Vista Alegre Fábrica de Porcelana: um caso de arquitectura sustentável

Resumo

Este trabalho estuda a unidade fabril da Vista Alegre, criada em 1824, em Ílhavo (Portugal), procurando identificar os fundamentos teóricos e práticos que lhe deram origem. Para um melhor entendimento dos princípios gerais que fundamentam e contextualizam o projecto empresarial de José Ferreira Pinto Basto contribui o estudo elaborado sobre a cidade industrial e as utopias do século XIX. Todavia, para interpretar as escolhas do fundador é também necessário conhecer o panorama nacional da época e as características do local de implantação. A evolução urbana do complexo encontra-se associada à criação de um modelo social. Os períodos de expansão correspondem a projectos específicos que apontam para uma constante remodelação e modernização do espaço. Foi feito um trabalho de sistematização por ruas sendo aqui expostas algumas das conclusões. Analisou-se ainda a repercussão que este desenvolvimento tem na população e a forma como afecta as relações sociais. Neste modelo tudo é planeado mas a população acaba por se adaptar de tal forma que tudo parece inato. Este complexo fabril surge como um espaço autónomo e sustentável. O aglomerado urbano promove o equilíbrio e a interligação entre o edificado e a envolvente bem como a relação do individuo com a sociedade. O exercício quiçá mais importante deste trabalho está relacionado com a tentativa de completar a análise dos modelos teóricos com uma avaliação da forma como se comportam quando implementados num espaço concreto. Pretendemos identificar as características que fizeram funcionar o modelo da Vista Alegre e os elementos perturbadores de um equilíbrio construído.