Resumo
Este artigo busca analisar a presença de agentes religiosos no espaço público em um processo de conflito dialógico no qual cristão e afrorreligiosos (mas não apenas estes) ocupam as ruas, disputando espaços e significados de suas respectivas identidades. A breve análise teórica apresentada constitui uma primeira aproximação a este objeto singular, a saber, a Marcha Estadual Pela Vida e Liberdade Religiosa e a Marcha para Jesus em Porto Alegre/RS. O foco recairá na noção do público enquanto espaço de disputas ou controvérsias, que mobilizam diferentes formas de estar e fazer público, assim como mobiliza discursos direcionados a um público específico.
Referências
ACQUAVIVA, S. L ́Eclissi del sacro nella civiltà industriale. Milano: Edizioni di Comunità, 1961.
ALMEIDA, R. de. A Igreja Universal e seus demônios. Um estudo etnográfico. São Paulo: Terceiro Nome, 2009.
ANJOS, J. C. G. dos. A Filosofia da religiosidade afro-brasileira como patrimônio cultural africano. In: Debates do NER, Ano 9, N. 13, p. 77-96, 2008.
BERGER, P. O dossel sagrado. Elementos para uma teoria sociológica da religião. São Paulo: Paulinas, 1985.
ENGELKE, M. God’s Agents: Biblical Publicity in Contemporary England. Berkeley: University of California Press, 2013.
GOLDMAN, M. Observações sobre o “Sincretismo Afro-Brasileiro”. Kàwé Pesquisa, Revista Anual do Núcleo de Estudos Afro-Baianos Regionais da UESC I (1): 132-137, 2003.
GOMES, E.; DIDIER, H. Marcha para Jesus – Rio de Janeiro. In: Ponto Urbe, n.8, 2011.
HERVIEU-LÉGER, D. Vers un nouveau christianisme?. Paris: Cerf, 1987.
MENDES, N. M. Ritual, communitas e espetáculo religioso na Marcha para Jesus em Fortaleza. In: Revista de Ciências Sociais, v.39, n.2, p. 105-120, 2008.
MEYER, B. Going and Making Public. Some Reflections on Pentecostalism as Public Religion in Ghana. In: ENGLUND, H (Ed.). Christianity and Public culture in Africa. Columbus: Ohia University Press: 149-166, 2011.
ORO, A. P., CARVALHO, E. T. de e SCURO, J. O Sacrifício de Animais nas Religiões Afro-Brasileiras: uma polêmica recorrente no Rio Grande do Sul. In: Religião e Sociedade, v. 37, p. 229-253, 2017.
PAEGLE, E., KLUG, J. e ASSMANN, S. A “Marcha para Jesus” como rito de inversão: uma análise em Florianópolis. In: Protestantismo em Revista. São Leopoldo, RS, v. 21, 2010.
PONTES, G. O gospel da Renascer em Cristo e a Marcha para Jesus: mídia e espetáculo. In: Integratio, v.1, n.1, p. 56-68, 2015.
SANT’ANA, R. A nação cujo Deus é o Senhor: a imaginação de uma coletividade evangélica a partir da Marcha para Jesus. Tese de Doutorado em Antropologia Social. UFRJ, Rio de Janeiro, 2017.
SILVA, V. G. (Org.) Intolerância Religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro. São Paulo: Edusp, 2007.
SILVA, J. C. e MÚSCARI, M. Festividades combativas: etnografia dos eventos Marcha para Jesus e Parada do Orgulho LGBT na cidade de São Paulo. In: Ponto Urbe, n.19, 2016.
WARNER, M. Publics and Counterpublics. Public Culture, 14(1) : 49–90, 2002.
WILSON, B. The secularization thesis: Criticisms and rebuttals. In: LAERMANS, R., WILSON, B. and BILLIET, J. Secularization and Social Integration. Papers in Honor of Karel Dobbelaere. Leuven. Leuven University Press, p. 45-65, 1998.
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Copyright (c) 2018 Erico Tavares de Carvalho