Banner Portal
Produção industrial e vazamento de demanda para o exterior
PDF

Palavras-chave

Vazamento de demanda
Análise insumo-produto
Cadeia global de valor
Produção industrial
Economia brasileira.

Como Citar

MARCATO, Marília Bassetti; ULTREMARE, Fernanda Oliveira. Produção industrial e vazamento de demanda para o exterior: uma análise da economia brasileira. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 27, n. 2, p. 637–662, 2019. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8657050. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O cenário de desaceleração do crescimento econômico tem suscitado discussões a respeito do crescente vazamento de demanda da economia brasileira para o exterior, uma vez que haveria um descompasso entre produção industrial e demanda doméstica. Ao considerar as transformações na relação entre produção e comércio internacional, este artigo extrapola os indicadores tradicionalmente utilizados para mensurar a demanda doméstica por bens industriais, avançando na caracterização do vazamento de demanda. A partir de matrizes insumo-produto, propõe-se uma forma complementar de análise dos coeficientes de penetração das importações e insumos importados. Os estímulos gerados pelo aumento na importação (e produção) de um setor específico não se propagaram pela matriz produtiva brasileira com mais força, apontando para o desadensamento da matriz produtiva. Ao mesmo tempo, o multiplicador de vazamento de demanda aponta para a deterioração da capacidade produtiva doméstica acomodar acréscimos de demanda. Dessa forma, o estudo retrata o esgarçamento do tecido industrial brasileiro.

PDF

Referências

AMADOR, J.; MAURO, F. DI. Introduction. In: AMADOR, J.; MAURO, F. DI (Org.). The age of global value chains: maps and policy issues. London: CEPR Press, 2015. p. 13-23.

ARNDT, S.; KIERZKOWSKI, H. Fragmentation: new production patterns in the world economy. CMC Faculty Books, 2001.

ATHUKORALA, P. Product fragmentation and trade patterns in east Asia. Asian Economic Papers, v. 4, p. 1-27, 2005.

BACKER, K. de; MIROUDOT, S. Mapping global value chains. OECD Trade Policy Papers, OECD Publishing, v. 159, p. 1-46, 2013.

BALDWIN, R. Globalisation: the great unbundling(s). Economic Council of Finland, v. 20, Sept. p. 51, 2006.

BALDWIN, R. Trade and industrialization after globalization’s 2nd unbundling: how building and joining a supply chain are different and why it matters. p. 1-38, 2011.

BALDWIN, R.; VENABLES, A. J. Spiders and snakes: offshoring and agglomeration in the global economy. Journal of International Economics, v. 90, n. 2, p. 245-254, 2013.

BASTOS, C. P. et al. Rentabilidade, investimento e produtividade na indústria de transformação brasileira: 2000-2009. In: NEGRI, F. de; CAVALCANTE, L. R. (Org.). Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes. Brasília: Ipea, ABDI, 2015. v. 2. p. 209-254.

BRESSER-PEREIRA, L. C. The dutch disease and its neutralization: a Ricardian approach. Revista de Economia Política, v. 28, n. 1, p. 47-71, 2008.

CARVALHO, L. M. de; RIBEIRO, F. J. da S. P. Indicadores de consumo aparente de bens industriais: metodologia e resultados. Rio de Janeiro: [s.n.], 2015. (Texto para Discussão).

CATTANEO, O. et al. Joining, upgrading and being competitive in global value chains: a strategic framework. [S.l: s.n.], 2013. (Policy Research Working Paper, n. 6406).

DAUDIN, G.; RIFFLART, C.; DANIELLE, S. Who produces for whom in the world economy? Canadian Journal of Economics, v. 44, n. 4, p. 1403-1437, 2011.

DI GIOVANNI, J.; LEVCHENKO, A. A. Putting the parts together: trade, vertical linkages, and business cycle comovement. American Economic Journal: Macroeconomics, v. 2, n. 2, p. 95-124, 2010.

DIXON, R.; THIRLWALL, A. P. A model of regional growth-rate differences on Kaldorian lines. Oxford Economic Papers, v. 27, n. 2, p. 201-214, 1975.

FURTADO, C. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. [S.l.]: Univ of California Press, 1964.

FURTADO, C. Teoria e política do desenvolvimento econômico. São Paulo: [s.n.], 1967.

GUILHOTO, J. J. M.; SESSO FILHO, U. A. Estimação da matriz insumo-produto a partir de dados preliminares das contas nacionais. Economia Aplicada, v. 9, n. 2, p. 277-299, 2005.

GUILHOTO, J. J. M.; SESSO FILHO, U. A. Estimação da matriz insumo-produto utilizando dados preliminares das contas nacionais: aplicação e análise de indicadores econômicos para o Brasil em 2005. Economia & Tecnologia, v. 23, n. 6, p. 53-62, 2010.

GUILHOTO, J. J. M.; SESSO FILHO, U. A. Sistema de Matrizes de InsumoProduto, Brasil (1995-2013). Disponível em: http://www.usp.br/nereus/?dados=sistema-de-matrizes-de-insumo-produto-brasil-1995-2013. Acesso em: 4 fev. 2016.

HOROWITZ, J.; RIKER, D. Measuring shifts in Brazil’s trade using international input-output tables. Journal of International Commerce and Economics, p. 1-13, Apr. 2014.

HUMMELS, D.; ISHII, J.; YI, K.-M. The nature and growth of vertical specialisation in world trade. Journal of International Economics, v. 54, n. 1, p. 75- 96, 2001.

INTERNATIONAL MONETARY FUND. Trade interconnectedness: the world with global value chains. IMF Policy Paper, 2013.

JOHNSON, R. C. Five facts about value-added exports and implications for macroeconomics and trade research. Journal of Economic Perspectives, v. 28, n. 2, p. 119-142, 2014.

JOHNSON, R. C.; NOGUERA, G. Accounting for intermediates: production sharing and trade in value added. Journal of International Economics, v. 86, n. 2, p. 224- 236, 2012.

JONES, R. W.; KIERZKOWSKI, H. A framework for fragmentation. In: ARNDT, S.; KIERZKOWSKI, H. (Org.). Fragmentation: new production patterns in the world economy. New York: Oxford University Press, 2001. p. 17-34.

JONES, R. W.; KIERZKOWSKI., H. The role of services in production and international trade: a theoretical framework. In: JONES, R. W.; KRUEGER, A. (Org.). The political economy of international trade. Oxford: Basil Blackwell, 1990. p. 31-48.

KALDOR, N. Causes of the slow rate of economic growth in the United Kingdom. In: TARGETTI, F.; THIRLWALL, A. P. (Org.). The essential Kaldor. New York: Holmes & Meier Publishers, 1989.

KRUGMAN, P. Growing world trade: causes and consequences. Brookings Papers on Economic Activity, n. 1, p. 327-377, 1995.

LOS, B. et al. Factor specialisation within global value chains. In: AMADOR, J.; MAURO, F. DI (Org.). The age of global value chains: maps and policy issues. London: CEPR Press, 2015. p. 48-57.

MAURER, A.; DEGAIN, C. Globalization and trade flows: what you see is not what you get! n. 12. [S.l: s.n.], 2010.

MCCOMBIE, J. S. L.; THIRLWALL, A. P. The balance-of-payment constraint as an explanation of international growth rates differences. New York: Martin’s Press, 1994.

MEDEIROS, C. Inserção externa, crescimento e padrões de consumo na economia brasileira. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2015.

MENG, B.; FANG, Y.; YAMANO, N. Measuring global value chains and regional economic integration: an international input-output approach. IDE Discussion Paper, v. 362, Jul. 2012.

MILBERG, W.; WINKLER, D. Trade, crisis, and recovery: restructuring Global value chains. In: CATTANEO, Olivier; GEREFFI, Gary; STARITZ, Cornelia (Org.). Global value chains in a postcrisis world. Washington D.C.: The World Bank, 2010. p. 23-72.

MILLER, R. E.; BLAIR, P. D. Input-output analisys: foundations and extensions. 2 nd ed. New York: Cambridge University Press, 2009. v. 1.

MIROUDOT, S.; LANZ, R.; RAGOUSSIS, A. Trade in intermediate goods and services. OECD Trade Policy Working Paper, Paris, n. 93, 2009.

OREIRO, J. L. et al. Restrições macroeconômicas ao crescimento da economia brasileira: diagnósticos e algumas proposições de política. Rio de Janeiro: [s.n.], 2009. (Texto para Discussão, n. 1431).

PINTO, E. C. Bloco no poder e governo Lula: grupos econômicos, política econômica e novo eixo sino-americano. 2010. 265f. Tese (Doutorado)– Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2010.

PREBISCH, R. O desenvolvimento da América Latina e alguns de seus problemas principais (1949). In: BIELSCHOWSKY, Ricardo. Cinquenta anos de pensamento da Cepal. Rio de Janeiro e São Paulo: Editora Record, Cepal, Cofecon, 2000. v. 1.

RIAD, N. et al. Changing patterns of global trade. [S.l: s.n.], 2011.

SANTOS, C. H. M. DOS et al. Por que a elasticidade-câmbio das importações é baixa no Brasil? Evidências a partir das desagregações das importações por categorias de uso. Rio de Janeiro: [s.n.], 2015. (Texto para Discussão, n. 2046).

SERRANO, F.; SUMMA, R. Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 2011 a 2014. . Washington: [s.n.], 2015.

SERRANO, F.; SUMMA, R. Macroeconomic policy, growth and income distribution in the brazilian economy in the 2000s. Investigacion Economica, v. 71, n. 282, p. 55-92, 2012.

SILVA, G. J. C. D. S. et al. A macroeconomia do crescimento puxado pela demanda agregada: teoria e aplicações ao caso brasileiro. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 35, Oct. 2015, p. 1-21, 2007.

SINGER, H. W. The distribution of gains between investing and borrowing countries. The American Economic Review, v. 40, n. 2, p. 473-485, 1950.

STEHRER, R. Accounting relations in bilateral value added trade. n. 14. Vienna: [s.n.], 2013.

THIRLWALL, A. P. A natureza do crescimento econômico: um referencial alternativo para compreender o desempenho das nações. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2005.

THIRLWALL, A. P. Productivity and growth in manufacturing industry: a reply. Economica, New Series, v. 35, n. 140, p. 385-391, 1968.

THIRLWALL, A. P. The balance of payments constraint as an explanation of international growth rate differences. Banca Nazionale del Lavoro Quarterly Review, v. 128, p. 45-53, 1979.

TIMMER, M. P. et al. Slicing up global value chains. Journal of Economic Perspectives, v. 28, n. 2, p. 99-118, 2014.

UNCTAD. Global value chains: investment and trade for development. New York and Geneva: United Nations Publication, 2013.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.