Banner Portal
Aprendizagens da cidade: corporeidades em intervenções urbanas
PDF

Palavras-chave

Corpos urbanos. Intervenções urbanas. Aprendizagens

Como Citar

BOM-TEMPO, Juliana Soares. Aprendizagens da cidade: corporeidades em intervenções urbanas. RUA, Campinas, SP, v. 19, n. 2, p. 71–94, 2015. DOI: 10.20396/rua.v19i2.8638118. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8638118. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este artigo tem como processo investigativo as configurações dos corpos cotidianos que ocupam e configuram o espaço urbano. As corporeidades sendo atravessadas por componentes da cidade: o trânsito em suas micro tensões, o ritmo de vida acelerado, as mídias (propagandas, panfletos, outdoors), as privações das relações nas ruas, a produção de corpos dóceis. Assim, as configurações corpóreas atravessados pelos fluxos da megamáquina cidade na atual sociedade dispararam o pensamento do que seriam corpos urbanos. Diante disto, pesquisamos os potenciais de fabulações do corpo em processo educativo de questionamento e desterritorialização destes corpos, através dos processos de criação do grupo Caleidoscorpos – CIA do Movimento Espontâneo e de realização de Intervenções Urbanas na cidade de Uberlândia – MG, durante o ano de 2006, por meio da técnica de dança contemporânea Contato-Improvisação. Neste processo, a questão desta pesquisa é como são configurados os corpos urbanos atravessados pelos fluxos da cidade na atual sociedade de controle e quais são os potenciais de fabulações do corpo através de intervenções estéticas na cidade por meio do Contato-Improvisação nas dimensões de possíveis aprendizagens e rupturas nos corpos transeuntes e nos próprios corpos dançarinos. A megamáquina cidade funciona se autoproduzindo. Reproduzindo permanentemente seus componentes articulares compondo um sistema. Assim, busca componentes no exterior dela mesma. Entre estes componentes estão os corpos. Máquina autoprodutora e exterior a ela mesma em um processo de ambivalência simultânea. Esse processo se dá em uma política exterior, configurando relações de alteridade. Desta forma, corpo-corpos se configuram em processo complexo. Diante dos agenciamentos maquínicos da cidade, as Intervenções Urbanas promovidas com Contato-Improvisação possibilitaram a proliferação de aprendizagens no cotidiano urbano, amplificações de desvios que permitiram aos corpos, atravessados pela lógica da cidade, entrar em processos outros, violentados pela necessidade de encontrar signos para o que estará ali presente interferindo na rua, na praça, na calçada. Busca de um tempo perdido nos signos impositivos da rotina urbana da vida contemporânea. Possibilidades de redescobrir o tempo como linha de fuga de um cotidiano desprovido de poesia, de criação, de acontecimento.

https://doi.org/10.20396/rua.v19i2.8638118
PDF

Referências

DELEUZE, Gilles. 2005. Foucault. São Paulo: Brasiliense.

DELEUZE, Gilles. 1987. Proust e os signos. Trad. Antonio Carlos Piquet e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense-Universitária.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. 1966. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. Lisboa: Assírio & Alvim/Guide – Artes Gráficas.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. 1995. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34.

FOUCAULT, Michel. 2008/1977. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes.

FOUCAULT, Michel. 1979. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal.

GIL, José Nuno. 2004. Abrir o Corpo. In: FONSECA, T. M. G.; ENGELMAN, S. (Org.). Corpo, arte e clínica. Porto Alegre: ed. da UFRGS.

GIL, José Nuno. 2005. Movimento Total. São Paulo: Iluminuras.

GREINER, Christine. 2005. O Corpo: pistas para estudos indisciplinares. São Paulo: Annablume.

GUATTARI, Félix. 1992. Caosmose: um novo paradigma estético. Trad. Oliveira, A.L.; Leão, L.C. São Paulo: 34.

GUATTARI, Félix. 1993. A paixão das máquinas. In: Cadernos de Subjetividade. Núcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade do Programa de Estudos pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUC – SP, vol. 1, no 1. (2003). São Paulo: Editora Hucitec – EDUC.

GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. 2008. Micropolíticas: cartografias do desejo. 9ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

NIETZSCHE, Friedrich. 1977. Assim Falou Zaratustra. Trad. Mário da Silva. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

SANT’ANNA, Denise Bernuzzi. 2001. Transformações do corpo. In: Rago, M.; Orlandi, L.B.L.; Veiga-Neto, A. (org.) 2005. Imagens de Foucault e Deleuze: ressonâncias nietzschianas. 2a Ed. Rio de Janeiro: DP&A.

ZOURABICHIVILI, François. 2004. O vocabulário de Deleuze. Trad. André Telles. Rio de Janeiro: Relume Dumará.

O periódico RUA utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.