepop/a/NS7sgZvBfqDStLF8QzY3Ynf/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 22 abr. 2024.

ROUSSEAU, S. “Anti-gender activism in Peru and its impact on state policy”. Politics & Gender, vol. 16,nº 1, mar. 2020. Disponível em: <https://www.cambridge.org/core/journals/politics-andgender/article/abs/antigender-activism-in-peru-and-its-impact-on-statepolicy/2A6396F98EC482ED4F1307D09BAA5940>. Acesso em: 22 abr. 2024.

SILVA, M. K.; PEREIRA, M. M. “Movimentos e contramovimentos sociais: o caráter relacional da conflitualidade social”. Revista Brasileira de Sociologia, vol. 8, nº 20, p. 26-49, set-dez 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.20336/rbs.647>. Acesso em: 22 abr.2024.

SINGER, A. Os sentidos do lulismo: Reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

TEITELBAUM, B. R. Guerra pela Eternidade: O retorno do tradicionalismo e a ascensão da direita populista. Campinas: Editora da Unicamp, 2020.

TEIXEIRA, R.; BIROLI, F. “Contra o gênero: a ‘ideologia de gênero’ na Câmara dos Deputados brasileira”. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 38, p. 1-40, 2022. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-3352.2022.38.248884>. Acesso em: 22 abr. 2024.

VAGGIONE, J. “Sexuality, Religion, and Law in Latin America: Frameworks in Tension”. Religion & Gender, vol. 8, nº 1, p. 14-31, 2018.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Opinião Pública

Downloads

Não há dados estatísticos.