Resumen
Que o neopentecostalismo se utiliza do substrato mágico próprio da matriz religiosa brasileira, não há dúvida. Pesquisadores como Ari Pedro Oro, Antônio Gouvêa Mendonça e Maria das Dores Campos Machado, por exemplo, já trabalharam tal temática sob o escrutínio das Ciências Sociais. Destarte, este breve ensaio tem por escopo trazer novamente à baila, a já bem trabalhada questão da relação entre religião e magia, circunscrita aqui, ao neopentecostalismo da Igreja Mundial do Poder de Deus. A partir do lócus antropológico procuramos verificar, em primeiro lugar, a existência da magia no culto neopentecostal, cujo foco é o papel do pastor-mago no ritual de cura, no qual tais práticas são mais enfaticamente evidenciadas; e, em segundo lugar, procuramos verificar através das evidências etnográficas coletadas em campo, isto é, dos fetiches, o pensamento mágico que perpassa o imaginário simbólico dos fiéis-clientes da IMPD.
Citas
ALVES, R. A empresa de cura divina: um fenômeno religioso? In:VALLE, Edênio; QUEIRÓZ, José J. (Orgs.). A cultura do povo. São Paulo: Cortez & Moraes: EDUC, 1979. p. 111-119.
BÍBLIA – Tradução Ecumênica. Tradução: L.J. Baraúna. et al. São Paulo, Loyola, 1994. 2480 p.
BITTENCOURT FILHO, J. Matriz religiosa brasileira: religiosidade e mudança social. Petrópolis: Vozes; Rio de Janeiro: Koinonia, 2003. 260 p.
BITUN, R. Igreja Mundial do Poder de Deus: rupturas e continuidades no movimento Pentecostal. 2007. 200 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – ICHL, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2007.
BOBSIN, O. Etiologia das doenças e pluralismo religioso. In: Estudos Teológicos, v. 42, n. 2, p. 21-43, 2003.
DIAS, Z. M. A larva e a borboleta (Notas sobre as [im]possibilidades do Protestantismo no interior da cultura brasileira), In: Tempo e presença digital, ano 2, n° 6, jan 2008.
DURKHEIM, É. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Paulinas, 1989.
FRESTON, P. Breve história do pentecostalismo brasileiro, In: Alberto ANTONIAZZI, [et al.]. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do Pentecostalismo, Petrópolis: Vozes, 1994. p. 72-159.
GUERRIERO, S. A magia existe? São Paulo: Paulus, 2003. 90 p.
LÉVI-STRAUSS, C. O feiticeiro e sua magia. In: LÉVI-STRAUSS, C.. Antropologia estrutural. São Paulo: Tempo Brasileiro. 1991.
MACHADO, M. D. C. A magia e a ética no pentecostalismo brasileiro. Estudos de Religião, São Bernardo do Campo: UMESP, ano XV, n. 33, p. 12- 26, jul.-dez. 2007.
MAUSS, M. Esboço de uma teoria geral da magia. In: MAUSS, M. Sociologia e antropologia, São Paulo: EDUSP, 1974.
MENDONÇA, A. G. Hipóteses sobre a mentalidade popular protestante no Brasil. Estudos de Religião, São Paulo, Ano 1, n. 3, 1986.
MENDONÇA, A. G. de mágicos: pentecostalismo e cura divina. Estudos de Religião, São Bernardo do Campo, n. 8, p. 49- 59, out./1992.
MONTERO, P. Magia e pensamento mágico. São Paulo: Ática, 1990. 80 p.
MONTERO, P. Da doença à desordem: a magia na umbanda. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
ORO, A. P. Neopentecostalismo: dinheiro e magia. In: ILHA – Revista de antropologia, v. 3, n° 1, nov. 2001, p. 71-85.
PIERUCCI, A. F. A magia. São Paulo: Publifolha, 2001. 113 p.
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Derechos de autor 2020 Marcelo Lopes