Resumo
Os estudos morfológicos passaram por variações conceituais ao longo de sua história, modificando por vezes de maneira substancial a sua configuração e apresentação; reflexos das épocas e das interpretações dos gramáticos, essa parcela fundamental dos estudos gramaticais e linguísticos merece destaque. Em outro contexto, a adoção de uma Nomenclatura Gramatical Brasileira passaria a, em certo sentido, padronizar as acepções variantes que os gramáticos e as épocas possuíam – ao menos em tese, é claro. Neste texto, optamos por analisar e investigar o sentido de morfologia em três gramáticas dos séculos XIX e XX – a Gramática Secundária da Língua Portuguêsa, de Manuel Said Ali; os Serões Grammaticaes, de Ernesto Carneiro Ribeiro; e a Grammatica Expositiva, de Eduardo Carlos Pereira. As obras são significativas no contexto brasileiro, como se verá no texto, motivo pelo qual foram escolhidas. Nossos resultados apontam para uma compreensão e definição da morfologia substancialmente diferentes, mesmo em contextos pós-NGB.
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