Resumen
El significado y la presencia de la serpiente en la vida de las comunidades amazónicas debe ser comprendido desde las manifestaciones cosmológicas de los pueblos encantados y las entidades en creencias indígenas y afrobrasileñas. Esta conexión dialoga con las narraciones orales de las curanderas ubicadas en la zona de Bragantina, al noreste de Pará. A través de lecturas en antropología social y de la orientación metodológica de
la historia oral, se puede comprender el papel que se le da a este oficio como elemento constitutivo en la percepción de la oración como práctica de curación. Los relatos evocan visiones, éxtasis, posesiones y diversos presagios que denotan las creencias de estas mujeres y sus contactos con el “encanto de las serpientes”, exponiendo singularidades culturales en esta zona de la Amazonía brasileña.
Citas
ARHEM, Kaj. The cosmic food web: human-nature relatedness in the Northwest Amazon. In: DESCOLA, Philippe et al (Orgs.), Nature and society: anthropological perspectives. Londres: Routledge, pp. 185-204, 1996.
BACHELARD, Gaston. A poética do Devaneio. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna: Europa 1500-1800. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
CAMARGO, MariaThereza Lemos de Arruda. Estudos de Etnofarmacobotânica. In: Pellegrini Filho, A. (Org.), Antologia de Folclore Brasileiro. São Paulo, EDART/ Universidade Federal da Paraíba/Universidade Federal do Pará, pp.15-26, 1982.
CASCUDO, Luís da Câmara. Geografia dos mitos brasileiros. [Belo Horizonte]: Ed. Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1983.
CHAMBOULEYRON, Rafael. Conquista y colonización de La Amazonia portuguesa (siglo XVII). In; PETIT, P. (Org.), La Amazonia brasileña em perspectiva histórica. Salamanca: Ed. Universidad de Salamanca, pp. 11-22, 2006.
CHEVITARESE, André. Cristianismo. Questões e Debates Metodológicos. Rio de Janeiro: Klíne, 2011.
DANIEL, João. Tesouro descoberto no máximo rio Amazonas, Rio de Janeiro: Contraponto, 2004.
D’AZEVEDO, JoãoLúcio. Os Jesuítas no Grão-Pará, suas missões e colonização. Lisboa: Tavares Cardoso & Irmão, pp. 122-134, 1901.
DEL PRIORE, Mary. Esquecidos por Deus – monstros no mundo europeu e ibero-americano: uma história dos monstros do Velho e do Novo Mundo (séculos XVI-XVIII). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
DIAS, Joel Santos. Apaixonadas negociações: os frades franciscanos de Santo Antônio e o “terrível motim” de 1618 no Grão-Pará. In: BEZERRA NETO, J. M.; GUZMAN, D. de A. (Orgs.), Terra matura: historiografia e história social na Amazônia. Belém: Paka-Tatu, pP. 347-364, 2002.
ELIADE, Mircea. El Chamanismo y Las técnicas arcaicas Del éxtasis. México/Buenos Aires. Fondo de Cultura Económica, 1960.
ELIADE, Mircea. História das crenças e das idéias religiosas: da Idade da Pedra aos mistérios de Elêusis. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2010.
FARES, Josebel. Imagens da Mitopoética Amazônica: Um memorial das matintas pereras. Dissertação de Mestrado em Letras, UFPA. Belém, 1997.
FARES, Josebel. O matintaperera no imaginário Amazônico. In: MAUÉS, R. H.; VILLACORTA, G. M., Pajelanças e religiões africanas na Amazônia. Belém: Edufpa, pp. 311-326, 2008.
FARIA, Lair Amaro. “Quem vos ouve, ouve a mim”: Oralidade e Memória nos Cristianismos Originários. Rio de Janeiro: Klíne, 2011.
FERRETI, Mundicarmo. A representação de entidades espirituais não-africanas na religião afro-brasileira: o índio em terreiros de São Luís – MA, Anais da 47a. Reunião Anual da SBPC. São Luís: UFMA, 1995.
FIGUEIREDO, Napoleão. Rezadores, pajés e puçangas. Belém: UFPA, 1979.
FIGUEIREDO, Aldrin Moura. A cidade dos Encantados: Pajelança, feitiçaria e religiões afro-brasileiras na Amazônia, Belém: Edufpa, 2008.
FRAXE, Therezinha. Cultura cabocla-ribeirinha: mitos, lendas e transculturalidade. São Paulo: Annablume, 2004.
GALVÃO, Eduardo. Santos e Visagens: um estudo da vida religiosa em Itá, Amazonas. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1975.
GALVÃO, Eduardo. Diários de campo entre os Tenetehara, Kaioá e Índios do Xingu. Rio de Janeiro: UFRJ/FUNAI, 1996.
GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Ed. 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2001.
HAWKING, Stephen. O Universo numa casca de Noz. São Paulo: Mandarim, 2001.
IBGE, Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XIV, 1957, pp. 334-339.
KI-ZERBO, Joseph. A arte pré-histórica africana. In: Ki-Zerbo, J. Metodologia e pré-história da África; tradução de Beatriz Turquetti et AL. São Paulo: Ática/Unesco, pp.667-698, 1982.
LEACH, Edmund Ronald. Sistemas políticos da Alta Birmânia. São Paulo: Edusp, 1996.
LEGROS, Pierre. et al. Sociologia do Imaginário. Porto Alegre: Sulina, 2007.
LESTEL, Dominique. As origens animais da cultura. Paris: Coleção Epistemologia e Sociedade, 2001.
LESTEL, Dominique. A animalidade, o humano e as “comunidades híbridas”. In: MACIEL, M. E. (Org.), Pensar/escrever o animal: ensaios de zoopoética e biopolítica. Florianópolis: Ed da UFSC, pp. 23-54, 2011.
LEWIS, Ioan. O Êxtase religioso. Um estudo antropológico da possessão por espírito e do xamanismo. São Paulo: Perspectiva, 1977.
LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. São Paulo: Papirus, 2012.
LIMA, Walter. Teatro Cacuri: Narrativas de Vida e Cenografia Amazônica. Dissertação de Mestrado em Artes, UFPA, 2012, pp. 27-28.
MAUÉS, Raymundo Heraldo. A ilha encantada: medicina e xamanismo. Belém, Universidade Federal do Pará, 1990.
MAUÉS, Raymundo Malineza: um conceito da cultura Amazônica. In: BIRMAN, P. N. R.; CRESPO, S. (Orgs.), O mal à brasileira. Rio de Janeiro: Eduerj, pp. 53-57, 1997.
NEVES, Ivânia. A invenção do índio e as narrativas orais Tupi. Tese de doutorado em Linguistica. Campinas, SP: Unicamp, 2009.
OLIVEIRA, José. et al. Imaginário Amazônico. Belém: Paka-Tatu, 2007.
PACHECO, AgenorSarraf. Encantarias Afroindígenas na Amazônia Marajoara: Narrativas Práticas de cura e (in) tolerâncias religiosas. Horizonte, Belo Horizonte, v.8, n.17, pp. 88-92, 2010.
PEREIRA, Franz Painel de Lendas e Mitos Amazônicos. Belém: Academia Paraense de Letras, 2001.
PINTO, Benedita Celeste. Parteiras, “Experientes” e Poções: o dom que se apura pelo encanto da floresta. Tese de Doutorado em História. São Paulo: PUC-SP, 2004a.
PINTO, Benedita Celeste. Nas Veredas da sobrevivência: memória, gênero e símbolos de poder feminino em povoados amazônicos. Belém: Paka-Tatu, 2004b.
SALLES, Vicente. O negro na formação da sociedade paraense. Belém: Paka-Tatu, 2004.
SCHAAN, Denise.. A Linguagem Iconográfica da Cerâmica Marajoara. Dissertação de Mestrado, PUC-RG. Porto Alegre, pp. 123-136, 1996.
SILVA, Joana Aparecida. Relações ecológicas e seres fantásticos. Proj. História 22, São Paulo: EDUC, pp. 409-419, Jun/2001.
SILVA, Jerônimo. “No Ar, na Água e na Terra”: Uma cartografia das identidades nas encantarias da “Amazônia Bragantina”. Dissertação de Mestrado em Comunicação, Linguagens e Cultura, Unama, 2011.
SOUZA, Laura de Mello. O diabo e a terra de Santa Cruz: feitiçaria e religiosidade popular no Brasil Colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
UGARTE, Auxiliomar.. Margens míticas: A Amazônia no imaginário europeu do Século XVI. In: DEL PRIORE, M.; GOMES, F. dos S. Os Senhores dos Rios. Rio de Janeiro: Elsevier, pp.16-22, 2003.
VIDAL, Lux. A Cobra Grande: uma introdução à cosmologia dos Povos Indígenas do Uaçá e Baixo Oiapoque – Amapá. Rio Janeiro: Museu do Índio, 2009.
VILLACORTA, Gisela Macambira. “As Mulheres do Pássaro da Noite”: Pajelança e feitiçaria na região do salgado [nordeste do Pará]. Dissertação de Mestrado em Antropologia, UFPA. Belém, 2000.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Araweté – os deuses canibais. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar/ANPOCS, pp. 22-32, 1985.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem – e outros ensaios de antropologia. São Paulo:
Cosac & Naify, 2002.
WAGLEY, Charles. Uma comunidade amazônica: estudo do homem nos trópicos. São Paulo: Ed. Nacional; Brasília, INL, 1977.
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Derechos de autor 2020 Jerônimo da Silva e Silva