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Modos de ver, modos de dizer: titulação da pintura e discursividade
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Palavras-chave

Pintura moderna. Discurso

Como Citar

BOSREDON, Bernard. Modos de ver, modos de dizer: titulação da pintura e discursividade. RUA, Campinas, SP, v. 5, n. 1, p. 17–38, 2015. DOI: 10.20396/rua.v5i1.8640647. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8640647. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Este artigo propõe uma análise dos títulos de quadros enquanto discurso, apresentando suas principais propriedades linguísticas e sua constituição histórica. A análise mostra, de um lado, que essas propriedades estão amplamente condicionadas pela natureza dos referentes em questão, as telas, enquanto objetos fabricados para serem vistos, o que configura a titulação como um modo discursivo particular, com um funcionamento diferenciado daquele do discurso ordinário. De outro lado, postula-se que sua constituição é o resultado de um processo histórico de mudança no paradigma estético: a titulação de quadros propriamente dita nasce com a pintura moderna, quando a imagem se descola da referência extrapictórica e a tela um objeto de arte autônomo; o aparecimento da fotografia desempenha talvez aí um papel decisivo. Quando Le Christ en croix [O Cristo na Cruz] se torna em Gauguin Le Christ jaune [O Cristo Amarelo], observa-se um deslocamento determinante: passa-se da identificação do tema ao título da pintura, isto é, ao nome do quadro. É, portanto, num intervalo entre a maneira de designar o modelo (ou o tema) e a designação da figuração pictórica que emerge o título, estabelecendo um modo particular de ver a pintura.
https://doi.org/10.20396/rua.v5i1.8640647
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