Resumo
Este trabalho objetiva analisar os modos como alguns dialetos/línguas do Brasil são significados em três artigos da Desciclopédia: Paulistanês, Mineirês e Disschionario Aurélo da Língua Carioca. De uma perspectiva discursiva da história das ideias linguísticas no Brasil em articulação com a semântica da enunciação e com estudos sobre saber urbano e linguagem, propomos desenvolver nossas análises buscando responder a questões como: O que se constrói como coisas-asaber (Pêcheux, 1983) sobre dialetos e línguas nesses artigos? Que memórias da história contraditória da gramatização brasileira do português (Orlandi e Guimarães, 2001) vão sendo aí mobilizadas? De que maneiras essas memórias se mantêm no espaço do dizível que advêm de outras enciclopédias, bem como da gramática e da linguística? Em que medida a Desciclopédia promove uma abertura para a constituição de outros espaços de dizer sobre os dialetos/línguas do Brasil? Como os nomes, termos, títulos, definições, classificações e descrições presentes nesses artigos da Desciclopédia, em que o humor é parte constitutiva e fundamental, produzem efeitos sobre os modos de significação dos dialetos e línguas aí envolvidos?Referências
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