Resumen
As eleições de 2002 confirmaram o fortalecimento da presença evangélica na disputa por cargos políticos no Estado do Rio de Janeiro, e revelaram um deslocamento de vários setores dessa tradição religiosa em direção aos partidos de esquerda. Embora a crescente participação dos evangélicos na política brasileira já tenha despertado muita atenção dos cientistas sociais, há relativamente poucos estudos sobre a reação de outros grupos religiosos e/ou políticos a esse fenômeno. Um dos objetivos do presente artigo é analisar especialmente a reação católica. A análise de declarações de políticos em geral, mas especialmente de políticos católicos, sobre essa força eleitoral evangélica, bem como a análise das propagandas eleitorais de candidatos que se identificavam como católicos revelaram uma variedade de discursos reativos. A reação variava desde um questionamento genérico da legitimidade de envolver religião com política, até críticas e confrontos especificamente voltados à atuação da IURD.
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