Resumen
Este trabalho procura analisar a concepção e a instituição de uma teoria cosmológica, intimamente relacionada e determinada pela religiosidade dos Guarani Mbyá (família linguística Tupi-Guarani), a qual se encontra disseminada em suas narrativas mitológicas. A presença atuante de uma teoria cosmológica implica na existência de um saber astronômico e de um sistema taxinômico celeste, o qual se desenvolve a partir de uma apropriação social da temporalidade. Para este fim, valho-me do dispositivo teórico da Análise do Discurso, visto que tanto a religião quanto a cosmologia são abordados em sua discursividade. O foco central de uma análise discursiva, voltada para um objetivo como o discurso indigena, consiste em buscar compreender os processos de produção de sentido, vistos como efeito de determinadas formações sociais e imaginárias que, por sua vez, fundamentam o modo Guarani Mbyá de ser e de relacionar-se com as suas condições sociais de existência. Assim, o saber astronomico, bem como a religião, que se apresentam nos misos cosmogônicos, além de sua importâncian como forma de racionalidade, são analisados como parte de um amplo e complexo processo de produção de sentido e, como tal, são vistos como uma prática discursiva. Isto significa que a teoria cosmológico-religiosa, bem como a taxonomia celeste, operam como parte do funcionamento discursivo do povo Mbyá e, portanto, relacionam-se com a formação histórico-ideológica deste povo, pela qual a identidade e os processos de formação de sujeito e o sentido de ser Mbyá funcionam.O periódico RUA utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.
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