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Alice, a personagem clássica que foi morar na rua
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Palavras-chave

Cidade. Literatura. Vulnerabilidade. João Pessoa. Porto Alegre.

Como Citar

FONSECA, João Barreto da. Alice, a personagem clássica que foi morar na rua. RUA, Campinas, SP, v. 24, n. 1, p. 71–84, 2018. DOI: 10.20396/rua.v24i1.8652438. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8652438. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Uma vida subtraída de todas as condições necessárias para o exercício da cidadania se torna um exercício na corda banda, um retrato da vulneração. Mas é justamente deste marco zero e sem recorrer a heroísmo, que Maria Valéria Rezende experimenta em seu romance Quarenta Dias, na pele de sua personagem Alice, homônima da de Lewis Carrol, uma viagem também insólita, de loucura, privação e abandono. A personagem, a contragosto, segue uma pista. Ao se ver perdida num labirinto urbano, Alice vai compondo novas vivências, desbravando. Desterritorializada e sem os requisitos de cidadã, ela é uma energia em expansão em direção ao caos urbano e à deriva de si mesma, solta nos trajetos, nas bifurcações da cidade, até sentir que a rua lhe acolheu, a convidando para desabitar do seu mundo social e particular.

https://doi.org/10.20396/rua.v24i1.8652438
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