Resumo
A história da população brasileira é marcada por diversos processos sócioespaciais segregadores, os quais refletem na estrutura de nossas cidades, pois a maneira que constituímos espaços resulta daquilo que somos enquanto sociedade. A concepção da sociedade brasileira a partir de uma colonização europeia acarretou a supremacia branca e masculina sobre negros e mulheres, culminando em ambientes construídos que expressam desigualdades. Desta forma, este artigo busca analisar a formação da sociedade brasileira, histórica e socialmente, sob o ponto de vista do racismo e do machismo, e investigar as consequências dessas questões na constituição do espaço urbano hodierno. Tal investigação justifica-se pela pouca interseccionalidade entre tais problemas no campo da arquitetura e urbanismo.
Referências
ALMEIDA, Silvio. O que é racismo estrutural. Belo Horizonte. Editora Letramento, 2018.
BOURDIEU, Pierre. A casa kabyle ou o mundo às avessas. Cadernos de Campo (São Paulo, 1991), v. 8, n. 8, p. 147-159, 1999.
CALIÓ, Sonia Alves. Incorporando a Questão de Gênero nos Estudos e no Planejamento Urbano. Encuentro de Geografos de America Latina, v. 6, p. 1-9, 1997. Disponível em: http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal6/ Geografiasocioeconomica/Geografiacultural/737.pdf. Acesso em: 25 de mar. de 2021.
DAMATTA, Roberto. A casa & a rua: Espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. 5ª edição. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
DA MATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1984.
FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1968.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos. Global Editora e Distribuidora Ltda, 2015.
HARKOT, Marina Kohler. A bicicleta e as mulheres: Mobilidade ativa, gênero e desigualdades socioterritoriais em São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Dissertação (Mestrado). São Paulo, 192p, 2018.
LACERDA, Larissa; GUERREIRO, Isadora; SANTORO, Paula Freire. Por que o déficit habitacional brasileiro é feminino. labcidade. 2021. Disponível em: http://www.labcidade.fau.usp.br/por-que-o-deficit-habitacional-brasileiro-e-feminino/?fbclid=IwAR0OEVOUn8yyuHbdKFluAL7Gf3u1pph_JcRJKxLc_gHVCUdpweHwuOvJncA. Acesso em: 26/05/2021.
LEITÃO, Lúcia. Quando o ambiente é hostil: uma leitura urbanística da violência à luz de Sobrados e Mucambos e outros ensaios gilbertianos. UFPE, 2009.
LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Uma nova proposta de abordagem da história da arquitetura brasileira. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 141.00, Vitruvius, fev. 2012.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. Arte & Ensaios, Revista do PPGAV/EBA/UFRJ, n. 32, p. 123 151, dez. 2016.
MEIRELLES, Renato; ATHAYDE, Celso. Um país chamado favela: a maior pesquisa já feita sobre a favela brasileira. Editora Gente Liv e Edit Ltd, 2016.
MELLO, Bruno César Euphrasio de. E o negro na arquitetura brasileira? Arquitextos, São Paulo, ano 13, n. 145.01, Vitruvius, jun. 2012.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil: Identidade Nacional versus Identidade Negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
ROLNIK, Raquel. Territórios negros nas cidades brasileiras (Etnicidade e cidade em São Paulo e no Rio de Janeiro), Estudos Afro-Asiáticos, n. 17, Rio de Janeiro, 1989, p. 29-41.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 RUA