Resumo
Nesse artigo pretendemos discutir a relação entre religiosidade e rótulo criminal, buscando entender como a religiosidade pode servir para atenuar o processo de sujeição criminal, especialmente enquanto olhar sobre si. Especificamente para as religiões cristãs de matriz pentecostais, a exterioridade do bem (concentrado na figura de Deus) e do mal (concentrado na figura do diabo), pode permitir que o indivíduo se coloque alheio a essa discussão. Dessa forma, pode produzir uma narrativa que impeça que se pense de si mesmo como alguém intrinsecamente “mau”. O aporte empírico é constituído de 40 entrevistas semiestruturadas com adolescentes em conflito com a lei internados na Região Metropolitana de Vitória, ES.
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