Abstract
Neste artigo analisamos paisagens em transição e momentos de rupturas, que se evidenciam nas intervenções e questionamentos que os jovens da periferia trazem à tona, a fim de encaminhar propostas e rediscutir a agenda urbana da contemporaneidade. A análise decorre da problematização do caráter simbólico ou estratégico que o “rolêzinho” e sua trilha sonora – o “funk ostentação” – desempenham como alternativa de cultura e lazer para os jovens periféricos. Considerando tal perspectiva investigamos o incômodo que o aparecimento cênico dos “rolêzinhos” despertou nos centros iluminados da cidade e o paradoxal fascínio que sua trilha sonora – o “funk ostentação” – despertou na classe média.
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