Banner Portal
Como o agente fiscalizador utiliza a comunicação online? A ideia de transparência pública nas redes sociais da Controladoria-Geral da União
PDF

Palavras-chave

Comunicação política
Redes sociais digitais
Transparência
Comunicação pública
Controladoria-geral da união

Como Citar

KNIESS, Andressa Butture; MARQUES, Francisco Paulo Jamil. Como o agente fiscalizador utiliza a comunicação online? A ideia de transparência pública nas redes sociais da Controladoria-Geral da União. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 27, n. 1, p. 90–126, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8665626. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

O artigo investiga se, e de que forma, a Controladoria-Geral da União (CGU) aborda a ideia de transparência em seus perfis de redes sociais. Três questões orientam a análise: Como o tema da transparência pública é mobilizado pela CGU no Facebook e no Twitter? Uma vez que Facebook e Twitter dispõem de estruturas e usuários distintos, que estratégias de comunicação são privilegiadas em cada rede? Em que medida as rotinas de comunicação digital da CGU foram transformadas na transição entre os governos Rousseff e Temer? A análise de conteúdo de 4.212 publicações no Facebook e no Twitter em 2015 e 2016 revelou que a instituição privilegia dois temas: transparência e corrupção. Ademais, autoridades públicas são pouco mencionadas, afastando-se uma perspectiva personalista de instrumentalização da comunicação. Descobriu-se, ainda, que a transição governamental efetivamente interferiu nas rotinas de publicação da entidade.

PDF

Referências

AL-AUFI, A. S., et al. “Citizens’ perceptions of government’s participatory use of social media”. Transforming Government: People, Process and Policy, vol. 11, n° 2, p. 174-194, 2017.

ALMADA, M. P. “Avaliação da e-transparência em portais de governos nacionais: uma comparação entre Brasil, Estados Unidos e Reino Unido”. Tese de Doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.

AMORIM, P. K. “Democracia e internet: a transparência de gestão nos portais eletrônicos das capitais brasileiras”. Tese de Doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.

ANANNY, M.; CRAWFORD, K. “Seeing without knowing: limitations of the transparency ideal and its application to algorithmic accountability”. New Media & Society, vol. 20, n° 3, p. 973-989, 2018.

ANGELI, A. E. “Accountability e internet em uma perspectiva comparada: a atuação digital das Controladorias Públicas na América Latina”. Dissertação de Mestrado em Ciência Política, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017.

ANGÉLICO, F. Transparência, accountability e tecnologia. In: MENDONÇA, R. F.; PEREIRA, M. A.; FILGUEIRAS, F. (Eds.). Democracia digital: publicidade, instituições e confronto político. Belo Horizonte: Editora UFMG, p. 113-130, 2016.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BAUHR, M.; GRIMES, M. “Indignation or resignation: the implications of transparency for societal accountability”. Governance: An International Journal of Policy, Administration, and Institutions, vol. 27, n° 2, p. 291-320, 2014.

BENTHAM, J. “Da publicidade”. Revista Brasileira de Ciência Política, vol. 6, p. 277-294, 2011.

BERTOT, C.; JAEGER, P. T.; GRIMES, J. M. “Using ICTs to create a culture of transparency: e-government and social media as openness and anti-corruption tools for societies”. Government Information Quarterly, n° 27, p. 264-271, 2010.

BERTOT, C.; JAEGER, P. T.; GRIMES, J. M. “Promoting transparency and accountability through ICTs, social media, and collaborative e-government”. Transforming Government: People, Process and Policy, vol. 6, n° 1, p. 78-91, 2012.

BODEI, R. “From secrecy to transparency: reason of state and democracy”. Philosophy & Social Criticism, vol. 37, n° 8, p. 889-898, 2011.

BONSÓN, E., et al. “Local e-government 2.0: social media and corporate transparency in municipalities”. Government Information Quarterly, vol. 29, p. 123-132, 2012.

BOSSETTA, M. “The digital architectures of social media: comparing political campaigning on Facebook, Twitter, Instagram, and Snapchat in the 2016 U.S. election”. Journalism & Mass Communication Quarterly, 2018.

BRAGA, S. S. “Podem as novas tecnologias de informação e comunicação auxiliar na consolidação das democracias? Um estudo sobre a informatização dos órgãos legislativos na América do Sul”. Opinião Pública, vol. 13, n° 1, p. 1-50, 2007.

BRASIL. Medida Provisória n° 726, de 12 maio 2016. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios. Diário Oficial da União, Brasília, DF, maio 2016a.

BRASIL. Lei n° 13.341, de 29 de setembro de 2016. Altera as Leis n° 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e 11.890, de 24 de dezembro de 2008, e revoga a Medida Provisória nº 717, de 16 de março de 2016. Diário Oficial da União, Brasília, DF, set. 2016b.

BRASIL. Lei n° 13.844, de 18 de junho de 2019. Estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios. Diário Oficial da União, Brasília, DF, jun. 2019.

CUCCINIELLO, M.; PORUMBESCU, G.; GRIMMELIKHUIJSEN, S. “25 years of transparency research: evidence and future directions”. Public Administration Review, vol. 77, p. 32-44, 2016.

DAVIS, J. L. Social media. In: MAZZOLENI, G. (Ed.). The international encyclopedia of political communication. Hoboken: Wiley Blackwell, 2015.

DEPAULA, N.; DINCELLI, E. “Information strategies and affective reactions: how citizens interact with government social media content”. First Monday, vol. 23, n° 4, 2018.

DROR, Y. Transparency and openness of quality. In: KELLY, M. (Ed.). Openness and transparency in governance: challenges and opportunities. Maastricht: NISPAcee, p. 62-71, 1999.

ELLISON, N. B.; BOYD, D. Sociality through social network sites. In: DUTTON, W. H. (Ed.). The Oxford handbook of internet studies. Oxford: University Press, p. 151-172, 2013.

ERNST, N., et al. “Extreme parties and populism: an analysis of Facebook and Twitter across six countries”. Information, Communication & Society, vol. 20, n° 9, p. 1.347-1.364, 2017.

ETZIONI, A. The limits of transparency. In: ALLOA, E.; THOMÃ, D. (eds.). Transparency, society and subjectivity. Cham: Palgrave Macmillan, p. 179-201, 2018.

ETZIONI, A. “Transparency is overrated” (online). The Atlantic, 2014. Disponível em:

http://www.theatlantic.com/politics/archive/2014/01/transparency-is-overrated/282990/. Acesso em: 24 nov. 2019.

FERRACIOLI, P., HERMAN, F. “Habilitando o cidadão para a transparência. Análise de portais estaduais do Executivo e Legislativo”. Agenda Política, vol. 7, nº 1, p. 217-238, 2019.

FIELD, A. Discovering statistics with SPSS, 3ª ed. London: Sage, 2005.

FILGUEIRAS, F. “Além da transparência: accountability e política da publicidade”. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n° 84, p. 65-94, 2011.

FUNG, A. “Infotopia: unleashing the democratic power of transparency”. Politics & Society, vol. 41, n° 2, p. 183-212, 2013.

GOMES, W.; AMORIM, P. K. D. F.; ALMADA, M. P. “Novos desafios para a ideia de transparência pública”. E-Compós, vol. 21, n° 2, 2018.

GRABER, D. The power of communication. Washington: CQ Press, 2003.

GRAHAM, M. W. “Government communication in the digital age: social media’s effect on local government public relations”. Public Relations Inquiry, vol. 3, n° 3, p. 361-376, 2014.

GRIMMELIKHUIJSEN, S.; PORUMBESCU, G.; HONG, B. “The effect of transparency on trust in government: a cross‐national comparative experiment”. Public Administration Review, vol. 73, n° 4, p. 575-586, 2013.

GUILLAMÓN, M. D., et al. “Factors influencing social media use in local governments: the case of Italy and Spain”. Government Information Quarterly, vol. 33, nº 3, 2016.

GUNAWONG, P. “Open government and social media: a focus on transparency social”. Social Science Computer Review, p. 1-12, 2014.

HANSEN, K. H.; FLYVERBOM, M. “The politics of transparency and the calibration of knowledge in the digital age”. Organization, vol. 22, n° 6, p. 872-889, 2015.

HEALD, D. Varieties of transparency. In: HOOD, C.; HEALD, D. (Eds.). Transparency: the key to better governance. New York: Oxford University Press, p. 25-43, 2006.

HOCH, P. A.; RIGUI, L. M.; SILVA, R. L. “Desafios à concretização da transparência ativa na internet, à luz da Lei de Acesso à Informação pública: análise dos portais dos Tribunais Regionais Federais”. Revista Direitos Emergentes na Sociedade Global, vol. 1, nº 2, 2012.

HOOD, C. Transparency in historical perspective. In: HOOD, C.; HEALD, D. (Eds.). Transparency: the key to better governance. New York: Oxford University Press, p. 3-24, 2006.

KANT, I. A paz perpétua. Covilhã: LusoSofiapress, 2008.

KIM, S. K.; PARK, M. J.; RHO, J. J. “Effect of the government’s use of social media on the reliability of the government: focus on Twitter”. Public Management Review, vol. 17, n° 3, p. 328-355, 2015.

KRIPPENDORFF, K. Content analysis: an introduction to its methodology. London: Sage, 2004.

LOURENÇO, R. “An analysis of open government portals: a perspective of transparency for accountability”. Government Information Quarterly, vol. 32, n° 3, p. 323-332, 2015.

LUNA-REYES, L. F. “Opportunities and challenges for digital governance in a world of digital participation”. Information Polity, vol. 22, p. 197-205, 2017.

MARGETTS, H. “The internet and transparency”. The Political Quarterly, vol. 82, n° 4, p. 518-521, 2011.

MARQUES, F. P. J. Internet e transparência política. In: MENDONÇA, R. F.; PEREIRA, M. A.; FILGUEIRAS, F. (Orgs.). Democracia digital: publicidade, instituições e confronto político. Belo Horizonte: Editora UFMG, p. 55-78, 2016a.

MARQUES, F. P. J. Ciberpolítica: conceitos e experiências. Salvador, Editora da UFBA, 2016b.

MARQUES, F. P. J., et al. “What do state institutions say? Twitter as a public communication tool during the impeachment of Dilma Rousseff”. Brazilian Political Science Review, vol. 13, n° 3, p. 1-32, 2019.

MERGEL, I. “A framework for interpreting social media interactions in the public sector”. Government Information Quarterly, 2013.

MIOLA, E.; MARQUES, F. P. J. “Comunicação pública do Ministério da Saúde no Facebook: uma análise das campanhas contra o Aedes aegypti no ‘verão do Zika’”. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, vol. 14, nº 1, 2020.

MOORE, S. “Towards a sociology of institutional transparency: openness, deception and the problem of public trust”. Sociology, vol. 52, n° 2, p. 416-430, 2018.

NEUENDORF, K. A.; KUMAR, A. Content analysis. In: MAZZOLENI, G. (Ed.). The international encyclopedia of political communication. Hoboken, New Jersey: Wiley Blackwell, 2015.

PICAZO-VELA, S.; GUTIÉRREZ-MARTÍNEZ, I.; LUNA-REYES, L. F. “Understanding risks, benefits, and strategic alternatives of social media applications in the public sector”. Government Information Quartely, n° 29, p. 504-511, 2012.

PINA, V.; TORRES, L.; ROYO, S. “Are ICTs improving transparency and accountability in the EU regional and local governments? An empirical study”. Public Administration, vol. 85, n° 2, p. 449-472, 2007.

PINHO, J. A. G.; SACRAMENTO, A. “Accountability: já podemos traduzi-la para o português?”. Revista de Administração Pública, vol. 43, n° 6, 2009.

PIOTROWSKI, S. J. Governmental transparency in the path of administrative reform. Albany, New York: Suny Press, 2008.

PORUMBESCU, G. “Linking transparency to trust in government and voice”. American Review of Public Administration, vol. 47, n° 5, p. 520-537, 2017.

ROBERTS, A. Blacked out: government secrecy in the information age. New York: Cambridge University Press, 2006.

RUIJER, E., et al. “The politics of open government data: understanding organizational responses to pressure for more transparency”. The American Review of Public Administration, vol. 50, n° 3, p. 260-274, 2020.

SCHLINDWEIN, A. F. “Transparência digital no Poder Judiciário brasileiro: acesso à informação e controle social nos portais dos Tribunais de Justiça”. Dissertação de Mestrado em Comunicação. Setor de Artes, Comunicação e Design, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019.

SCHUDSON, M. “The shortcomings of transparency for democracy”. American Behavioral Scientist, p. 1-9, 2020.

SECOM. Manual de orientação para atuação em mídias sociais: identidade-padrão de comunicação digital do Poder Executivo Federal. Brasília: Secom, 2014.

SILVA, S. P. Transparência digital em instituições democráticas. In: MENDONÇA, R. F.; PEREIRA, M. A.; FILGUEIRAS, F. (Eds.). Democracia digital: publicidade, instituições e confronto político. Belo Horizonte: Editora da UFMG, p. 27-54, 2016.

SKALSKI, P. D., et al. Content analysis in the interactive Media Age. In: NEUENDORF, K. A. (Ed.). The content analysis guidebook. Los Angeles: Sage, p. 201-242, 2017.

SODRÉ, D. A. “A construção da imagem institucional da CGU no Facebook”. Monografia em Comunicação Social. Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

STAMATI, T.; PAPADOPOULOS, T.; ANAGNOSTOPOULOS, D. “Social media for openness and accountability in the public sector: cases in the Greek context”. Government Information Quarterly, vol. 32, n° 1, p. 12-29, 2015.

URBINATI, N. “Crise e metamorfoses da democracia”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 28, n° 82, p. 5-16, 2013.

VALLE-CRUZ, D., SANDOVAL-ALMAZAN, R., GIL-GARCIA, R. J. “Citizens’ perceptions of the impact of information technology use on transparency, efficiency and corruption in local governments”. Information Polity, vol. 21, n° 3, p. 321-334, 2016.

WOOD, T.; ARONCZYK, M. “Publicity and transparency”. American Behavioral Scientist, vol. 64, nº 11, p. 1531-1544, 2020.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Andressa Butture Kniess, Francisco Paulo Jamil Marques

Downloads

Não há dados estatísticos.