Banner Portal
Fraude nas urnas e contestação eleitoral no Brasil
PDF

Palavras-chave

Urna eletrônica
Teoria da conspiração
Análise multiplataforma
Eleições
Brasil

Como Citar

DOURADO, Tatiana; ALMEIDA, Sabrina; PIAIA, Victor. Fraude nas urnas e contestação eleitoral no Brasil: análise multiplataforma de atores políticos, viés conspiratório e moderação de conteúdo. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 30, p. e3017, 2024. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8676896. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

Este artigo investiga a presença de atores, de conspiração e a moderação em conteúdos on-line com alegações infundadas de fraude eleitoral publicados durante as eleições municipais de 2020 no Brasil. Partindo do entendimento de que o acirramento dos conflitos entre as elites políticas influencia o sistema político e, por conseguinte, a estabilidade das instituições e normas democráticas, o artigo usa um corpus de 1.426.687 posts do Facebook, YouTube e Twitter para examinar a posição de influência de quem publica sobre contestação eleitoral, entender o espraiamento desses conteúdos entre meios e as características que dão a eles um apelo conspiratório. Mostra que essa pauta é mobilizada por políticos e outros líderes de opinião da direita radical. A maioria desses conteúdos se baseia em opinião política, sem menção a fontes, e tem caráter eminentemente conspiratório.

PDF

Referências

ABRAMOWITZ, A. The Disappearing Center: Engaged Citizens, Polarization, and American Democracy. New Haven: Yale University Press, 2010.

ABRAMOWITZ, A.; MCCOY, J. “United States: Racial Resentment, Negative Partisanship, and Polarization in Trump’s America”. The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science, vol. 681, nº 1, p. 137-156, 2019.

AGGIO, C. “Comunicação eleitoral ‘desintermediada’, mas o quão realmente interativa?”. E-Compós, nº 23, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.30962/ec.1994>. Acesso em: 21 out. 2021.

AGGIO, C. Teorias conspiratórias, verdade e democracia. In: ALZAMORA, G.; MENDES, C. M.; RIBEIRO, D.(Orgs.). Sociedade da Desinformação e Infodemia. Belo Horizonte: Selo PPGCom, p. 63-86, 2021.

ALVES, M. “Desarranjo da visibilidade, desordem informacional e polarização no Brasil entre 2013 e 2018”. Tese de Doutorado em Comunicação. Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.

BARNIDGE, M.; PEACOCK, C. “A third wave of selective exposure research? The challenges posed by hyperpartisan news on social media”. Media and Communication, vol. 7, n° 3, p. 4-7, 2019.

BENNETT, W. L.; LIVINGSTON, S. “The disinformation order: Disruptive communication and the decline of democratic institutions”. European Journal of Communication, vol. 33, nº 2, p. 122-139, 2018.

BORBA, F.; DUTT-ROSS, S. “Quem (não) confia nas urnas eletrônicas?”. Revista Inteligência, nº 96.Disponível em: <https://inteligencia.insightnet.com.br/quem-nao-confia-nas-urnas-eletronicas/>. Acesso em: 20 out. 2021.

BRAGA, S.; CARLOMAGNO, M. “Eleições como de costume? Uma análise longitudinal das mudanças provocadas nas campanhas eleitorais brasileiras pelas tecnologias digitais (1998-2016)”. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 26, p. 7-62, 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-335220182601>. Acesso em: 20 out. 2021.

CHAGAS, V.; CARREIRO, R. Macarthismo no Zap: Como se comporta a rede anticomunista de apoiadores de Jair Bolsonaro. In: CERVI, E.; WEBER, M. H. (Orgs.). Impactos político-comunicacionais nas eleições brasileiras de 2018. Curitiba: CPOP/Carvalho comunicação, p. 201-228, 2021.

CHAIA, V.; BRUGNAGO, F. “A nova polarização política nas eleições de 2014: radicalização ideológica da direita no mundo contemporâneo do Facebook”. Revista de Arte, Mídia e Política, vol. 7, nº 21, p.99-129, 2014. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/aurora/article/view/22032>. Acesso em: 20 nov. 2022.

DOURADO, T. “Fake news na eleição presidencial de 2018 no Brasil”. Tese de Doutorado em Comunicação. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

EDELSON, J., et al. “The Effect of Conspiratorial Thinking and Motivated Reasoning on Belief in Election Fraud”. Political Research Quarterly, vol. 70, nº 4, p. 933-946, 2017. Disponível em:<https://doi.org/10.1177/1065912917721061>. Acesso em: 19 jul. 2021.

FARIS, R., et al. Understanding Harmful Speech Online. Cambridge: The Berkman, 2016.

GARRETT, R. K.; LONG, J. A.; JEONG, M. S. “From Partisan Media to Misperception: Affective Polarization As Mediator”. Journal of Communication, vol. 69, nº 5, p. 490-512, 2019.

GOMES, W.; DOURADO, T. “Fake news, um fenômeno de comunicação política entre jornalismo, política e democracia”. Estudos em Jornalismo e Mídia, vol. 16, nº 2, p. 33-45, 2019.

GRAHAM, M. H.; SVOLIK, M. W. “Democracy in America? Partisanship, Polarization, and the Robustness of Support for Democracy in the United States”. American Political Science Review, vol. 114, nº 2, p.392-409, 2020.

HEFT, A.; BUEHLING, K. “Measuring the diffusion of conspiracy theories in digital information ecologies”. Convergence, vol. 28, nº 4, p. 940-961, 2022. Disponível em:<https://doi.org/10.1177/13548565221091809>. Acesso em: 19 jul. 2021.

MENEGUELLO, R.; SIMONI JR., S.; AMARAL, O. Satisfação com a democracia e conjuntura política no Brasil, [online]. Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação, 2018. Belo Horizonte/Brasília/Campinas/Rio de Janeiro, 2018. Disponível em:<https://www.researchgate.net/publication/324994334_Satisfacao_com_a_democracia_e_conjuntura_politica_no_Brasil>. Acesso em: 10 dez. 2020.

IYENGAR, S.; SOOD, G.; LELKES, Y. “Affect, Not Ideology: A Social Identity Perspective on Polarization”. Public opinion quarterly, vol. 76, nº 3, p. 405-431, 2012.

IYENGAR, S.; KRUPENKIN, M. “The strengthening of partisan affect”. Political Psychology, vol. 39, p.201-218, 2018.

IYENGAR, S., et al. “The Origins and Consequences of Affective Polarization in The United States”. Annual Review of Political Science, vol. 22, p. 129-146, 2019.

LEVITSKY, S.; ZIBLATT, D. How Democracies Die: What History Reveals About Our Future. London: Viking, 2018.

MAYNARD, J. L.; BENESCH, S. “Dangerous Speech and Dangerous Ideology: Na Integrated Model for Monitoring and Prevetion”. Genocide Studies and Prevention: An International Journal, vol. 9, nº 3, p. 70-95, 2016. Disponível em: <https://doi.org/http://dx.doi.org/10.5038/1911-9933.9.3.1317>.Acesso em: 10 dez. 2020.

MUNN, L. “More than a mob: Parler as preparatory media for the US Capitol storming”. First Monday,vol. 26, nº 3, 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.5210/fm.v26i3.11574>. Acesso em: 10 dez.2020.

NICOLAU, J. “A participação eleitoral: evidências sobre o caso brasileiro”. In: Anais do VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, Coimbra, 2004. Disponível em:<https://www.ces.uc.pt/lab2004/pdfs/JairoNicolau.pdf>. Acesso em 15 nov. 2020.

OLIVEIRA, B. S.; MAIA, R. C. M. “Redes Bolsonaristas: ataque ao politicamente correto e conexões com o populismo autoritário”. Confluências, vol. 22, nº 3, p. 83-114, 2020. Disponível em:<https://periodicos.uff.br/confluencias/article/view/45506>. Acesso em: 19 jul. 2021.

OLIVEIRA, T. “Desinformação científica em tempos de crise epistêmica: circulação de teorias da conspiração nas plataformas de mídias sociais”. Fronteiras - Estudos Midiáticos, vol. 22, nº 1,2020. Disponível em: <https://doi.org/10.4013/fem.2020.221.03>. Acesso em: 19 jul. 2021.

PIAIA, V. “Comunicação política e construção da realidade: o WhatsApp nas eleições presidenciais de 2018”. Tese de Doutorado em Sociologia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Rio de Janeiro, 2021.

PRIOR, H.; ARAÚJO, B. “Media, populismo e espaço público: Desafios contemporâneos”. Mediapolis–Revista de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público, vol. 12, p. 5-16, 2021.

PYRHÖNEN, N.; BAUVOIS, G. “Conspiracies beyond Fake News. Producing Reinformation on Presidential Elections in the Transnational Hybrid Media System”. Sociological Inquiry, vol. 90, nº 4, p. 705-731,2020.

RECUERO, R. “#Fraudenasurnas: Disinformation’s Discursive Strategies on Twitter During Brazilian 2018 Elections”. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, vol. 20, nº 3, p. 383-406, 2020.

RECUERO, R., et al. “Polarização, hiperpartidarismo e câmaras de eco: como circula a desinformação sobre COVID-19 no Twitter”. Contracampo, vol. 40, p. 1-20, 2021.

RIBEIRO, E.; CARREIRÃO, Y.; BORBA, J. “Sentimentos partidários e antipetismo: condicionantes e covariantes”. Opinião Pública, Campinas, vol. 22, nº 3, p. 603–637. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1807-01912016223603>. Acesso em: 20 nov. 2022.

ROGERS, R. Digital Methods for Cross-platform Analysis. In: BURGESS, J.; MARWICK, A.; POELL, T.(Eds.). The SAGE Handbook of Social Media, p. 91-108, 2017.

RUEDIGER, M.; GRASSI, A. O ecossistema digital nas eleições municipais de 2020 no Brasil: O buzz da desconfiança no sistema eleitoral no Facebook, YouTube e Twitter, [online]. Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2020. Disponível em:<https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/30061>. Acesso em 8 dez. 2021.

RUEDIGER, M., et al. Desinformação on-line e eleições no Brasil, [on-line]. Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: <https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/30085>. Acesso em 7 out. 2021.

SINGER, A. “Brasil, junho de 2013, classes e ideologias cruzadas”. Novos Estudos CEBRAP, vol. 97, p.23–40, 2013. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-33002013000300003>. Acesso em: 20 nov. 2022.

SUNSTEIN, C. R.; VERMEULE, A. “Conspiracy theories: Causes and Cures”. Journal of Political Philosophy, vol. 17, n° 2, p. 202-227, 2009.

TAVARES, A. R.; MOREIRA, D. R. R. “O voto eletrônico no Brasil”. Estudos Eleitorais, vol. 6, nº 3, p. 9-32, 2011.

WEBER, M. H., et al. Rupturas político-estéticas na eleição presidencial de 2018: As fanpages de Bolsonaro e Haddad. In: CERVI, E.; WEBER, M. H. (Orgs.). Impactos político-comunicacionais nas eleições brasileiras de 2018. Curitiba: CPOP/Carvalho Comunicação, 2021.

USCINSKI, J. E. “The Study of Conspiracy Theories”. Argumenta, vol. 3, nº 2, p. 233-245, 2018.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Opinião Pública

Downloads

Não há dados estatísticos.